O Ministério da Saúde anunciou duas novas incorporações no Sistema Único de Saúde (SUS): raltegravir, tratamento oral para crianças portadoras do HIV/aids e o mesilato de imatinibe, para o tratamento da síndrome hipereosinofílica (SHE), uma doença rara caracterizada pelo aumento persistente de eosinófilos, um tipo de célula presente no sangue. Nos últimos dois meses, o Ministério da Saúde, por meio da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), incorporou oito novas tecnologias ao SUS.
A previsão é de que elas estejam disponíveis na rede pública de saúde no início de 2015. Após a incorporação, o medicamento ou tecnologia pode levar até 180 dias para estar disponível ao paciente. Nos últimos dois anos e meio, o Ministério da Saúde incorporou 114 novas tecnologias, sendo cerca de 70% de medicamentos, segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha
O raltegravir será utilizado em crianças de 2 a 12 anos, com investimento de R$ 66 mil, no primeiro ano, e previsão de investimento de aproximadamente R$ 350 mil ao final de cinco anos. “A incorporação do raltegravir para crianças é mais um diferencial da resposta brasileira a epidemia de AIDS em relação a imensa maioria dos países do mundo, onde o tratamento de aids para crianças, quando excepcionalmente é oferecido, não é em formulações e medicamentos apropriados para esta faixa etária”, explica o Diretor do Departamento de DST/aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita.
Em relação ao imatinibe, para a síndrome hipereosinofílica, a previsão do Ministério da Saúde é R$ 1,15 milhão para o tratamento em cinco anos no tratamento de 180 pessoas. A doença é mais comum entre pessoas de 25 a 55 anos e a taxa de incidência é de aproximadamente 0,035 por cada 100.000 mil habitantes. A síndrome aumenta as células do sangue e pode prejudicar o funcionamento do coração, dos pulmões, da pele e do sistema nervoso.
Outras incorporações – Entre as principais incorporações recentes no SUS está a risperidona, medicamento que auxilia na diminuição dos sintomas do autismo, como irritação, agressividade e agitação. Apesar da doença não ter cura, técnicas, terapias e medicamentos podem proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. No Brasil, a taxa de prevalência da doença é de 27,2 para cada 10 mil habitantes com idade entre 5 e 18 anos.
Também foi incluído, na rede pública, uma nova opção de tratamento para a doença arterial coronariana (DAC), principal causa de infartos. O Stent farmacológico, recentemente incluído no SUS, é indicado principalmente para pacientes diabéticos ou com lesões em vasos finos. A expectativa é que a nova tecnologia beneficie cerca de 38 mil pacientes ao ano.
Outra novidade incorporada ao SUS é o fingolimode, primeiro tratamento oral para esclerose múltipla. A nova tecnologia oral é mais uma alternativa aos pacientes que não se adaptaram à medicação injetável já disponibilizada na rede pública. Para receber a indicação de uso, o paciente deve ter apresentado resistência ou não ter apresentado resposta aos tratamentos com o betainterferona e glatirâmer e a impossibilidade do uso de natalizumabe, além de não apresentar problemas adversos quanto ao uso de fingolimode.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune crônica que atinge o sistema nervoso central,com uma taxa de prevalência anual, no Brasil, de aproximadamente 15 casos por 100 mil habitantes. Até então, todo o tratamento para a doença era realizado por meio de medicamentos injetáveis.
Fonte:Cofen