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Colunista Anacris Mancussi: “O que te inspira para se vestir?”

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“O que te inspira para se vestir?” | Foto: Divulgação Internet

Para a grande maioria das pessoas, vestir-se significa transparecer algo. Seja mostrar a personalidade, gostos pessoais, relação com a memória afetiva, ter segurança para conquistar algo, ligação com algum ídolo ou referência, inspiração com aquilo que admira, pode ter elementos da cultura, história, tribo urbana, religião, humor, energia ou, apenas, a roupa não passa de… roupa. A questão é que todos temos um ponto de partida na hora de escolher o que vestir.

A consultora de imagem pessoal, corporativa-empresarial e visagista, Anacris Mancussi, também é enfermeira e professora aposentada da Escola de Enfermagem da USP e assina todo mês, o espaço de colunistas do Portal NasceCME para falar sobre Consultoria de Imagem. Acompanhe o que Anacris preparou para este mês.

Boa leitura!

“O que te inspira para se vestir?

Por Anacris Mancussi
Consultora de Imagem e Visagista

E então, por que nos vestimos?
Parece simples e óbvio, mas, também, o óbvio precisa ser dito, principalmente para nós e sobre nós.
O vestir-se causa impacto sobre nós mesmos, o que pode ser desvendado para lidarmos melhor com o nosso dia a dia.
Mas, quais são as funções das roupas?
Podemos comentar sobre basicamente 4 funções ou motivos pelos quais nos vestimos e como nos vestimos.
Primeiramente a função física que implica em proteção e ajuste às condições climáticas, conforme o ambiente em que vivemos e com os recursos apropriados para atender a esta função primordial.
Nossa pele e corpo foram se modificando ao longo de milhões e milhões de anos e, por condições de adaptação, clima, saúde e limpeza (ou manutenção das condições de higiene), nos cobrimos ou vestimos.
As roupas têm, também, função psicológica e afetiva-emocional.
Segurança, aceitação, diferenciação, pudor, bem estar, conforto, individualização, entre outros aspectos, podem caracterizar a função psicológica das vestimentas.
Função estética por destacar e valorizar a aparência, pelo conforto, por adornar, enfeitar, ornar. E social, pela sensação coletiva de pertencimento, inclusão, protesto, atribuição, identificação pessoal e profissional, econômica, conceitos, crenças e valores, novos paradigmas.
Estas funções combinadas têm o seu desenvolvimento ao longo do tempo, seja individualmente, coletivamente e culturalmente.
Junto de tudo isso, o que prevalece é a personalidade, a pessoa que veste a roupa e se expressa por meio dela. Apresenta-se ao mundo.
E por que a luta diária, para muitas pessoas, entre ter roupas e usar roupas, combinar e descombinar?
Ter é consumir racionalmente, mas, é prioritariamente usar, dar função, propósito, finalidade, prazer, porque, vestir é sensação, é sentir, é ser e estar.
Vestir é conhecer-se. Enxergar o acervo pessoal no guarda roupas. É acreditar que com menos fazemos mais. Saber escolher, usar e fazer durar.
Na consultoria de imagem, chamamos guarda roupas funcional, inteligente e até divertido, o armário que reflete a nossa personalidade, nossos estilos de vida pessoal e profissional. É o armário que tem peças chave e condizentes com o nosso dia a dia.
Looks pensados, práticos, versáteis, funcionais e acessíveis financeiramente compõem o guarda roupas inteligente.
Um armário abarrotado de peças de roupas e acessórios dá a falsa segurança de que muito se tem e se pode combinar de infinitas maneiras. Não é verdadeiro, pois, até esquecemos o que temos, quais são as cores, modelagens, por que não está a nossa vista.
Nos dias atuais, nas cidades, nos ambientes conectados, o que nos inspira para vestir diariamente?
Independentemente de tempos de crise, usamos cerca de 20% do nosso guarda roupas, entre roupas, calçados, bolsas e outros acessórios.
Também não é uma questão de certo e errado, de receitas. É praticidade, versatilidade, personalidade. É sentir e criar.
Volto à pergunta inicial, o que nos inspira então para vestir?
Primeiramente, para todos nós, vale olhar-se no espelho de corpo inteiro para admirar-se, valorizar nossos pontos fortes e reconhecer os pontos vulneráveis. Isto não significa que usar tudo preto ou tons escuros, todos os dias, são práticos, está sempre na moda, emagrece e fica bem para todos.
Admire-se no espelho, reconheça seu corpo como seu patrimônio, seu acervo.
Saiba da sua agenda, do seu ritmo, das suas expectativas para cada dia.
Na consultoria de imagem, costumo dizer aos clientes ou em palestras e, agora escrevendo que, menos é mais. Que existem dias, um ou dois, um feriado, parte das férias, momentos privilegiados e íntimos entre nós e nosso guarda roupas. Reciprocidade define. Uma relação estreita e vitalícia.
E assim, numa tarde qualquer, paramos para discutir esta relação.
Então abra o seu armário.
Você se enxerga lá?
E a cada peça, pergunte-se carinhosamente: “Eu usei esta peça no último ano?”. “É o meu número atual?”. “Para quais situações eu preciso dela?”. “Quantas peças iguais a esta estão no meu armário?”. “Quais cores predominam no meu guarda roupas?”. “Quais eu não gosto, embora as tenha?”. “Como é o meu dia a dia pessoal e profissional – o que tenho no armário atende as minhas necessidades cotidianas?”
E a discussão vai se desenrolando e acordos amistosos são pactuados entre nós e o nosso armário.
Um aspecto importante é nos encontrarmos no guarda roupas.
Renove o seu olhar antes de comprar, consumir. Você pode trocar ou consertar, transformar, customizar. Resignificar cada peça sua.
Vale uma dica preciosa da consultoria de imagem e do visagismo: uma peça de baixo, calça ou saia, pode ser usada ou repetida com 3 a 4 peças de cima, entre blusas, camisas. Juntando a isto a terceira peça, que pode ser um blazer, uma suéter, um cardigã, casaqueto, jaqueta etc, você amplia muito as possíveis combinações.
Outra preciosidade é doar. Retiremos do armário as peças que não são usadas. Dê destino, deixe outra pessoa ser feliz. Desapego faz fluir a energia.
Peças básicas e clássicas enriquecem o nosso armário. Para as peças de moda e tendência no máximo 10% de todo o montante de peças, não mais que isso.
Pode repetir looks sim!
Assim, o que nos inspira ao vestir é abrir o guarda roupas e nos enxergarmos lá, exatamente como somos e estamos.
É o nosso acervo, o nosso cantinho, as nossas cores, a nossa personalidade.
É muito agradável e até divertido abrir o guarda roupas e admirar-se ali mesmo. Seu cheiro, seus estilos e de uma maneira prática, fazer uma combinação para aquele dia, com duas a três cores, alguma estampa ou textura conhecendo o universo onde você irá circular e transmitir as melhores sensações e mensagens, de ser bem lembrado (a).
Use todas as suas roupas, leve-as para passear, faça-as durar. Dê significado e resignificado ao seu vestir.
E, para finalizar, somente compre peças se você conseguir propor 3 a 4 looks para ela, se realmente precisar no seu dia a dia. Saiba quem fabricou e quem fez a peça, use o seu número e não o número que pretende ao emagrecer daqui um tempo.
Cuide bem das peças. Arejar após o uso faz bem, repregue botões e zíperes, faça ajustes necessários, leia a etiqueta e aproveite ao máximo as suas peças.
E aí? O que te inspira para se vestir!

Anacris Mancussi

Instagram: @anamancussi

E-mail: [email protected]

Facebook: Anacris Mancussi Consultoria de imagem

Consultoria de imagem pessoal e profissional-corporativa
Assessoria de imagem para empresas, Visagismo, Coloração pessoal, Customização e imagem, Palestras.

Foto Casa Cor 2017 julho

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