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Lean Healthcare: Mentalidade Enxuta nos Hospitais.

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Sabemos que grande parte dos esforços e recursos aplicados na saúde são desperdiçados. Não são só recursos materiais, visíveis. Muitos dos desperdícios são em processos mal feitos, movimentações desnecessárias, informações inadequadas, pessoas não capacitadas, etc.
Por isso, quanto mais aprendo sobre Lean Manufacturing ou Mentalidade Enxuta, ou também chamado Sistema Toyota de Produção, mais me convenço que esta filosofia de gestão nasceu para ser aplicada em organizações hospitalares.
Para quem ainda não conhece o Lean Manufacturing é uma filosofia de gestão focada na redução dos sete tipos de desperdícios: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos. Eliminando esses desperdícios, a qualidade melhora e o tempo e custo de produção diminuem.
Esta filosofia já é amplamente utilizada pelas indústrias, e também tomou corpo no setor de serviços, porém somente agora começa a ser pensada com força para ser implementada em hospitais, apesar de ter algumas referências que começou a ser implantado na década de 1990.
O Lean em hospitais é a revolução, é a inovação, é a peça que está faltando para melhorar a gestão nos hospitais e pode ser amplamente complementada pela Acreditação Hospitalar.
Os pontos chave do Lean Manufacturing são:
  • Qualidade total imediata. – Ir em busca do “zero defeito”, e detecção e solução dos problemas em sua origem.
  • Minimização do desperdício. – Eliminação de todas as atividades que não têm valor agregado e redes de segurança, otimização do uso dos recursos escassos (capital, pessoas e espaço).
  • Melhoria contínua. – Redução de custos, melhoria da qualidade, aumento da produtividade e compartilhamento da informação
  • Processos “pull”. – Os produtos são retirados pelo cliente final, e não empurrados para o fim da cadeia de produção.
  • Flexibilidade. – Produzir rapidamente diferentes lotes de grande variedade de produtos, sem comprometer a eficiência devido a volumes menores de produção.
  • Construção e manutenção de uma relação a longo prazo com os fornecedores tomando acordos para compartilhar o risco, os custos e a informação.
Lean é basicamente tudo o que concerne a obtenção de materiais corretos, no local correto, na quantidade correta, minimizando o desperdício, sendo flexível e aberto a mudanças.
Dessa forma podemos dizer que os conceitos e princípios do Lean parecem que foram feitos sob medida para hospitais: determinação de valor ao cliente, análise da cadeia de valor, conscientização do que o cliente quer (saber realmente quem é o cliente), fluxo contínuo e eliminação de gargalos, fazer somente o necessário na quantidade necessária e no momento necessário, análise e eliminação dos focos do desperdícios, saber diferenciar custos necessários de desperdícios, ir até o local onde está o problema e “sentir” porque ele ocorre, não se importar com quem resolva o problema desde que ele seja resolvido, e, principalmente, a melhoria contínua em busca da perfeição.
Muitas outras coisas podem ser ditas, muitas ferramentas são utilizadas, muito treinamento e conversas devem ser feitas, mas esta filosofia de gestão é algo que falta nos hospitais, onde as mesmas coisas são feitas da mesma maneira há muito tempo e não se tem noção do porque os prejuízos se acumulam.
 
É mais fácil ficar na zona de conforto, sem fazer nada que possa fazer a diferença e colocar a culpa nos valores pagos pelo SUS e pelas Operadoras de Planos de Saúde. Mas o grande foco é mudar a cultura existente de “como se faz”.
Em resumo, esta filosofia de gestão procura sempre “fazer mais com menos”. Ou melhor, procura mudar o culturalismo dos hospitais, pois, nas organizações hospitalares temos a tendência de classificar tudo que é errado como “cultural”, quando na verdade isso não tem a ver com cultura, no sentido acadêmico da palavra.
Nesse sentido, o Lean também tem a intenção de mudar a cultura (e acabar com os culturalismos) em prol de um organização mais produtiva, sem que haja necessidade de investimentos em obras civis ou aquisição de equipamentos, contando apenas com treinamentos e repensar processos.
Algumas iniciativas de hospitais brasileiros já mostram resultados animadores a respeito de diminuição de desperdícios e melhor utilização de sua capacidade instalada com a utilização do Lean Manufacturing.
Então, mãos à obra, vamos aprender sobre o assunto, contratar consultorias especializadas, desenhar os processos atuais, discutir o que pode ser melhorado, reduzir desperdícios e tornar as organizações hospitalares sustentáveis.
 
 
Fonte: Hmdoctors

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