Simpósio: Segurança do Paciente e a Interface entre os Serviços de CME, Centro Cirúrgico e Controle de Infecção Hospitalar
Evento foi realizado no dia 27 de Julho, em Bauru, no auditório do Hospital Estadual.
O NasceCME Group e a FAMESP Bauru (www.famesp.org.br) realizaram no último dia 27/07 no auditório do hospital Estadual de Bauru o simpósio: Segurança do Paciente e a interface entre os serviços de CME, Centro Cirúrgico e Controle de Infecção Hospitalar.
A estrutura do evento foi concebida para permitir aproximação efetiva entre os palestrantes e público assistente, favorecendo o debate. A anfitriã Ana Paula Neves Quintino – Supervisora Técnica das CMEs das Unidades FAMESP Bauru, deu as boas-vindas a todos e também para Ana Miranda, Diretora executiva do NasceCME Group.
Ana Miranda manifestou sua satisfação e agradecimento de poder contar com o apoio institucional da FAMESP neste evento, bem como nominalmente também agradeceu aos palestrantes, moderadores e patrocinadores.
Palestras e Atividades
As atividades científicas da manhã tiveram início com a apresentação da palestra “Segurança do Paciente e a interface entre os serviços de CME, Centro Cirúrgico e Controle de Infecção Hospitalar”, temática muito bem elaborada e desenvolvida brilhantemente por Ana Paula, que fez um breve resumo introdutório dos programas internacionais e nacionais sobre segurança do paciente, chamando a atenção para pontos de convergências das três áreas em comum (CME, Centro Cirúrgico e SCIH), destacando como aspecto relevante as condições de capacitação, conhecimento e envolvimento de cada profissional na busca de um atendimento seguro ao paciente
A seguir, Luciana Martins, especialista de produtos da empresa Comercial 3 Albe e linha Laboratório Anios, abordou o tema “A importância da utilização de saneantes qualificados frente ao atendimento seguro do paciente”. Luciana, que é enfermeira especialista em epidemiologia e controle de infecção hospitalar, resgatou alguns conceitos básicos de microbiologia e cadeia de infecção. Sua apresentação focou nos aspectos peculiares dos saneantes para desinfecção de artigos e superfícies, considerando as regulamentações vigentes. Lembrou também da importância do conhecimento por parte dos usuários dos laudos dos desinfetantes de alto nível frente ao espectro microbiano, e ainda os laudos de eficácia do produto versus concentração.
Dando continuidade as atividades da manhã, Ana Miranda discorreu sobre a temática “Práticas questionáveis em CME versus Segurança do Paciente”, que abrangeu os subtemas: esterilização de talco, uso de luvas no preparo de instrumentos cirúrgicos, uso de uniforme privativo na CME, pacote molhado e processamento de utensílios (comadre e papagaio na CME). Ana iniciou a apresentação com um questionamento sobre qual o propósito da CME, traçando um paralelo com ciência da esterilização e consciência estéril. Prosseguiu abordando as indicações clínicas para o emprego de talco estéril, efeitos colaterais e composição recomendada do pó de talco para tratamento médico, a necessidade de isenção de amianto e a incompatibilidade do pó de talco com o processo de esterilização a vapor.
Depois abordou o polêmico tema sobre o uso de luvas no preparo dos instrumentos cirúrgicos, que gera discussão nacional e internacional. Usou como base na sua apresentação um referencial teórico, regulamento técnico e manual da OMS. O regulamento técnico RDC n.15 estabelece o uso de luvas no preparo. Mas, em contrapartida, a OMS não recomenda. Segundo a palestrante o tema merece mais discussão. Ela também citou o microbiologista Gerard Collange que está pesquisando sobre o tema na Irlanda.
Com relação ao subtema “Uniforme Privativo na CME”, a palestrante citou os artigos (30 e 32) do regulamento técnico RDC n.15 , e ainda o contido no SOMASUS sobre área crítica. Destacou quais as áreas pertinentes na CME (irrestrita e semirrestrita) e as indicações de uso privativo. Complementado sua apresentação, citou recomendações e manuais internacionais. Ana também palestrou sobre mais um subtema polêmico: “Pacote molhado”. Iniciou apresentado a definição de pacote molhado, citou diretrizes (AAMI A4:2013 Wet Packs), AORN e ainda aspectos que podem gerar e como prevenir pacotes molhados. Conforme recomendações internacionais, um pacote molhado é considerado contaminado.
O intervalo destinado ao almoço foi recheado não apenas com deliciosas guloseimas, descontração e bate papo, mas também houve tempo para muita criatividade, interatividade de todos os presentes no espaço “Aprender brincando”. O objetivo desta atividade foi de resgatar conceitos, avaliar conhecimentos e aquecer o grupo para as palestras seguintes. Todo o material lúdico da atividade foi caprichosamente feito por Cristina Garcia, gerente de produtos comercial 3 Albe linha Anios.
Realmente a galera, curtiu, aprendeu e se divertiu!!!
O último palestrante, Philippe Nicolai, especialista em Higiene Hospitalar e Diretor no Brasil do Laboratório Anios, abordou 2 temas, contando com a moderação do Prof. Dr. Dirceu Carrara do Serviço de Controle de Infecção do INCOR FMUSP São Paulo.
A primeira palestra de Philippe, “Ácido peracético: aspectos práticos, eficácia e indicação de uso objetivando segurança do paciente”, despertou expectativas tendo em vista as frequentes dúvidas com relação a este produto, em termos de indicação, formulação e eficácia.
Philippe iniciou sua apresentação contando a história secular do Laboratório Anios no combate aos microorganismos, comentou sobre a abrangência da empresa a nível internacional (estão presentes em mais de 85 países) e sobre o estreito relacionamento com o laboratório Pasteur. Destacou os aspectos de eco-responsabilidade no desenvolvimento e fabricação dos produtos como requisito fundamental para empresa.
O palestrante foi objetivamente técnico. Falou das diferentes formulações do ácido peracético como desinfetante de alto nível especial na endoscopia. Philippe traçou um paralelo entre os saneantes comercializados versus ácido peracético. Apresentou ainda indicações de uso, contra indicações do produto, dando destaque a nova síntesis de ácido peracetico e de pH da solução.
O moderador, Dr. Dirceu Carrara, complementou a apresentação do palestrante relatando a experiência com o ácido peracético na prática e os estudos desenvolvidos sobre a ação do produto.
Na sua segunda apresentação, Philippe tratou o tema “Novos conceitos em higienização das mãos: a equipe cirúrgica e a implementação prática”. A introdução de um novo conceito é sempre um grande desafio em qualquer segmento da saúde. O palestrante abordou o tema subsidiado em normas e referencial teórico sobre a higienização das mãos com álcool gel.
Ele falou do emprego do álcool gel para a fricção cirúrgica das mãos em substituição a escovação com chlorexidina. O álcool gel contém hidratantes e dermo protetores que reduzem a irritação da pele. Falou ainda sobre os aspectos práticos, quantidade de produto necessário e tempo de fricção frente a eficácia da solução. Falou também sobre a polêmica questão da quantidade de aplicações do produto e período de eficácia durante procedimento cirúrgico. Ilustrou o tema com tabela da OMS que recomenda a utilização do álcool gel para a preparação cirúrgica das mãos com aplicações de 2X45 segundos.
O palestrante demonstrou a técnica de higienização das mãos com álcool gel e o moderador como grande expertise, complementou a apresentação trazendo a experiência na introdução deste novo conceito no seu local de trabalho.
Seguem mais fotos do evento: