Pesquisa sobre melhoria da qualidade e desafios para os serviços e sistemas de saúde




O cliente reclamou? ainda bem!

Quase ninguém gosta de ouvir reclamação. Mesmo quando a crítica é construtiva, é difícil encará-la como algo proveitoso e positivo. No mundo corporativo, quando se fala em atendimento ao cliente e prestação de serviços, ouvir reclamações é algo relativamente comum, mas a forma de receber e dar tratamento às queixas é que pode fazer toda a diferença para a organização.

Pense bem: o que você tem a ganhar enfrentando um cliente insatisfeito ou sendo indiferente à sua queixa? Há pelo menos três aspectos altamente benéficos em uma reclamação:

1) Quando um cliente diz para a empresa com a qual mantém uma relação comercial que está insatisfeito com um determinado produto ou serviço prestado, significa simplesmente que ele deseja fazer alguns ajustes nesse relacionamento. É como um casamento: quando um reclama do outro é porque existe sentimento suficiente para se resgatar e manter a relação.

 

Muito pior seria se o cliente tratasse a empresa com indiferença. Quando um cliente está incomodado, mas não fala nada, no momento em que menos se espera ele migra, espontaneamente e quietinho, para a concorrência. Ainda fazendo analogia ao casamento, uma reclamação é um sinal de alerta importante para ambos repensarem o relacionamento. Portanto, na maioria das vezes, não há motivo para se ofender com uma crítica. Ela pode ser um instrumento excelente para aperfeiçoamento pessoal e profissional.

 

2) Outro aspecto positivo é que a reclamação de um cliente pode servir como consultoria, ainda que involuntária, para a empresa. Na maioria das vezes, ele mostra, de maneira inequívoca, sincera e gratuita, uma série de erros que ela vem cometendo, sem ao menos se dar conta. Uma consultoria, aliás, cobra caro para dar os mesmos conselhos que o cliente pode dar.

 

3) Caso a empresa não possa atender ao pedido do cliente, que pelo menos lhe dê atenção, garantindo que ele seja ouvido. Tanto quanto obter soluções, as pessoas desejam ser ouvidas e seus pontos de vista respeitados. Saber ouvir é algo que não implica custo financeiro para a organização, mas ainda assim é uma qualidade muito desejada num profissional, independentemente do setor em que atua.

Portanto, ao ouvir uma crítica, procure todos os aspectos positivos que ela pode trazer. Se você conseguir focar apenas neles, evitando a tendência natural de confrontar o cliente ou esquivar-se do problema, todos saem ganhando – o cliente é ouvido, a empresa consegue retê-lo e o profissional aprende que, com flexibilidade e jogo de cintura, pode transformar um problema em aprendizado, fidelização e melhores resultados.

 

Muito longe de ser um inimigo, um cliente insatisfeito pode ser fonte de informações valiosas para a melhoria no atendimento e na gestão da empresa.

 

 

 

 

 

Fonte: Sbcc




Cirúrgia Segura




Instrumental cirúrgico

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Associação Nacional de Esterilização Portugal




Frutas ajudam a prevenir doenças e envelhecimento

Com as altas temperaturas, o corpo fica bastante vulnerável. Por isso, neste verão, abuse dos líquidos para hidratar o corpo e das frutas.

De acordo com a nutricionista Cintya Bassi, as frutas possuem nutrientes capazes de fortalecer o sistema imunológico, auxiliar na prevenção de doenças e envelhecimento do organismo.

 — As frutas podem ser incluídas nas saladas e contribuem ainda para deixar o prato mais saboroso.

Outro ingrediente que não pode faltar no prato é a proteína, pois é fundamental para o crescimento, reparação e conservação de órgãos, músculos e células. Segundo Cintya, a proteína deve constituir entre 10% e 15% do valor calórico da refeição, e isso é facilmente obtido com o consumo de leites e derivados, carnes e leguminosas.

Já a nutricionista Dolores Milaré, do Iamps (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), chama atenção para os alimentos que devem ser evitados no verão.

— Doces, refrigerantes, sal em excesso, sucos industrializados e alimentos bastante gordurosos e de difícil digestão não são recomendáveis.

 

 

 

 

Fonte: R7




Nova lei moderniza o trabalho da vigilância sanitária no país

Foi publicada nesta terça-feira (20/01) a lei 13.097/15 que traz uma série de inovações para o trabalho da vigilância sanitária no Brasil, atualizando normas legais, algumas com mais de 40 anos de existência. Essa publicação é a continuação da atualização dos marcos legais da vigilância sanitária, que se iniciou com duas outras importantes alterações na legislação sanitária nos últimos anos, a Lei 13.043/14 e o Decreto 8.077/13.

A nova lei traz inovações que vão alterar a forma de se fazer a regulação sanitária no país, dando mais flexibilidade à Anvisa e ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária para priorizar as situações de risco que mais impactam na vida do cidadão e no desenvolvimento do setor produtivo. Um exemplo é o registro de produtos que poderá ter sua validade variável e com prazo máximo de 10 anos. Até então, o prazo dos registros era de cinco anos para qualquer produto, independentemente de suas características de produção e riscos inerentes. Esta medida alcança os medicamentos, produtos e equipamentos médicos, cosméticos e saneantes.

Outra medida que deve gerar grande repercussão é a possibilidade de que a Anvisa se utilize dos relatórios de inspeção das agências sanitárias de outros países e credencie outras instituições para a realização de inspeções. Trata-se de um alinhamento à tendência internacional de que as autoridades sanitárias trabalhem em cooperação.

A norma também vai permitir uma ampliação da rede de laboratório que realizam análises de controle e fiscalização para a vigilância sanitária, isso porque a Anvisa ou os próprios laboratórios oficiais poderão credenciar outros laboratórios públicos ou privados para este fim. A expectativa é que a capacidade de monitoramento dos produtos que estão no mercado se amplie no país, dando mais segurança sobre o que é consumido pela população. A evolução da regulação sanitária no país vem apontando que é preciso avançar no monitoramento do pós mercado, ou seja, daquilo que está efetivamente nas prateleiras e sendo utilizado pelos consumidores.

A lei atualiza ainda as regras sobre transferência de titularidade de registros entre empresas, a isenção de renovação para a Autorização de Funcionamento de Empresas, e cria a renovação simplificada de registro para medicamento que esteja há pelo menos 10 anos no mercado e sobre os quais não existam relatos significativos de ineficiência ou efeitos adversos.

As normas atualizadas pela Lei 13.097/15 são as leis 6.360/76, a 5.991/73 e a 8.080/90. A diretoria da Agência já determinou providências no sentido de adequar as normas vigentes à nova Lei, como por exemplo, que todos os temas que dependem de regulamentação estejam na próxima Agenda Regulatória, que é o documento que lista as regulamentações que serão tratadas pela instituição.

A Anvisa trabalhará de forma integrada com as Vigilâncias Sanitária de Estados e Municípios na implementação da nova lei, pois medidas como o novo modelo de autorizações de funcionamento e a rede de laboratórios exigirão uma atuação conjunta dessas esferas.

Fonte: Anvisa




Filtração e vazão do ar à luz das novas normas

 

 

A relação entre a causa e efeito das condições ambientais observadas em áreas internas, e os níveis de alterações da saúde de seus ocupantes através de fontes poluentes de origem física, química ou microbiológica é assunto recorrente quando se trata da qualidade interna do ar.
Atualmente a preocupação com os poluentes dos ambientes interiores está cada vez mais presente nas edificações corporativas, principalmente na questão da sustentabilidade, onde a busca por certificações verdes como o selo LEED (Leedership in Energy and Environmental Design) adotado pelos green buildings, exigem os critérios mínimos de filtração e vazão do ar para assegurar a preservação da saúde e qualidade de vida dos usuários.
De acordo com Eduardo Bertomeu, da Aeroglass, a norma brasileira que rege questões de QAI é a NBR 16401-3, além da ANVISA RE-09.
“A classificação de filtragem conforme a utilização do recinto está especificada na Tabela 5 – página 11 da NBR 16401-3 e abrangem 17categorias de ambientes que vão desde residências a teatro, cinemas, etc. Quanto a vazão de ar exterior mínima, esta é calculada segundo os parâmetros especificados na Tabela 1 – página 5 e abrange inúmeros tipos de ambientes divididos em nove grandes categorias como comercio varejista; edifícios de escritórios; bancos; edifícios públicos; esportes; estabelecimentos de ensino; hotéis; restaurantes,bares,diversão; e locais diversos. Nas taxas de renovação de ar, por exemplo, o cálculo é baseado na quantidade de ar necessária para manter a concentração de poluentes tais como CO2,SO2, Ozônio, entre outros, abaixo de certos níveis pré determinados e para cada caso é calculado de acordo com a natureza e utilização do ambiente. Cito como exemplo o anexo C – página 22 da NBR16401-3, que um valor de referencia de 7,5 l/s de ar é suficiente para manter uma concentração de cerca de 1100 a 1300 ppm de CO2 considerando o ar externo a ser introduzido com 400 a 600 ppm, já a RE-09 da ANVISA recomenda ao menos 27m3/h/pessoa.Na prática se adota o maior valor”, informa Bertomeu.

 

Ele acrescenta que as tecnologias básicas para filtração e vazão envolvem equipamentos de movimentação de ar utilizando ventilação mecânica através de ventiladores centrífugos, axiais, radiais; ou ventilação natural de acordo com o projeto do edifício, como os equipamentos de monitoração e controle de parâmetros tais como níveis de poluentes, contagem de partículas, temperatura, umidade e vazões de ar; equipamentos de filtração do ar envolvendo filtros mecânicos, inerciais, eletrostáticos, plasma, entre outros.

 

 

A classificação de filtração conforme NBR 16401 indica o tipo de filtro

“Essas tecnologias aplicadas proporcionam às instalações inúmeros benefícios, entre eles a eficiência operacional, mantendo os parâmetros de conforto, consumo e a QAI sob controle e através da monitoração, possibilitar o gerenciamento eficaz da manutenção e operação da instalação; eficiência energética ao manter a instalação sob controle no consumo energético; e sobre a saúde do usuário – o tema é amplo que vai desde o bem estar dos usuários ajudando na boa disposição ao trabalho ,garantia da saúde ocupacional incluindo a prevenção de doenças respiratórias,redução de custos com afastamentos por doenças,prevenção de ações trabalhistas,limpeza dos recintos(deposição de pó sobre móveis e utensílios) entre outros”, comenta Bertomeu.
O engenheiro Wili C. Hoffmann acrescenta que embora a NBR 16401 parte 3, apresente as filtragens mínimas requeridas para alguns tipos de aplicações na Tabela 5, uma avaliação deve ser feita pelo projetista levando em conta diversas condições específicas, que vai desde a localização geográfica da instalação até a densidade de pessoas e atividades desenvolvidas nos ambientes internos para flexibilizar estas indicações.
“Em casos especiais, alguns projetistas preferem utilizar a filtragem mínima indicada nesta norma a especificar uma filtragem menos eficiente. O fato é que muitos estudos ainda precisam ser feitos para dar condições da escolha correta da eficiência dos filtros em função da concentração de tamanho de partículas de certo tamanho são geradas internamente ou se encontram no ambiente externo. Também defendemos que, sempre que possível, seja diferenciada a filtragem do ar externo da do ar de recirculação, pois a natureza das partículas de cada lugar se difere muito”, explica Hoffmann.
Para ele, o simples descumprimento da norma, com o intuito de economizar na instalação, pode colocar em risco a saúde do usuário do ambiente, porém, Hoffmann admite que, algumas vezes, o que se encontra nas normas tem equívocos oriundos do conhecimento que se tinha sobre o assunto no momento em que estas foram escritas, e isto pode tornar algumas exigências desnecessárias, uma vez que o conhecimento que temos agora assegura. Isto sempre causa um impasse nos projetistas.
“Usar o que está na norma, mesmo sabendo-se que está defasado, ou arriscar uma adaptação com uma justificativa (racional) descrevendo o motivo? Isto vai da segurança de cada profissional no conhecimento do assunto”, diz Hoffmann.

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Análise de desconforto térmico local em ambientes cirúrgicos com o uso de manequim, medição de variáveis ambientais e avaliação subjetiva

Na avaliação de conforto térmico em ambientes interiores não basta analisar as condições de conforto para o corpo como um todo, pois há a necessidade de se analisar também as condições de desconforto térmico local. Em ambientes complexos, tais como os ambientes cirúrgicos, onde os membros da equipe cirúrgica ocupam diferentes posições no ambiente e desempenham atividades distintas, a análise de condições de desconforto térmico local torna-se ainda mais premente. No presente trabalho foram analisadas condições de desconforto térmico local devido a assimetrias da temperatura radiante, diferença vertical de temperatura do ar e risco de correntes
de ar utilizando manequim, medição de variáveis ambientais e avaliação subjetiva. Resultados da avaliação subjetiva mostraram níveis de insatisfação de até 35 % dos anestesistas e enfermeiros com correntes de ar e de até 85% dos cirurgiões com o calor do foco cirúrgico. Resultados similares foram obtidos a partir da medição de variáveis ambientais e com o uso de manequim. Estes resultados ressaltam ainda mais a grande dificuldade de se prover condições de conforto térmico neste tipo de ambiente. Entretanto, a utilização de diferentes ferramentas de análise pode auxiliar na busca de se prover condições de conforto térmico as melhores possíveis para todos os membros da equipe cirúrgica.
Palavras-chave: Desconforto térmico local. Manequins. Temperaturas equivalentes. Avaliação subjetiva. Ambientes cirúrgicos.

 

 

Introdução 

Hospitais e demais instalações médicas constituem-se em ambientes complexos que requerem ventilação adequada para o controle de
contaminação aérea e para o conforto de pacientes, de pessoal e de visitantes. Essa maior complexidade dos ambientes hospitalares requer que os sistemas de tratamento de ar e de ventilação possuam funções mais abrangentes que aquelas de outros tipos de
edificações. Nesse caso, envolvem a proteção de funcionários e pacientes suscetíveis a agentes patogênicos transportados pelo ar, a minimização dos riscos de transmissão de agentes patogênicos transportados pelo ar por pacientes infectados, a remoção e controle de odores, e a manutenção da temperatura e da umidade do ar no recinto em níveis confortáveis para os funcionários, pacientes
e visitantes (AMERICAN…, 1996). Em ambientes cirúrgicos, a necessidade ainda mais premente de diminuir os riscos de infecções dos
pacientes e dos profissionais de saúde (BEGGS, 2003; HOWORTH, 1993; WHYTE et al., 1992; WHYTE; HODGSON; TINKLER, 1982), na
maioria das vezes coloca o conforto térmico em segundo plano, embora condições de conforto do cirurgião e da equipe médica necessitem ser as melhores possíveis para que trabalhem em condições favoráveis para o sucesso do procedimento cirúrgico. Adicionalmente, é necessário atenção para as condições do paciente, para que condições desfavoráveis de conforto
térmico não comprometam ainda mais seu estado de saúde (FELIX, 2008). Outro aspecto importante a considerar-se é a forma
como o ar movimenta-se no interior da sala cirúrgica. A movimentação do ar terá um padrão característico do sistema de insuflamento utilizado com perfis de temperatura e velocidade completamente diferentes daqueles verificados em outros ambientes com outros tipos de sistemas de ventilação (PEREIRA; TRIBESS, 2005), que influenciam diretamente no risco de contaminação aérea e no conforto térmico da equipe cirúrgica e do paciente.
Prover condições de conforto térmico para os membros da equipe cirúrgica não é tarefa fácil. Em trabalho anterior dos autores do presente artigo (FELIX et al., 2010), foram apresentados resultados de estudo comparativo de condições de conforto térmico em salas cirúrgicas a partir dos resultados de medição de variáveis ambientais obtidos por Felix (2008), Mora, English e Athienitis (2001) e Wyon, Lidwell e Willians (1968). Os resultados daquele estudo mostraram valores de temperaturas equivalentes, Teq, de conforto térmico praticamente iguais nos três trabalhos, em torno de 22 oC para todos os membros da equipe cirúrgica, com Teq dado pela
Equação 1 (MADSEN; OLESEN; KRISTENSEN, 1984):
Eq. 1 Onde:
Teq = temperatura equivalente [ºC];
Var = velocidade média do ar [m/s];
= temperatura radiante média [ºC];
Tar = temperatura do ar [ºC]; e
IR = índice de isolamento total da roupa [clo].
Esse resultado é particularmente útil, pois permite juntamente com a utilização da Equação 1, avaliar diferentes condições ambientais e pessoais em propiciar condições de conforto térmico aos diferentes membros da equipe cirúrgica. Paralelamente, resultados apresentados em Felix et al. (2010) mostraram que a aplicação do método de Fanger (1972) também é adequado na avaliação de condições de conforto térmico em salas cirúrgicas, embora seja necessário cuidado especial em sua utilização e na análise dos resultados.
É importante ressaltar que as temperaturas equivalentes da Equação 1 e os resultados do método de Fanger (1972) referem-se à análise de condições de conforto térmico para o corpo como um todo. Mas, mesmo que sejam satisfeitas as condições de conforto ou de desconforto térmico dentro dos limites aceitáveis previstos nas normas ASHRAE 55 (AMERICAN…, 2004), ISO 7730 (INTERNATIONAL…, 2005) e NBR 16401-2 (ABNT, 2008), insatisfações térmicas locais podem ocorrer ocasionando sensação de “frio” ou
“calor” em uma parte particular do corpo. Neste caso, a ASHRAE 55 (INTERNATIONAL…,
2004), a ISO 7730 (INTERNATIONAL…, 2005) e a NBR 16401-2 (ABNT, 2008) recomendam limites adicionais para a aceitação do ambiente
baseados em um critério de 5% a 15% de insatisfação. Esses percentuais não são aditivos,pois pessoas que sentem conforto ou desconforto podem sentir ou não desconforto localizado e de modos diferentes. Sendo assim, a norma admite que um ambiente estará confortável, sob os dois pontos de vista, se satisfizer a pelo menos 80% dos ocupantes.

Em complementação ao artigo de Felix et al.(2010) de análise de condições de conforto térmico em ambientes cirúrgicos, o objetivo do presente trabalho é avaliar as condições de desconforto térmico local nesses tipos de ambientes com o uso de manequim, medição de variáveis ambientais e avaliação subjetiva.

Desconforto térmico local

O desconforto térmico local ocorre devido a fatores que alteram a uniformidade no ambiente. Tais fatores podem ser devido a correntes de ar, diferença vertical de temperatura do ar, janelas ou superfícies frias ou quentes, ou variações deles. Quando ocorre um resfriamento localizado e indesejado no corpo, devido ao movimento do ar, há uma sensação de corrente de ar, que depende da velocidade do ar, da temperatura do ar, da intensidade de turbulência, da atividade e da vestimenta das pessoas.
A sensibilidade a correntes de ar é maior em partes do corpo descobertas, especialmente na região da cabeça, pescoço e ombros e na região dos pés, tornozelos e pernas, e em atividade leve ou sedentária. Assim, a ocorrência de correntes de ar
deve ser analisada principalmente na altura da cabeça e tronco das pessoas (1,10 m do piso para pessoas sentadas e 1,70 m para pessoas em pé). Se a pessoa estiver com as pernas descobertas, deve ser feita a verificação também no nível a 0,10 m do piso.

Segundo Fanger et al. (1988), para atividade sedentária ou leve, o percentual de insatisfação (DR) com as correntes de ar é dada pela Equação
Eq. 2
Onde:
Tar = temperatura do ar local [ºC];
Var = velocidade média do ar local [m/s]; e

Tu = intensidade de turbulência [%].
Na Equação 2 a intensidade de turbulência (Tu) é a relação entre o desvio padrão (DPV) e a média da velocidade do ar (Va), expressa em porcentagem. Essa relação pode ser calculada pela Equação 3, com base nos valores de velocidade do ar, medidos com intervalos de 0,2 s durante, pelo menos, 3 min, e o desvio padrão (DPV), referente à respectiva coleção de dados.

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Climatização em ambiente hospitalar

Um sistema de climatização em ambiente hospitalar deve ser capaz de garantir a melhora na qualidade do ar, além de combater doenças de transmissão aérea, evitando o risco de infecções no local.

Em função dessas premissas, a aplicação de boas práticas de engenharia e arquitetura se torna imprescindível, exigindo dos profissionais envolvidos em projetos, construção e operação de hospitais, um comprometimento maior com os aspectos de qualidade do ar interior, uma vez que essa qualidade depende da interação de vários fatores como resfriar, umidificar e purificar. O resultado final deve ser o conforto para os indivíduos e higienização e pureza do ar. No entanto, muitas vezes este resultado não é alcançado em razão da intervenção de agentes agressores físicos, químicos e biológicos, ligados tanto ao condicionamento ambiental como a procedimentos diversos como limpeza e manutenção dos ambientes, políticas de acesso, ocupação, entre outros.

Os contaminantes biológicos ou bioaerossóis, como fungos, bactérias, algas, ácaros, utilizam-se de matéria particulada (pólen, fragmentos de insetos, escamas de pele humana e pelos) como substrato, onde se multiplicam, dobrando a população a cada 20 segundos, pois dependem do parasitismo celular para reprodução e surtos de infecção hospitalar podem estar associados à contaminação do sistema de ar condicionado por estes bioaerossóis.

De acordo com a NBR 7256-2005 as áreas hospitalares são separadas considerando o potencial de risco para a ocorrência de infecção, agrupando-as em: áreas não críticas, que não são ocupadas por pacientes, como escritórios e almoxarifado; áreas semicríticas, aquelas ocupadas por pacientes que não exigem cuidados intensivos ou de isolamento, como as enfermarias e os ambulatórios; áreas críticas, aquelas que oferecem risco potencial para a infecção, sejam pelos procedimentos invasivos ou presença de pacientes imunocomprometidos ou ainda pelo risco ocupacional relacionado ao manuseio de substâncias infectantes tais como centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva, unidades de transplantes, entre outros.

Assim, a falta de uma rotina adequada de procedimentos básicos como troca de filtros e limpeza e manutenção de equipamentos podem levar a uma deterioração do meio ambiente a tal ponto que a transmissão de contaminantes por via aérea seja alarmante.

Segundo Mônica Ribeiro Costa, médica infectologista e membro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, a veiculação de microrganismos pelo ar deve ser reconhecida como fonte potencial de infecção e a exposição de profissionais e pacientes a diversos poluentes não pode ser ignorada, pois os materiais particulados nos ambientes ficam em suspensão no ar e pode demorar até 15 dias para sedimentar. Para sua remoção é necessário que o ar seja filtrado para higienização do ambiente.

Um estudo publicado pela Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiânia, sobre a qualidade do ar em ambientes hospitalares climatizados e sua influência na ocorrência de infecções, apontou cuidados importantes dentro dos padrões e normas para manutenção da qualidade do ar em ambientes hospitalares como salas de operação com isolamento protetor e pressão positiva (2.5 atm); renovação de ar com mais que 12 trocas de ar externo/ hora com uso de filtros do tipo HEPA; localização da fonte de captação de ar longe de fontes poluentes, fezes de pombos, vegetação abundante e construções; limpeza mensal dos componentes do sistema de climatização, quinzenal para os componentes hídricos e semestrais para a o sistema de dutos de ar e forros falsos.

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Enfermarias e ambulatórios são classificados como áreas semicríticas

Os sistemas de ar condicionado podem abrigar bactérias, vírus e fungos que são capazes de sobreviver em ambientes secos por longos períodos. Os principais microrganismos evidenciados como potencialmente causadores de infecção foram: Legionella pneumophila, Bacillus sp, Flavobacterium sp, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis, Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniaeActinomyces sp, Paracoccidioides sp, Aspergillus sp, Penicillium spCladosporium sp, Fusarium sp, vírus da influenza e sincicial respiratório. A bandeja do sistema de ar condicionado foi indicada como principal fonte de multiplicação microbiana, por formar biofilme e desencadear a cadeia de transmissão.

A contaminação de sistemas de ar condicionado está intrinsicamente relacionada ao risco de pacientes imunodeprimidos desenvolverem infecções. Surtos de endocardite e aspergilose foram associadas a contaminação de sistemas de ar condicionado e fluxos de ar laminar por Aspergillus sp. A Legionella sp, bactéria comumente relacionada a contaminação de sistemas de água, foi responsável por surtos de pneumonia graves, doenças febris benignas (Febre de Pontiac), pericardites, endocardites e abscessos de pele. Acinetobacter sp, Staphylococcus sp e vírus Norwalk foram associados a casos de infecção hospitalar, disseminado por ar condicionado.

Revisão da NBR 7256-2005

A Norma da ABNT NBR-7256-2005 indica parâmetros de projeto para cada ambiente hospitalar, divididos em críticos, semicríticos e não críticos, bem com formas de avaliar o controle de temperatura, umidade relativa e contaminação.

De acordo com Wili Colloza Hoffmann, diretor da Klimatu Engenharia, já são decorridos quase 10 anos desde a última revisão. Neste período já foram publicadas e revisadas outras normas que interferem diretamente, como por exemplo, a NBR 16 401-2008 (antiga NBR 6401-80), a NBR 16 101-2012 sobre filtros grossos, médios e finos, a NBR ISO 29463-1 sobre filtros de alta eficiência EPA; HEPA e ULPA.

“Sobre a revisão da norma NBR 7256-2005, o comitê ainda está trabalhando, por isso, as informações a seguir podem ser modificadas até a data da publicação. Portanto, é preciso que isto fique claro que se trata apenas de uma tendência e não um fato”, destaca Hoffmann.

As principais alterações que estão sendo propostas (mas ainda não definidas) são:

-A classificação das áreas de um Estabelecimento Assistencial de Saúde quanto ao seu uso.

– Todas as áreas que podem oferecer algum risco, conforme a Tabela 1, serão contempladas de alguma forma quanto aos parâmetros mínimos a serem considerados.

Em resumo:

PE – Ambientes Protetores – são aqueles em que são usados por pacientes imunocomprometidos de alto risco para desenvolvimento de infecção fúngica filamentosa. O que se deseja é proporcionar um ambiente isolado que não permita a penetração de contaminantes transportados pelo ar.

AII – Ambientes de isolamento por risco de infecção por aerossóis – são os ambientes utilizados para o isolamento de pacientes com suspeita ou confirmação de infecções transmitidas por aerossóis. O que se deseja é criar uma barreira para evitar a saída do contaminante gerado pelo paciente que possa contaminar os ambientes contíguos.

Ambientes de Cirurgia – são locais com características de controle de infecção que permitam procedimentos cirúrgicos invasivos, que necessitam de anestesia e ou equipamentos de suporte de funções vitais. Objetiva-se aqui a proteção tanto do paciente quanto a risco de infecção devido à condição de exposição como a equipe médica. Está ainda em discussão os ambientes de Cirurgia para pacientes que sejam possíveis fontes de infecção por aerossóis (por exemplo- tuberculose).

 Ambientes Neutros – são os locais usados pelos profissionais de saúde, pacientes, acompanhantes e visitantes em que o nível de risco de contaminação por aerossóis é baixo.

Ambiente comuns- São os demais ambientes dos EAS, assim como os ambientes não diretamente relacionados aos serviços assistenciais, tais como saguão de entrada, escritórios administrativos, auditórios, bibliotecas, nos quais deve-se utilizar a NBR 16 401 ou outras normas pertinentes. higiene-hospitalar 

Procedimentos diversos como limpeza e manutenção dos ambientes evita a transmissão de contaminantes por via aérea

Segundo o diretor da Klimatu, isto é importante, pois estabelece uma alteração naquela tabela enorme que existe na versão de 1980.

 

“Os sistemas de climatização em uma EAS é parte fundamental para se conseguir os níveis de proteção tanto do paciente, como dos demais ocupantes das áreas dentro e fora de uma EAS. Sem o qual não seria possível este controle. Porém, se os cuidados não foram tomados quanto à qualidade da instalação de climatização e sua manutenção, o tiro pode “sair pela culatra”, ou seja, pode se tornar uma fonte de contaminação. Resumindo, não dá para termos instalações seguras sem os sistemas de climatização, mas estes precisam ter a qualidade adequada para não se tornarem o vilão da história. Reforço mais uma vez que isto está em estudo ainda e pode haver mudanças significativas até o final da revisão, portanto não passam de sugestões para estudo”, conclui Hoffmann.

 

 

 

 

 

Fonte: Portal EA




Volta às aulas requer escolha cuidadosa dos alimentos que compõem a lancheira

O programa Meu Pratinho Saudável, desenvolvido pelo Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP em parceria com a LatinMed Editora em Saúde, alerta para os cuidados na escolha dos alimentos que irão compor a lancheira das crianças na volta às aulas.

Refrigerantes, bolos, doces e frituras, ricos em açúcar e gordura, devem ser substituídos por alimentos mais saudáveis, ricos em nutrientes para manter a disposição durante a aula e a concentração nos estudos (veja sugestões de cardápio abaixo).

Segundo a médica Elisabete Almeida, coordenadora do programa, um bom lanche entre as refeições, principalmente no intervalo entre as aulas, garante o um bom funcionamento do metabolismo, digestão e absorção dos nutrientes.

Ela alerta que os lanches devem conter pelo menos um alimento rico em proteínas, um alimento rico em carboidratos e um alimento de origem vegetal, podendo ser frutas, verduras ou legumes. Elisabete observa que os lanches intermediários da manhã e tarde, devem suprir de 10% a 15% das necessidades nutricionais diárias, variando conforme o consumo alimentar nas demais refeições principais.

— É importante também incluir uma garrafa de água para que a criança possa consumir durante a aula, garantindo a necessária hidratação.

O programa Meu Pratinho Saudável é voltado para crianças de seis meses a 10 anos e tem como objetivo readequar a alimentação para que comam bem e de maneira saudável. Um dos principais conceitos é que metade do prato da criança nas refeições principais seja preenchido com verduras e legumes (crus e cozidos) e que a outra metade seja preenchida com 1/4 de alimento rico em proteínas e 1/4  de alimentos ricos em carboidratos.

Exemplos de cardápios para lancheiras saudáveis

 200 ml de bebida a base de soja sabor chocolate; 1 bisnaguinha com creme vegetal; 1 banana maçã.

— 180 ml de bebida láctea sabor pêssego; 4 biscoitos tipo cream-cracker; 1 ameixa vermelha

— 1 caixinha de água de coco, 2 fatias de pão de forma integral; 1 colher (sopa) de patê de ricota temperada; 1 fatia de melancia cortada em cubinhos.

— 200 ml de suco natural de manga; 1 bisnaguinha; uma fatia de queijo branco; 1 maçã pequena

— 1 caixinha de água de coco; 4 biscoitos tipo maisena; 1 queijo processado; 1 cacho pequeno de uva

* Os lanches indicados têm entre 217 e 300 calorias e as quantidades podem variar conforme a necessidade de cada criança

 

 

 

 

Fonte: R7