Crônica: É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro, por Ana Miranda

image_pdfImprimir notíciaimage_print

 

nadav_kander_erin_narcissus
Foto: Erin O’connor as Narcissus by Nadav Kander, 2004.

É sempre mais fácil achar que a culpa é do outro

O tempo? Implacável. 2017 iniciou em ritmo acelerado. Na expectativa de resgatar o que ficou inacabado no ano anterior, estou buscando transformar ideias (e sonhos!), em projetos reais. Inovadores, arrojados e arrebatadores, eles foram alinhavados no findar de um ciclo e, encantam. Encantam porque revelam um misto de sentimentos que se renovam a cada etapa concluída. Mas, concluir não é finalizar e, esse encantamento, não se esgota. Ele ressurge durante todo o processo em que realizamos coisas. Em meu caminhar, resgato o ontem com os pés fincados no hoje e mantenho o olhar no amanhã, à frente do meu tempo. Foi assim, que me dei conta da relevância de algumas frases conhecidas, que são amplamente expressivas em contemporaneidade, como: “Quem é meu capitão?”, “A quem servimos?” e “Por quem os sinos dobram?”. Nos dias 26 e 27 de janeiro, participei do Workshop Científico 3M, a respeito do Monitoramento de Esterilização para Produtos para a Saúde, em Campinas, no interior de São Paulo. Essas frases foram inseridas durante a contextualização de processo de trabalho CME (Central de Material e Esterilização), pela Professora Doutora Maria Virginia Godoy da Silva, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. “Como podemos contribuir para a evolução do mercado de esterilização?”, foi o tema central da discussão.  E o subtema do qual fizemos parte, discutiu a implementação de melhores práticas no processo, considerando os aspectos de barreiras, dores, desafios, oportunidades, ideias e inovação. Quantos pontos importantes para refletir, não? De corpo presente, fiz uma autoanálise e pude perceber que me encontro em um momento mágico. Especial. Dessa forma, obtive as respostas que estava procurando sem muita excitação. Confesso: me senti confortável com as minhas. Afinal, ninguém melhor do que nós mesmos para sabermos o que se passa em nosso interior. Embasada nessa premissa, pude concluir que, sem dúvidas, as respostas que cada um obtém, reflete aquilo que se é. Então, vamos lá! Se você me permite, te convido a fazer um exercício rápido. Pare as suas atividades na CME por alguns instantes e responda aos questionamentos propostos (“Quem é meu capitão?”, “A quem servimos?” e “Por quem os sinos dobram?”), considerando todos os aspectos das atividades desenvolvidas por você em serviço. Não se boicote. Coragem! E então? As respostas foram imediatas? Um pouco mais demoradas? Não houveram respostas? Esteja preparado para sentir-se despido pelas respostas revelarem que, muitas vezes, tudo o que você pensava ser, na verdade, não é. Em qualquer situação, você poderá se surpreender. Acredito que todos somos passíveis de melhora, de transformação e, para isso, basta “querer” melhorar, “querer” transformar, já que para ser feliz, é preciso olhar as coisas como elas são. Quer verdade mais libertadora que esta? Diante de tudo isso, seja honesto consigo mesmo mais uma vez e, responda a essas duas últimas perguntas: “Como você contribui para a melhoria dos processos desenvolvidos na CME?” e “Qual o nível de segurança desses processos?”. A música “Por quem os sinos dobram”, do Raul Seixas, ilustra bem o clímax abordado no trecho: “o ego de suas palavras não repercutem em nada, é sempre mais fácil achar que a culpa é dos outros, evita o aperto de mão de um possível aliado, convence as paredes do quarto e dorme tranquilo, sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo.” O poema “Invictus”, do poeta inglês, William Ernest Henley, também revela: “A ameaça do tempo vai me encontrar e vai me achar destemido, não importa se o portão é estreito, não importa o tamanho do castigo, eu sou dono do meu destino, eu sou capitão de minha alma”. Esse poema inspirou Nelson Mandela na prisão e também serviu de inspiração para o título do filme do diretor Clint Eastwood. Outra sugestão para analisar, é o romance do escritor norte americano, Ernest Hemingway, “Por quem os sinos dobram?”, que aborda a condição humana ao retratar o absurdo da guerra. Pois bem! Como tudo tem um lado positivo, posso revelar que o meu é fazer contraponto de vários aspectos toda vez que me sinto desafiada. De forma contundente, acho que é um bom começo. Após tanta discussão e reflexão, finalizo o evento da 3M com o “Momento Inspiração”, proposto para todos os participantes, no Espaço “Lá na Vila, onde compartilho para receber o Carnaval que celebramos este mês de fevereiro, a obra de arte “Fita Zebrada em Tempos de MOMO”, da artista Maria Virginia Godoy da Silva.

Um grande abraço,

Enf. Ana Miranda

 

396633d6-5a02-4cf4-a396-a94bbf2f83fb
Maria Virginia Godoy da Silva

 

Obra de arte: Fita zebrada em tempos de MOMO
Artista: Maria Virginia Godoy da Silva
Dimensões: 60cmx50cm
Localização: Em todas as CMEs do Brasil
Material: Tinta Acrílica
Criação: 2017
Período: Atual

Imprima sua noticia!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Noticias Relacionadas

categorias

redes sociais