Orientação para o processamento de endoscópios flexíveis

INSTRUÇÕES PERIOPERATÓRIAS
ORIENTAÇÃO – Briefing
Orientação para o processamento de endoscópios flexíveis.
Kelly Putnam, Diretor Editorial

ENDOSCÓPIOS FLEXÍVEIS

A “Orientação para o processamento de endoscópios flexíveis” atualizada detalha como minimizar a contaminação do endoscópio flexível. 1De acordo com uma revisão de lapsos relatados, deixar de fazer a pré-limpeza dos endoscópios antes do processamento, o uso de recipientes incorretos para o transporte de endoscópios contaminados e a limpeza inadequada dos canais e elevadores estavam entre os eventos de não conformidade que podem expor os pacientes a endoscópios contaminados.2 A orientação atualizada fornece recomendações baseadas em evidências para o projeto da sala de processamento de endoscópios e as melhores práticas para testes de vazamento, limpeza, inspeção e armazenamento de endoscópios flexíveis.

Projeto eficaz da sala de processamento de endoscópios
Após a pré-limpeza de endoscópios flexíveis na sala de procedimento, os membros da equipe perioperatória devem transportá-los para a área de processamento designada o mais rapidamente possível. Os funcionários devem manter os endoscópios úmidos, mas não submersos em líquido que poderia derramar ou espirrar e contaminar outras áreas. Para transportar endoscópios flexíveis do ponto de uso para a sala de processamento, os membros da equipe devem usar um recipiente fechado, a prova de vazamentos, resistente a perfurações ou um carrinho grande o suficiente para conter os endoscópios enrolados em grandes voltas para evitar danos de enrolamento apertado.
Ter uma área fisicamente separada para atividades de processamento evita a contaminação das salas de procedimento e áreas de atendimento ao paciente. “O projeto da sala de endoscopia, os protocolos estabelecidos para manter e controlar o ambiente e os procedimentos realizados na unidade, todos afetam o processamento de endoscópios flexíveis”, diz Sharon Van Wicklin, MSN, RN, CNOR, CRNFA (E), CPSN-R, PLNC, especialista sênior em prática perioperatória da AORN e principal autora da orientação. O projeto mínimo recomendado para uma área de processamento de endoscópios é uma sala individual com áreas de descontaminação e limpeza separadas para minimizar a contaminação cruzada; a orientação atualizada 2 detalha os componentes recomendados da área de processamento (por exemplo, portas automáticas ou operadas por pedal).1
Os funcionários que trabalham na sala de processamento de endoscópios devem usar máscaras cirúrgicas, proteção para os olhos, aventais impermeáveis, luvas para limpeza que se estendem sobre a manga do avental e capas impermeáveis para sapatos para protegê-los da exposição a materiais potencialmente infecciosos ao manusear os endoscópios.

Principais passos para minimizar a contaminação de endoscópios
Funcionários qualificados devem limpar e desinfetar ou esterilizar endoscópios flexíveis de acordo com as instruções de uso dos fabricantes (IFU). Limpar manualmente os endoscópios o mais rápido possível após o teste de vazamento limita a formação de biofilme. Após a limpeza manual e inspeção visual, os funcionários devem seguir as IFUs (instruções de uso dos fabricantes) para acondicionamento e esterilização ou processamento mecânico, o que ajuda a garantir uniformidade e limita a exposição dos funcionários a materiais de risco biológico.

Teste de vazamento
Os funcionários devem realizar o teste de vazamento em todos os endoscópios flexíveis, incluindo os novos, emprestados, consertados ou que requerem processamento antes de sua utilização.1 O objetivo do teste de vazamento é identificar qualquer dano ao endoscópio e prevenir que mais danos ocorram ao longo do processo de limpeza caso o mesmo não seja vedado. Para endoscópios que exigem o teste de vazamento, os funcionários devem remover todas as tampas de portas e válvulas de função, pressurizar o endoscópio enquanto ele estiver em uma configuração solta, manipular todas as partes móveis e acionar os interruptores de vídeo. Pressurizar o endoscópio na pressão recomendada pelo fabricante durante pelo menos 30 segundos, aumenta a probabilidade de detectar um vazamento e minimiza o risco de danificar o endoscópio.

Limpeza manual
A limpeza utiliza fricção, água e soluções de limpeza para remover o material orgânico e sujidades; não elimina diretamente os microrganismos. As soluções de limpeza podem incluir produtos de limpeza de utilização geral, que atuam como detergentes, e produtos de limpeza enzimáticos, que contêm uma mistura de enzimas que eliminam um substrato específico (por exemplo: lipídios, proteínas, carboidratos). Em um estudo comparando a eficácia de várias soluções de limpeza e desinfetantes para remover biofilme, produtos de limpeza enzimáticos foram mais eficazes do que os detergentes; produtos compostos de aldeído não só não conseguiram remover o biofilme como também tornaram-no mais difícil de remover.3

Os funcionários devem seguir as IFUs (instruções de uso dos fabricantes) em relação à qualidade, dureza, pH e temperatura da água; concentração, armazenamento e prazo de validade da solução de limpeza; e tempo de contato entre o dispositivo e a solução. Além disso, os funcionários devem usar escovas do tamanho e do material recomendado, especialmente para os lumens dos canais; a escova precisa ter contato máximo com as superfícies do endoscópio sem danificá-las. Avanços na tecnologia de escovas (por exemplo, discos de elastômero, escovas de microfibra) têm como objetivo otimizar o contato entre a escova e as superfícies para ajudar a garantir a remoção da carga biológica.

Inspeção Visual
Antes da desinfecção de alto nível ou esterilização, os funcionários devem inspecionar os endoscópios flexíveis e acessórios limpos visualmente para identificar quaisquer detritos residuais ou defeitos que justifiquem a retirada de uso e conserto.1 A orientação recomenda o uso de ampliação magnificada para inspecionar endoscópios em busca de danos e sugere que a inspeção dos canais internos (Figura) com uma câmera ou com um boroscópio. Inspeções visuais devem avaliar limpeza, peças faltantes, clareza das lentes, integridade das vedações e junções, umidade, e funcionamento correto.1

Desinfecção de alto nível e esterilização
De acordo com a classificação de Spaulding, itens críticos que penetram o tecido estéril ou o sistema vascular devem ser esterilizados, enquanto itens semicríticos que entram em contato com a pele rompida ou membranas mucosas podem ser esterilizados ou desinfetados em alto nível4 Uma modificação recentemente proposta para o sistema de classificação Spaulding seria expandir a definição dos itens críticos incluindo dispositivos que penetram tecidos estéreis ou o sistema vascular secundariamente através de uma membrana mucosa (por exemplo, um broncoscópio adentra os brônquios através da boca ou do nariz).5 Adotar esta modificação significaria que todos os endoscópios flexíveis devem ser esterilizados; isso pode ajudar a prevenir infecções de pacientes pois a esterilização elimina todos os microrganismos e esporos de bactérias, que podem persistir mesmo após a desinfecção de alto nível. A modificação também abordará a questão de acessórios críticos de endoscópios que passam pelo endoscópio e podem ser expostos a agentes patogênicos residuais em um endoscópio que não tenha sido esterilizado.

Requisitos para o armazenamento de endoscópios
Os funcionários devem armazenar os endoscópios em armários com portas que devem estar localizados perto, mas não dentro da sala de procedimentos endoscópicos, e a pelo menos três pés (92cm) de uma pia a fim de reduzir a 4 contaminação potencial. Endoscópios devem ser armazenados em um armário de secagem onde ar filtrado circule e onde ar filtrado também seja forçado através dos canais do endoscópio. Se um armário de secagem não estiver disponível, os endoscópios devem ser armazenados em um armário fechado com pressão positiva que permita a circulação de ar filtrado em torno dos endoscópios.1

“Nossa recomendação anterior para um tempo máximo de armazenamento de cinco dias antes do reprocessamento não é mais aplicável”, diz Van Wicklin. “Agora recomendamos que uma equipe multidisciplinar que inclui prevencionistas de infecções, RNs de endoscopia, pessoal de processamento de endoscópios, endoscopistas e outros funcionários envolvidos estabeleçam uma política para determinar o tempo máximo de armazenamento que endoscópios flexíveis processados são considerados seguros para uso sem reprocessamento.” Esta equipe deve considerar fatores específicos de cada instalação que podem ditar o tempo de armazenamento, tais como a eficácia de processamento, condições de armazenamento (por exemplo, acesso restrito, cabine de secagem), frequência de utilização e população de pacientes.

Canais internos dos endoscópios flexíveis. Reproduzido com permissão das Orientações para Prática Perioperatória. Copyright 2016, AORN, Inc. 2170 S. Parker Road, Suite 400, Denver, CO 80231. Todos os direitos reservados.

Conclusão
Os membros da equipe perioperatória e pessoal de processamento de esterilização devem seguir as recomendações baseadas em evidências para atualização das diretrizes afim de maximizarem a eficácia dos seus procedimentos de processamento. Os funcionários devem seguir as IFUs (instruções de uso dos fabricantes) de cada dispositivo para garantir uma limpeza eficaz sem danificar o dispositivo. A área de processamento cuidadosamente projetada e a execução consciente de cada passo de limpeza e desinfecção ou esterilização minimizam a potencial propagação de patógenos entre os dispositivos e os pacientes.

Referências
1. Guideline for processing flexible endoscopes. In: Guidelines for Perioperative Practice. Denver, CO: AORN, Inc; 2016:675-758.
2. Dirlam Langley AM, Ofstead CL, Mueller NG, Tosh PK, Baron TH, Wetzler HP. Reported gastrointestinal endoscope reprocessing lapses: the tip of the iceberg. Am J Infect Control. 2013;41(12):1188-1194. 5
3. Merritt K, Hitchins VM, Brown SA. Safety and cleaning of medical materials and devices. J Biomed Mater Res. 2000;53(2): 131-136.
4. Spaulding EH, Lawrence Carl A Block Seymour Stanton Reddish George F. Chemical disinfection of medical and surgical materials. In: Lawrence Carl A Block Seymour Stanton Reddish George F, ed. Disinfection, sterilization, and preservation. Philadelphia: Lea & Febiger; 1968:517-531.
5. Rutala WA. ERCP scopes: a need to shift from disinfection to sterilization? Meeting of the FDA Gastroenterology and Urology Devices Panel of the Medical Devices Advisory Committee [transcript]. Annapolis, MD: Free State Reporting, Inc.; Meeting date May 15, 2015.

P10 | Periop Briefing
Janeiro de 2016 Vol 103 No 1 – Instruções Perioperatórias | P11
P12 | Instruções Perioperatórias

 

Traduzido por
planitrade




Faltam provas técnicas sobre contaminação, diz dono de instituto

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC

Celso Luiz  Diário do Grande ABC - Notícias e informações do Grande ABC: Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra

“Não podemos julgar uma floresta por uma árvore podre”, considera o sócio-proprietário do Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista, Elcio Roque Kleinpaul, terceirizada contratada pela Prefeitura de São Bernardo e responsável pelo mutirão de catarata malsucedido que deixou 18 idosos cegos e um morto. O oftalmologista se refere ao fato de que esta é a primeira ocorrência problemática desde que foi firmado convênio com a administração, em 2013, “prevista, inclusive, na literatura – em 0,18% dos casos.”

Em entrevista coletiva na manhã de ontem, Kleinpaul classificou o resultado do procedimento como tragédia, destacou que faltam provas técnico-científicas que mostrem a origem da contaminação de 22 dos 27 pacientes submetidos ao mutirão pela bactéria Pseudomonas aeruginosa e ressaltou ainda que a responsabilidade pela conduta da equipe médica durante as cirurgias é do oftalmologista Paulo Barição, contratado pelo instituto para prestar serviços.

Sabemos que foi uma bactéria que causou esse estrago, mas não temos provas técnico-científicas de onde ela veio”, destaca o sócio-proprietário ao ser questionado sobre o resultado da sindicância interna divulgada pela Prefeitura, que aponta que os instrumentos utilizados para o procedimento não foram esterilizados antes nem entre um paciente e outro. “Foram feitas pesquisas em todos os materiais e deu tudo negativo para o crescimento da Pseudomonas”, sustenta.

Lembrado sobre falhas apontadas no relatório da Prefeitura, como a falta de procedimentos como lavagem das mãos, troca de avental cirúrgico e esterilização de materiais e, ainda, compartilhamento de material perfurocortante entre os pacientes durante os procedimentos, Kleinpaul destaca acreditar na competência dos funcionários, que “são especializados e não vão deixar de esterilizar material para levar para a cirurgia.” Além disso, ele acrescentou que “o médico é soberano na sala de cirurgia, responsável, inclusive, por verificar o material, por decidir se vai operar, e como vai operar”, conforme contrato firmado junto ao profissional em agosto de 2013.

Embora diga que não vai sossegar enquanto não descobrir a origem da contaminação, o sócio-proprietário do instituto diz que ainda está pensando sobre a possibilidade de realizar investigação paralela que possa esclarecer as dúvidas existentes. “Não questionamos (o laudo da Prefeitura), mas não quer dizer que seja isso. O ideal seria achar a fonte”, considera, ao ressaltar que tanto instituto quanto Prefeitura e médico têm responsabilidade pelos pacientes. “Não estou me eximindo de culpa alguma”, diz.

Os contratos entre a Prefeitura e o Instituto de Oftalmologia da Baixada Santista e também o da empresa com o oftalmologista Paulo Barição estão suspensos. A Secretaria de Saúde, no entanto, não forneceu informações sobre que medidas tomará em relação à empresa. Desde que firmou contrato com a Secretaria de Saúde de São Bernardo, o instituto já recebeu R$ 2,4 milhões, sendo R$ 177,7 mil apenas neste ano.

O caso é alvo de inquérito civil, instaurado pelo MP (Ministério Público) de São Bernardo e conduzido pelo promotor de Saúde Pública Marcelo Sciorilli, e também de inquérito policial, sob os cuidados do delegado titular da Delegacia de Proteção ao Idoso, Gilberto Peranovich. Ambos aguardavam o relatório da sindicância para dar andamento aos processos. A expectativa é que a investigação policial seja concluída dentro de um mês.

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) também instaurou sindicância para avaliar o problema, que corre em sigilo.

O médico Paulo Barição não foi localizado pela equipe do Diário.

Fonte: Diário do Grande ABC




CME 3º Simpósio e Pré-simpósio – Os desafios do CME

Screen Shot 2016-04-04 at 10.32.42 AM8h Welcome coffee e entrega de material
9h / 09h30 Composição de mesa – Abertura
9h40 / 10h “Como reter talentos em CME?” Virginia Godoy
10h15 / 11h10 “A importância do processo de qualidade em um CME” Liliana Amaral
11h15 / 12h “Como você geri o seu CME” Carmem Pozzer
12h Almoço
14h / 14h40 “Será a limpeza dos materiais o maior desafio do CME” Ligia Garrido
14h40 / 15h20 “Adequações tecnológicas no CME” Paulo Roberto Laranjeiras
15h30 / 16h30 “O desafio do CME: Eficiência x Produtividade” Jeane Bronzatti
16h30 Encerramento

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www.simposiobioxxi.com.br

30 de Junho
Rio de Janeiro
Local: Centro de Convenções Rb1
Av. Rio Branco 01 – andar PC

PRE-SIMPOSIO 29 de JUNHO
Montagem / Desmontagem e Limpeza do Material Videolaparoscópico
Cuidados com Material da Cirurgia Robótica
Material de Ortopedia – Como Desmontar? Como limpar? Como processar?
Detergente Enzimático: Você conhece a ação das enzimas

 

 

Screen Shot 2016-04-04 at 10.32.23 AM




Palestras Virtuais 3M – Programação de Março/2016

3m Care Academy

Informações renovam-se a cada momento. Com a tecnologia cada vez mais presente, novos conceitos, produtos e procedimentos surgem o tempo todo e, assim, a necessidade crescente de atualização. Independentemente de onde esteja, essa mesma tecnologia, que colabora para a criação de novas ideias, auxilia a formação de pessoas em todos os cantos do país, e é por isso que a 3M Health Care Academy oferece a você uma série Webinars! Confira a programação:

 

Evolução dos Indicadores Biológicos
Palestrante: Craig Wallace
Especialista Técnico Sênior da Divisão de Prevenção de Infecção da 3M EUA>
Membro ativo nos grupos de trabalho da AAMI e ISO, incluindo os comitês de indicadores biológicos, indicadores químicos, lavadoras desinfectoras e esterilização por óxido de etileno. Presidente do Comitê Técnico ISO TC 209.

Data: 14/03/2016 (Segunda-Feira)
Horário: 20hs

Data: 15/03/2016 (Terça-feira)
Horário: 16hs

 

Preparação da pele colo uma das estratégias para prevenir infecções no sítio cirúrgico. (Ao Vivo)
Palestrante: Dirceu Carrara
Enfermeiro chefe da CCIH do InCor HCFMUSP, Consultor Independente em terapia infusional, mestre e doutor pela FM/USP.

Data: 30/03/2016 (Quarta-feira)
Horário: 20hs

 

Para inscrições e mais informações:
www.3m.com/3mhealthcareacademy




Autoridades da Área de Saúde Estudam Possível Relação entre Vírus da Zika e Microcefalia

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) diz estar a par dos relatórios sobre o aumento do número de bebês nascidos com microcefalia (tamanho do crânio menor que o normal) no Brasil. O Ministério da Saúde (MS) do Brasil diz que está preocupado com uma possível relação entre a epidemia do vírus da Zika e o aumento do número de bebês nascidos com microcefalia.

Existem muitas causas para a microcefalia em bebês (por exemplo; infecções que a mãe pode adquirir durante a gravidez, anomalias genéticas, exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez). Por conta disso, as autoridades de saúde dizem que levará tempo para se determinar a causa da microcefalia nos casos relatados no Brasil.

A partir de outubro de 2015, o Ministério da Saúde brasileiro recebeu relatórios sobre um aumento no número de bebês que nascem com microcefalia. O número de casos de microcefalia são cerca de 10 vezes mais elevado que o que se vê normalmente no país em um ano. Algumas amostras de bebês com microcefalia testaram positivo para infecção pelo vírus da Zika, mas vários bebês afetados também apresentaram resultados negativos utilizando o mesmo teste.

O CDC diz não ter conhecimento de quaisquer relatórios publicados sobre aumento do número de microcefalia associado a outras doenças virais semelhantes (flavivírus, por exemplo) transmitidas por mosquitos.

O Brasil registrou seu primeiro caso de doença pelo vírus da Zika em maio de 2015. Desde então, o vírus se espalhou e causou infecções em vários estados brasileiros e outros países da América Latina.

O CDC recomenda que todas as pessoas, especialmente gestantes, que estejam viajando para o Brasil e outras áreas na América Latina, tomem precauções para evitar picadas de mosquito a fim de reduzir o risco de infecção pelo vírus da Zika, e outros vírus transmitidos por mosquitos, como dengue e chikungunya.

Em 4 de janeiro de 2016, o Ministério da Saúde do Brasil providenciou à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e à Organização Mundial da Saúde (OMS), um relatório epidemiológico sobre o aumento de casos de microcefalia no país.

Em 2 de janeiro de 2016, 3.174 casos suspeitos de microcefalia, incluindo 38 mortes, foram identificados a nível nacional. Os casos estão distribuídos em 684 municípios de 21 estados.

Embora as investigações estejam em andamento para averiguar a relação entre a infecção pelo vírus da Zika durante a gravidez e o aumento de casos de microcefalia, a informação está sendo compartilhada com os Estados membros da OPAS/OMS para aumentar a conscientização da situação, e alertar os países para eventos semelhantes em seus territórios.




CDC Emite Guia de Viagem Provisório Relacionado ao Vírus da Zika Para 14 Países

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) emitiu um alerta de viagem (Nível 2-Práticas de Precauções Avançadas) para pessoas que viajam a regiões e alguns países onde a transmissão do vírus da Zika\está em curso: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico.

Este alerta é devido a relatórios de microcefalia no Brasil, e outros maus prognósticos em bebês de mães que foram infectadas com o vírus da Zika durante a gravidez. No entanto, estudos adicionais são necessários para reforçar mais esta relação. Mais estudos estão planejados para saber mais sobre os riscos de infecção pelo vírus da Zika durante a gravidez.

Até que mais seja revelado, e por questão de cautela, o CDC recomenda precauções especiais para mulheres grávidas e mulheres que estejam tentando engravidar:

  • Gestantes em qualquer trimestre de gestação devem considerar o adiamento de viagens às áreas onde a transmissão do vírus da Zika esteja em curso. Gestantes que precisarem se deslocar a uma dessas áreas devem conversar com seu médico ou outro profissional de saúde primeiro, e seguir rigorosamente medidas para evitar picadas de mosquitos durante a viagem.
  • Mulheres que estejam tentando engravidar devem consultar seu médico antes de viajar para estas áreas, e seguir rigorosamente medidas para evitar picadas de mosquitos durante a viagem.

 

Por conta das áreas específicas onde a transmissão do vírus da Zika está em curso serem difíceis de determinar, e propensas a mudar ao longo do tempo, o CDC irá atualizar este aviso de viagem conforme informações são disponibilizadas. Verifique o site de viagens do CDC com frequência para checar as recomendações que são atualizadas continuamente.

Atualmente, não existe vacina para prevenir ou medicamento para tratar o vírus da Zika. Quatro em cada cinco pessoas que adquirem a infecção causada pelo Zika pode não ter sintomas. A doença causada pelo Zika é geralmente leve e não requer hospitalização. Os viajantes são encorajados a se proteger através da prevenção de picadas de mosquito:

  • Use camisas de mangas compridas e calças compridas.
  • Use repelentes de insetos registrados na Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos contendo DEET, icaridina, óleo de eucalipto citriodora, ou IR3535. Sempre use conforme instruções.

Repelentes de insetos que contenham DEET, icaridina e IR3535 são seguros para gestantes, lactantes e crianças com mais de 2 meses, quando utilizados de acordo com o rótulo do produto. Produtos à base de óleo de eucalipto citriodora não devem ser usados em crianças com menos de 3 anos de idade.

  • Use roupas e acessórios (tais como botas, calças, meias e tendas) tratados com permetrina.
  • Fique e durma em quartos com tela nas janelas ou com ar condicionado.

 

Além das medidas anunciadas hoje, o CDC está trabalhando com especialistas em saúde pública do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) para tomar medidas adicionais relacionadas ao Zika. O CDC está desenvolvendo orientações provisórias para gestantes, bem como repassando informações adicionais sobre o Zika às autoridades de saúde pública, médicos e ao público. Além disso, estão em curso esforços através do HHS para desenvolver vacinas, diagnósticos melhorados e outras medidas contra o vírus da Zika.

Cientistas do CDC testaram amostras fornecidas pelas autoridades de saúde brasileiras a partir de duas gestações que terminaram em aborto, e de duas crianças diagnosticadas com microcefalia que morreram logo após o nascimento. Para as duas crianças nascidas a termo, os testes mostraram que o vírus da Zika estava presente no cérebro. Uma análise da sequência genética mostrou que o vírus nos quatro casos foi a mesma que a estirpe do vírus da Zika circulando no Brasil. Todas as quatro mães relataram ter tido febre e erupções cutâneas compatíveis com Zika durante a gravidez.

O primeiro caso de Zika registrado no Brasil foi em maio de 2015, e desde então o vírus já foi relatado em 14 países e territórios na América Latina e no Caribe: Brasil, Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela, e Porto Rico.

De acordo com as autoridades de saúde brasileiras, mais de 3.500 casos microcefalia foram relatados no Brasil entre outubro de 2015 e janeiro de 2016. Algumas das crianças afetadas têm um grave tipo de microcefalia e algumas morreram. Todas as consequências que podem estar associadas à infecção durante a gravidez e fatores que podem aumentar o risco para o feto ainda não são totalmente compreendidos. As autoridades de saúde no Brasil, com a assistência da Organização Pan-Americana da Saúde, CDC e outras agências, têm investigado a possível associação entre a infecção pelo vírus da Zika e microcefalia em lactentes. No entanto, estudos adicionais são necessários para reafirmar ainda mais esta relação. Mais estudos são planejados para saber mais sobre os riscos de infecção pelo vírus da Zika durante a gravidez.

No passado, surtos de infecção pelo vírus da Zika ocorreram na África, Sudeste da Ásia e Ilhas do Pacífico. O vírus da Zika é transmitido às pessoas principalmente através da picada de um mosquito infectado da espécie Aedes. Cerca de uma em cada cinco pessoas infectadas com o vírus da Zika irá desenvolver sintomas, que incluem febre, erupção cutânea, dor nas articulações e conjuntivite. Outros sintomas comumente relatados incluem mialgia, dor de cabeça e dor atrás dos olhos. A doença é geralmente leve com sintomas que duram de alguns dias a uma semana. Casos mais severos da doença que requeiram hospitalização são incomuns, assim como o risco de letalidade é baixo. A síndrome de Guillain-Barré tem sido relatada em pacientes que provavelmente foram infectados com Zika na Polinésia Francesa e Brasil. Os esforços de investigação também vão examinar a ligação entre Zika e síndrome de Guillain-Barré.

 

Fonte: CDC




CDC Emite Alerta Para Reconhecimento, Tratamento e Notificação de Infecções Causadas Pelo Vírus da Zika em Viajantes

Em maio de 2015, a Organização Mundial da Saúde relatou a primeira transmissão local do vírus da Zika no Hemisfério Ocidental, com casos adquiridos localmente identificados no Brasil. Em 15 de janeiro de 2016, a transmissão local já havia sido identificada em pelo menos 14 países ou territórios nas Américas, incluindo Porto Rico, onde a transmissão provavelmente continuará a se alastrar a outros países da região.

A transmissão local do vírus da Zika não foi documentada nos Estados Unidos, no entanto, infecções foram relatadas em viajantes que retornaram aos Estados Unidos. Com os recentes surtos nas Américas, o número de casos de Zika entre viajantes que visitam ou retornam aos Estados Unidos provavelmente vai aumentar. Esses casos importados podem resultar na disseminação local do vírus em algumas áreas do território dos Estados Unidos, através de humanos já infectados que podem ser picados por mosquitos, e que por sua vez infectaram outros humanos.

A infecção pelo vírus da Zika deve ser considerada em pacientes com início agudo de febre, exantema maculopapular, artralgia ou conjuntivite, que viajaram para áreas com transmissão em curso nas duas semanas anteriores ao início da doença. A doença clínica é geralmente leve. No entanto, durante o surto atual, infecções pelo vírus da Zika foram confirmadas em várias crianças com microcefalia e em perdas fetais em mulheres infectadas durante a gravidez. Nós ainda não conhecemos todas as consequências que podem estar associadas à infecção durante a gravidez, nem os fatores que podem aumentar o risco para o feto. Estudos adicionais estão previstos para saber mais sobre os riscos de infecção pelo vírus da Zika durante a gravidez.

Os profissionais de saúde são encorajados a notificar seu departamento de saúde local sobre casos suspeitos de Zika, para facilitar o diagnóstico e diminuir o risco de transmissão local. Departamentos estaduais de saúde deverão relatar os casos confirmados em laboratório ao CDC. O CDC está trabalhando com os estados para expandir a capacidade dos testes de laboratório para Zika, utilizando protocolos de RT-PCR existentes.

Este alerta de Saúde do CDC inclui informações e recomendações sobre a doença clínica viral do Zika, seu diagnóstico e prevenção, e fornece orientação sobre viagens para gestantes e mulheres que estejam tentando engravidar. Até que se saiba mais, e por questão de prevenção, grávidas devem considerar adiar viagens para qualquer área onde a transmissão do Zika esteja em curso. Gestantes que viajarem para essas áreas deverão conversar com seus médicos ou outros profissionais de saúde antes, e seguir rigorosamente medidas para evitar picadas de mosquitos durante a viagem. Mulheres tentando engravidar devem consultar seus médicos antes de viajar para estas áreas, e seguir rigorosamente medidas para evitar picadas de mosquitos durante a viagem.

O vírus da Zika é um flavivírus transmitido por mosquitos, principalmente pelo Aedes Aegypti. Mosquitos Aedes Albopictus também podem transmitir o vírus. Surtos de Zika foram relatados anteriormente na África, Ásia e ilhas do Pacífico.

Cerca de uma em cada cinco pessoas infectadas com o vírus da Zika são sintomáticas. Características clínicas incluem início agudo de febre, exantema maculopapular, artralgia ou conjuntivite. A doença é geralmente amena, com sintomas que duram de alguns dias a uma semana. Casos mais severos da doença que requeiram hospitalização são incomuns, assim como o risco de letalidade é baixo. Durante o surto atual no Brasil, o RNA do vírus da Zika foi identificado nos tecidos de várias crianças com microcefalia, e em perdas fetais de mulheres infectadas durante a gravidez. O Ministério da Saúde do Brasil tem relatado um aumento acentuado no número de bebês nascidos com microcefalia, no entanto, não se sabe quantos dos casos de microcefalia estão associados à infecção pelo vírus da Zica e quais fatores aumentam o risco para o feto. A síndrome de Guillain-Barré também tem sido relatada em pacientes após suspeita de infecção pelo vírus da Zika.

A infecção pelo vírus da Zika deve ser considerada em pacientes com início agudo de febre, exantema maculopapular, artralgia ou conjuntivite que voltaram recentemente de áreas afetadas. Para confirmar a infecção pelo Zika, a RT-PCR deve ser realizada em amostras de soro colhidas durante a primeira semana de doença. Testes de imunoglobulina M e anticorpos neutralizantes devem ser realizados em espécimes coletados a partir de 4 dias após o início da doença. Ensaios para anticorpos IgM do Zica Vírus podem ser positivos devido a anticorpos contra flavivírus semelhantes (por exemplo: dengue e febre amarela). Testes de neutralização específica de vírus fornecem mais especificidade, mas podem não discriminar entre anticorpos de reação cruzada em pessoas que tenham sido previamente infectadas com/ou vacinadas contra um flavivírus semelhante.

Não existe um teste comercialmente disponível para o vírus da Zika. Os testes são realizados no Laboratório de Diagnóstico de Arbovírus do CDC e em alguns departamentos de saúde estaduais. O CDC está trabalhando para expandir os testes de diagnóstico laboratorial nos estados, usando protocolos de RT-PCR existentes. Os profissionais de saúde devem contatar o departamento de saúde estadual ou local para realizar os testes.

Não existe tratamento antiviral específico disponível para a doença do vírus da Zika. O tratamento é geralmente de suporte e pode incluir repouso, ingestão de líquidos e uso de analgésicos e antipiréticos. Por conta da distribuição geográfica semelhante e sintomas, os pacientes com suspeita de infecções por vírus da Zika também devem ser avaliados e administrados para uma possível dengue ou infecção pelo vírus chikungunya. Aspirina e outros medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs) devem ser evitados até que a dengue seja descartada para reduzir o risco de hemorragia. Gentantes, em especial, que tiverem febre, devem ser tratadas com paracetamol. Pessoas infectadas com Zika, Chikungunya ou vírus da dengue, devem ser protegidas posteriormente da exposição ao mosquito durante os primeiros dias da doença, para reduzir o risco de transmissão local.

 

Nenhuma vacina ou medicamento preventivo está disponível. A melhor maneira de prevenir a infecção pelo vírus da Zika é:

  • Evitar picadas de mosquito.
  • Usar ar condicionado ou janelas e portas protegidas por tela quando em ambientes internos.
  • Usar mangas compridas e calças, e usar repelentes de insetos quando ao ar livre. A maioria dos repelentes, incluindo DEET, pode ser usada em crianças com mais de dois meses. Gestantes e lactantes podem usar todos os repelentes de insetos registrados pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), incluindo DEET, de acordo com o rótulo do produto.

 

Recomendações para profissionais de saúde e profissionais de saúde pública:

  • Infecção pelo vírus da Zika deve ser considerada em pacientes com febre aguda, erupção cutânea, artralgia ou conjuntivite, que viajaram para áreas com transmissão em curso nas duas semanas anteriores ao início da doença.
  • Todos os viajantes devem tomar medidas para evitar picadas de mosquito a fim de prevenir a infecção pelo vírus da Zika e outras doenças transmitidas por mosquitos.
  • Até que se saiba mais, e por questão de cautela, gestantes devem considerar adiar viagens para qualquer área onde a transmissão do vírus da Zika esteja em curso. Gestantes que se deslocarem a uma destas áreas devem conversar com seus médicos ou outros profissionais de saúde antes, e seguir rigorosamente medidas para evitar picadas de mosquitos durante a viagem. Mulheres que estejam tentando engravidar devem consultar seus médicos antes de viajar para estas áreas, e seguir rigorosamente medidas para evitar picadas de mosquitos durante a viagem.
  • Fetos e recém-nascidos de mulheres infectadas com o vírus da Zika durante a gravidez devem ser avaliados para possíveis infecções congênitas e anormalidades neurológicas.
  • Profissionais de saúde são encorajados a notificar seu departamento de saúde estadual ou local sobre casos de suspeitas de doenças pelo vírus da Zika, para facilitar o diagnóstico e reduzir o risco de transmissão local.
  • Departamentos de saúde devem vigiar casos de doença pelo vírus da Zika em viajantes que estejam retornando, e estar cientes do risco de possível transmissão local em áreas onde mosquitos da espécie Aedes estão ativos.
  • Departamentos estaduais de saúde deverão relatar infecções por vírus da Zika confirmados em laboratório ao CDC.

 

Fonte: CDC




Cartilha ZIKA virus

zikaO professor Geraldo Duarte, responsável pelo Setor de Gestação de Alto Risco do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCRP) da USP, acaba de divulgar Cartilha de Orientação para Gestantes sobre Infecção pelo Zika Vírus.

 

No texto, o professor responde, de forma simples e direta, as principais dúvidas das gestantes sobre o vírus, como o contágio; os cuidados e a prevenção; a microcefalia e demais riscos às mães e recém-nascidos. Confira a seguir a íntegra do documento.

 

Como a infecção pelo vírus Zika se manifesta?
De forma geral, a evolução da doença é benigna, com período de incubação (do contato com o vírus até o aparecimento do primeiro sinal ou sintoma) de quatro dias. Pessoas com o quadro clínico completo da infecção pelo vírus Zika apresentam exantema (manchas pelo corpo), febre baixa, conjuntivite (olhos vermelhos), dores musculares, dor de cabeça e artralgia (dor nas articulações). Estas manifestações podem durar até uma semana.

 

Todas as pessoas com a infecção pelo vírus Zika apresentarão sintomas ou sinais da doença?
Não. De cada 10 pessoas infectadas pelo vírus Zika, espera-se que somente duas apresentem os sinais e os sintomas descritos no item anterior. Portanto, um grande percentual de pessoas pode ter a doença e não saber que tem ou teve a doença. A síndrome de Guillain-Barré tem várias causas e o vírus Zika também é responsável pelo desenvolvimento de alguns casos desta síndrome em adultos. Ela é uma doença imunológica que acomete o cérebro, provocando inúmeros sintomas e sinais. Dentre as várias formas de manifestações clínicas, a principal é a fraqueza dos membros inferiores em graus variados, podendo chegar inclusive à paralisia das pernas. As gestantes devem ficar atentas, pois os sinais e sintomas da dengue, Chikungunya e Zika são muito parecidos. O médico precisa ser procurado imediatamente na suspeita de qualquer uma destas infecções.

 

Como a infecção pelo vírus Zika é transmitida?
O vírus Zika é transmitido por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite o vírus da dengue e o vírus Chikungunya. Por esse motivo, as medidas de prevenção e controle são as mesmas já adotadas contra a dengue e para o Chikungunya. Assim, deve-se evitar a multiplicação do mosquito, eliminando os locais em que ele prolifera. Na realidade esta é a única forma efetiva de controlar estas infecções.

 

Existe tratamento contra a infecção pelo vírus Zika?
Apenas tratamento sintomático. Não há tratamento específico contra o vírus Zika. O tratamento sintomático baseia-se no uso de acetaminofen (paracetamol) para febre e dor, conforme orientação médica. Não está indicado o uso de ácido acetilsalicílico e drogas anti-inflamatórias, devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas, como ocorre com a dengue. Orienta-se procurar o serviço de saúde para condução adequada.

 

O que é microcefalia?
De forma simples, o conceito de microcefalia está relacionado com uma medida menor que a esperada para a idade gestacional da cabeça do feto ou do recém-nascido. Esta medida pode ser feita no feto (por ultrassonografia) ou após o nascimento, medindo a circunferência (em volta da cabeça) do recém-nascido, também chamado de perímetro cefálico. Por isto, fixar um valor único para a medida e classificação do recém-nascido ou o feto portador de microcefalia pode trazer resultados inadequados. No entanto, para fetos ou crianças acima de 37 semanas, sem nenhuma doença, espera-se que a circunferência craniana (perímetro cefálico) esteja acima dos 32cm.

 

Existem casos mais ou menos graves de microcefalia?
Quanto mais acometido for o encéfalo fetal, mais grave será o quadro clínico decorrente da microcefalia.

 

Se meu bebê tiver microcefalia eu posso solicitar aborto?
Não. Em casos de má formação, o aborto permitido por lei só é liberado em casos de anencefalia (não formação do cérebro), o que é diferente da microcefalia.

 

Quais são as causas conhecidas de microcefalia?
Sabe-se que as microcefalias apresentam várias causas. Pode ser decorrente de causas genéticas, radiações, uso de álcool, oxigenação cerebral fetal insuficiente e processos infecciosos durante a gravidez, entre outras. As evidências disponíveis até o momento indicam fortemente que o vírus Zika está relacionado à ocorrência de microcefalias. No entanto, não há como afirmar que a presença do vírus Zika durante a gravidez leve sempre ao desenvolvimento de microcefalia no feto. A exemplo de outras infecções congênitas, o desenvolvimento dessas anomalias depende de diferentes fatores. Eles podem estar relacionados com a carga viral, fatores do hospedeiro, momento da infecção ou a presença de outros fatores e condições desconhecidos até o momento. Por isso, é fundamental continuar os estudos para descrever melhor a história natural dessa doença.

 

Por que o vírus Zika causa microcefalia?
Até o momento, não se conhece o mecanismo pelo qual o vírus Zika causa microcefalia. As informações aqui prestadas se baseiam no que se sabe a respeito deste assunto até o momento. Sabe-se que ele entra no organismo materno pela picada do Aedes aegypti e após, pela circulação sanguínea, chega ao feto. Como este vírus tem predileção pelo tecido nervoso, esse é o tecido no qual ele provocará o dano que resulta na microcefalia.

 

Existe vacina contra o vírus Zika?
Não existe vacina contra o vírus Zika até o momento.

 

Como posso evitar ser infectada pelo vírus Zika?
Visto que o vírus Zika chega ao organismo humano por meio da picada do Aedes aegypti, é possível evitar a infecção pelo vírus Zika, evitando a picada deste mosquito.
A melhor forma de evitar a infecção é controlar a proliferação do mosquito. Mas se esse controle falhar, deve-se evitar a picada. As formas de evitar a picada consistem na proteção da pele, deixando o mínimo de pele exposta. Na pele exposta, proteger com repelente. Se usar tecido muito fino ou de trama larga, aplicar o repelente por cima do tecido. De forma geral, os repelentes naturais não são eficientes.

 

Grávida pode usar repelente?
Sim, a grávida pode usar alguns repelentes não naturais. Normalmente, esses produtos trazem informações quanto ao uso por gestantes em suas embalagens. Os mais indicados são aqueles à base de “Icaridina”, nome comercial “Exposis®”, com tempo de ação que pode durar até 10 horas. Também podem ser utilizados o “DEET”, nome comercial “Off Repelex®”, (concentração de 15%) e o “IR3535”, nome comercial “Loção antimosquito Johnson®”. Devem ser evitados contatos com olhos, boca e nariz. Os repelentes que funcionam quando são ligados na “tomada de luz elétrica” podem ser utilizados desde que estejam a mais de dois metros da gestante.

 

Para mulheres que planejam engravidar, o que fazer?
Considerando relação entre a ocorrência de microcefalia e a infecção pelo vírus Zika, recomenda-se aos serviços e profissionais de saúde que informem a todas as gestantes e mulheres em idade fértil a respeito deste risco. Claro que a decisão é do casal, mas a equipe de saúde deve esclarecê-las do risco.

 

Estou grávida e quero viajar para o Nordeste, posso?
Deve-se seguir a mesma orientação anterior. Para grávidas que querem viajar para as regiões de maior frequência da doença (a exemplo do Nordeste), é preciso orientá-las e esclarecer sobre os riscos. Não há como proibir.

 

Mais informações: 16 3602.2843
Por: Patricia Cainelli, Assessoria de Imprensa do HCRP




Uma Maneira Melhor de Acabar com Itens Cirúrgicos Esquecidos

Bom julgamento, em vez contagem, vai garantir que não haja gazes deixadas para trás.
Outpatient Surgery Magazine

LARGANDO O HÁBITO Sistemas que envolvem contagem de gazes são desafiadoras e desnecessárias em um ambiente complexo
LARGANDO O HÁBITO Sistemas que envolvem contagem de gazes são desafiadoras e desnecessárias em um ambiente complexo

Grande parte da discussão sobre prevenção de itens cirúrgicos esquecidos se concentra em problemas de comunicação entre cirurgiões e enfermeiros: Cirurgiões se recusam a ouvir quando enfermeiros dizem que a contagem não bate, e enfermeiros ficam intimidados demais para dar a palavra final. Falta de comunicação pode ser um problema, mas quando se trata de itens cirúrgicos esquecidos, raramente esse é o maior problema.

 

Na grande maioria dos casos de gazes esquecidas, enfermeiros acreditam ter contado corretamente, e cirurgiões provavelmente realizaram uma varredura para garantir que nenhuma gaze foi deixada. Isso é até mesmo documentado no registro médico: Contagem correta. E ainda assim há uma gaze no paciente.

 

A grande questão é “por quê”? Como tantas contagens corretas tornam-se incorretas – erros que vão prejudicar pacientes? Como é que um erro inaceitável torna-se recorrente centenas, se não milhares, de vezes por ano? Pode-se reduzir, ou mesmo eliminar, objetos esquecidos usando práticas saudáveis fundamentais e compreendendo as possíveis armadilhas de comunicação.

 

Nova abordagem

A maioria das equipes cirúrgicas está usando práticas que levam à falha. As falhas acontecem em vários níveis. Nunca a culpa é de apenas uma pessoa, mas, infelizmente, as pessoas tendem a subestimar a importância de seus próprios papeis quando sabem que mais de uma pessoa tem de se equivocar para um erro acontecer. Elas precisam perceber que uma ação isolada pode evitar erros também.

 

Acabar com gazes esquecidas é uma batalha difícil, pois as pessoas tendem a resistir a mudanças no que parece estar funcionando para elas, porém elas devem entender que práticas que funcionaram nas SOs décadas atrás já não são confiáveis. Fornecedores e seus ambientes precisam mudar. Novas práticas e estratégias de comunicação podem, e devem, ser usadas (ver “10 Passos Para a Contagem de Todas as Gazes” para uma visão detalhada do sistema de contagem de gazes).

 

Quatro tipos de itens cirúrgicos são rastreados em salas de operação: bens não duráveis (gazes e toalhas), instrumentos, materiais cortantes e pequenos itens diversos. Todos podem ser esquecidos, mas gazes são os itens cirúrgicos esquecidos mais comuns, e que, certamente, causam danos.

 

Veja a matéria completa em Outpatient Surgery




Modern Surgical Dressings.

MODERN SURGICAL DRESSINGS.

BY F. B. KILMER.
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The surgical dressings in use at the present time by such practitioners as keep pace with the advancement of the surgical art are the products of the practical application of scientific knowledge
They are the outcome of the modifications and amplification of procedures that have been brought
about in the evolution of surgical science.

Dr. Wm. Pepper states that “medicine and surgery have made more progress in the last twenty years than in the twenty centuries preceding.” This statement may also be applied to the surgical In the dawn of the present era of surgery, the teachings of Lister demanded that the dressings to be applied to a wound should be saturated with chemicals capable of killing germs “within the wound or coming from without.” During this epoch antiseptics were empirically applied. A dressing that promised sure death to the microbe was in demand. In those days cloth was plastered with masses of pitch, paraffin fat and carbolic acid. The products were unclean—sticky, irritating and non-absorptive — directly the opposite to those in use at the present time. Crude as was this beginning, it contained the “living spark of truth that illuminated the mysterious darkness which for centuries hovered over wound infection.” It brought blessings that “have soothed and removed untold suffering and misery — have saved millions of lives. For this gift to surgery we are indebted to Sir Joseph Lister.”— Gerster. During the decades that have followed the time of which we speak, the forward progress of the principles of antisepsis has been continuous.

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