O número de casos de dengue quase triplicou em um ano no país, tendo aumentado de 85,4 mil casos em 2014 para 224,1 mil casos no mesmo período em 2015, como apontou o novo mapa da doença divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Saúde.
Segundo o ministro Arthur Chioro, alguns motivos são a combinação da alteração do período de chuvas, com a mudança no perfil de armazenamento de água pela crise hídrica e a introdução do vírus em comunidades antes não expostas, como Cruzeiro do Sul, no Acre.
Mesmo com o crescimento de casos de dengue, de acordo com dados do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) e do balanço deste ano, houve 9,7% de redução dos casos graves e redução maior ainda quanto aos óbitos (31,5%).
As capitais São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Vitória estão em alerta de dengue. Dos 566 municípios visitados no Sudeste, 257 estão em estão em estado satisfatório, 255 em alerta e 54 estão em risco.
— É preciso registrar que houve aumento do número de cidades que fizeram o levantamento: houve um aumento de 26% — disse Chioro.
Em número de casos, o estado de São Paulo teve o maior crescimento: os registros foram de 15.605 para 123.738 casos confirmados. A incidência de casos por 100 mil habitantes, em São Paulo, pulou de 35,4 para 281. Se considerar a incidência por habitantes, o Acre apresentou os piores índices: de 39,9 para 695,4.
No Rio, o número de casos dobrou e foi de 2.678 para 5.693. A incidência por grupo de 100 mil habitantes saiu de 16,3 para 34,6. E o número de casos graves foi de 4 para 10, entre os períodos comparados. Os casos considerados graves diminuíram de de 31 para 11. Os óbitos no estado também caíram, de 4 para 3 mortes.
O ministro disse ainda que dois conjuntos de ações devem ser tomadas: a prevenção, que todos podem participar “dedicando 15 minutos por semana para dar uma geral na casa e no ambiente de trabalho”; e a associação de esforços da população com as equipes de prefeitura e agentes de saúde.
CASOS DE CHIKUNGUNYA
Como apontou Giovanini Coelho, coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue, a chikungunya passou por um processo epidêmico importante na região das Américas, assim sendo introduzida no Brasil.
– A transmissão ainda é muito localizada no Amapá, no município de Oiapoque, e no Estado da Bahia – colocou Coelho. – No país, foram 2.763 casos em 2014, contra 1.049 neste ano.
No entanto, o coordenador ressaltou que Feira de Santana, que já apresentou participação significativa nos registros da doença, passa por um processo de redução no número de casos.
Fonte: O Globo