1° Encontro de Profissionais de Centrais de Materiais e Esterilização

Aconteceu em Bauru dia 21 de julho o 1° Encontro de Profissionais de Centrais de Materiais e Esterilização,encontro promovido e realizado pelo Grupo Empório Saúde e ASP/Johnson& Johnson e Hospital Estadual de Bauru (FAMESP)
Com uma  temática especialmente elaborada para atender as necessidades da região oeste do Estado de São Paulo, este encontro foi considerado de pleno êxito e nos proporcionou troca de conhecimentos e atualização em clima muito agradável.

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Nesta foto a enfermeira Ana Miranda figura entre duas personalidades da região, enfermeira Ana Paula Neves Quintino (direita) – Coordenadora deste Encontro e Gestora das CMEs geridas pela Famesp Bauru – e da enfermeira Maria Etelvina França – que responde pela Coordenação da CME da Santa Casa de Presidente Prudente. Na oportunidade Ana Miranda atuou como uma das palestrantes e teve o desafio de abordar um tema muito polêmico: ” Produtos para Saúde de uso único: Dá para processar? Ao final da sua apresentação uma dinâmica dirigida com a participação dos participantes contribuiu para esclarecimentos de dúvidas e maior envolvimento entre palestrantes e participantes. Muito bom!

À comissão organizadora deste Encontro e demais profissionais do Hospital Estadual de Bauru, agradeço muito pela receptividade.
Até um próximo encontro, Ana Miranda

 




Opine! Resolução Estabelece os requisitos de projeto de edificações e de suas instalações para os estabelecimentos de saúde.

Participe com sugestões da revisão da Rdc n.50 que Estabelece os Requisitos de Projeto de Edificações e de suas Instalações para Estabelecimentos de Saúde.
Baixe a resolução clicando aqui

 

 

 




Entrevista com Maria Etelvina

 

 

 

 

 

 

 

Conheça um pouco da Central de Material e Esterilização da Santa Casa de Presidente Prudente, que atua sob a coordenação da enfermeira Maria Etelvina Gonçalves de Macedo França.
A Maria Etelvina como muitos outros profissionais da enfermagem acompanharam o 1° CONALE (Congresso Nacional de Limpeza e Esterilização) , evento online realizado entre 9 a 15 de novembro de 2015.
Em contato com a Etelvina soube  que ela  além de acompanhar todo o CONALE , também se cadastrou como Membro Ouro e adquiriu todas as 35  palestras oficiais,   e o mais diversos  bônus oferecidos.Fiquei muito feliz quando a Etelvina comentou  que utiliza o conteúdo deste material para Educação Continuada da equipe da CME,  são iniciativas exemplares como esta que nos gratificam pelo reconhecimento e valorização de todo nosso empenho para realização deste Congresso, nossos objetivos foram atingidos.

Maria Etelvina , agradeço demais suas palavras de apoio e espero que o seu exemplo de compartilhar conhecimento e educação faça toda diferença no serviço de CME com vistas a implementação de práticas seguras no processamento de produtos para saúde em prol de uma assistência à saúde segura e digna a todos os pacientes atendidos nesta renomada instituição hospitalar
Abraços a você e equipe
Enf. Ana Miranda

 

A Central de Material Esterilizado – CME da Santa Casa de Presidente Prudente é referencia para 45 municípios do Oeste Paulista, da assistência para a realização de 1.300 cirurgias/mês.

O setor é o único em Presidente Prudente certificado pelas Boas Praticas do reprocessamento de produtos para saúde pela empresa Browne Mac Medical.

O objetivo é buscar sempre a qualidade dos serviços e a segurança dos pacientes.

 

1.O que significa para você trabalhar em CME?

É enfrentar uma série de desafios, diariamente, principalmente para gerenciar recursos humanos e materiais de forma a aperfeiçoar resultados que atendam a demanda dos diversos setores da instituição, mas ao mesmo tempo é uma satisfação com o resultado da qualidade e segurança para o nossos cliente.

 

 

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2.Você considera que a validação dos equipamentos de limpeza e esterilização como fundamentais na CME? Seus equipamentos são validados?
Eu considero que a validação de todos os equipamentos dentro de um CME é uma qualidade de processo e é uma preocupação de todos as partes envolvidas dentro de uma unidade de saúde e na minha opinião deveria ser compartilhado para os diversos setores da instituição e informado até para os próprios clientes que utilizam o serviço da instituição. Em nossa instituição todos os equipamentos desde a limpeza, desinfecção e esterilização são todos validados anualmente.

 

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3.Muito se comenta sobre pacote ¨Molhado¨ mas parece que ainda não há consenso sobre este tema. O que você faz quando o Centro Cirúrgico informa a ocorrência de caixa cirúrgica molhada?
Embora é uma pratica pouco vivenciada em nossa instituição, o que ocorre é o seguinte o material é aberto com o paciente já em sala operatória não anestesiado e caso o material médico cirúrgico esteja molhado, trocamos por outro material estéril, não havendo a possibilidade de realizar a troca por outro material o mesmo é encaminhado pelo CC imediatamente  ao CME para nova esterilização, evitando assim a aquisição de infecções e garantir o sucesso nos procedimentos e assegurar a  esterilidade.

 

4.Como é a interação do serviço de CME com o SCIH?
Considerando a importância da Central de Material e Esterilização na prevenção e controle das infecções, a interação do nosso serviço com o SCIH é realizado de forma conjunta, buscando sempre garantir um serviço de qualidade e principalmente a segurança dos nossos pacientes.

5.Qual sua opinião sobre terceirização da CME?
Na minha opinião não sou a favor sobre a terceirização do CME pelo fato de haver dificuldades para supervisionar os colaboradores na qual estaria realizando as funções desempenhadas por uma equipe no CME, e  o gestor estaria supervisionando cada processo desde a limpeza, desinfecção e esterilização e o acompanhamento do transporte tanto na coleta quanto na devolução do material para a instituição.

 

MARIA ETELVINA GONÇALVES DE MACEDO FRANÇA
COORDENADORA DA CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO DA SANTA CASA DE PRESIDENTE PRUDENTE




Algumas informações sobre a problemática do Zika vírus

drdanielO zika vírus é envelopado correto? Este tipo de vírus é facilmente inativado no ambiente?
Sim, o zika vírus é envelopado, e, assim como os outros envelopados, essa membrana deriva diretamente da célula do hospedeiro no momento que a partícula viral está sendo construída e em seu brotamento ela adquire esse envelope. É mais facilmente inativado do que os vírus não envelopados, muito sensível a desinfetantes e fatores ambientais fisícos e químicos.

 

Considerando que o vírus foi diagnosticado em saliva, sangue, é transmitido por relação sexual, que saneante ( principio ativo) apresenta atividade antiviral para uso em superfície e artigo médico hospitalar?
Até que provem o contrário, os vírus envelopados são facilmente inativados por álcool, clorexidina e etc. Chamo atenção que, mesmo que o vírus tenha sido detectado em saliva, sangue, isso não quer dizer que seja transmissível nesses sítios. Precisa-se investigar antes para ter essa afirmativa.

 

Que orientação os serviços de odontologia receberão em função da transmissão via saliva?
Os mesmos cuidados tomados para vírus e bactérias transmitidos por sangue, ou fluidos humanos, devem ser tomados na odontologia. Esterilizar material e etc. Nada precisaria ser modificado. Não temos nada descrito que seria transmitido por gotículas ou aerossol. Nem mesmo beijo. Isso precisaria ser confirmado ainda. Fique tranquila quanto a isso.




Consulta Pública n° 165, de 23 de maio de 2016 // D.O.U de 24/05/2016

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 15, III e IV aliado ao art. 7º, III, e IV, da Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, o art. 53, III, §§ 1º e 3º do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n° 61, de 3 de fevereiro de 2016, e tendo em vista o art. 35 do Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, resolve submeter à consulta pública, para comentários e sugestões do público em geral, proposta de ato normativo em Anexo, conforme deliberado em reunião realizada em 16 de maio de 2016, e eu, Diretor-Presidente Substituto, determino a sua publicação.

Art. 1º Fica estabelecido o prazo de 60 (sessenta) dias para envio de comentários e sugestões ao texto da proposta de Regulamento Técnico sobre álcool etílico para uso em estabelecimentos de saúde humana ou animal, conforme Anexo. Parágrafo único. O prazo de que trata este artigo terá início 7 (sete) dias após a data de publicação desta Consulta Pública no Diário Oficial da União.

Art. 2º A proposta de ato normativo estará disponível na íntegra no portal da Anvisa na internet e as sugestões deverão ser enviadas eletronicamente por meio do preenchimento de formulário específico, disponível no endereço: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=26265.

§1º As contribuições recebidas são consideradas públicas e estarão disponíveis a qualquer interessado por meio de ferramentas contidas no formulário eletrônico, no menu “resultado”, inclusive durante o processo de consulta.

§2º Ao término do preenchimento do formulário eletrônico será disponibilizado ao interessado número de protocolo do registro de sua participação, sendo dispensado o envio postal ou protocolo presencial de documentos em meio físico junto à Agência.

§3º Em caso de limitação de acesso do cidadão a recursos informatizados será permitido o envio e recebimento de sugestões por escrito, em meio físico, durante o prazo de consulta, para o seguinte endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Gerência de Saneantes – GESAN, SIA trecho 5, Área Especial 57, Brasília-DF, CEP 71.205-050.

§4º Excepcionalmente, contribuições internacionais poderão ser encaminhadas em meio físico, para o seguinte endereço: Agência Nacional de Vigilância Sanitária/Assessoria de Assuntos Internacionais (AINTE), SIA trecho 5, Área Especial 57, Brasília-DF, CEP 71.205-050. Art. 3º Findo o prazo estipulado no art. 1º, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária promoverá a análise das contribuições e, ao final, publicará o resultado da consulta pública no portal da Agência. Parágrafo único. A Agência poderá, conforme necessidade e razões de conveniência e oportunidade, articular-se com órgãos e entidades envolvidos com o assunto, bem como aqueles que tenham manifestado interesse na matéria, para subsidiar posteriores discussões técnicas e a deliberação final da Diretoria Colegiada.

 

PROPOSTA EM CONSULTA PÚBLICA
Processo n.: 25351.213390/2015-70 Assunto: Proposta de Regulamento Técnico sobre álcool etílico para uso em estabelecimentos de saúde humana ou animal. Agenda Regulatória 2015-2016: Tema nº 55.2 Regime de Tramitação: Comum Área responsável: Gerência de Saneantes – GESAN Relator: Renato Alencar Porto RESOLUÇÃO – RDC N. XX, DE XX DE XXXXX DE 2015 Dispõe sobre Regulamento Técnico sobre álcool etílico para uso em estabelecimentos de saúde humana ou animal e dá outras providências. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe confere os incisos III e IV, do art. 15 da Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999, bem como o disposto no inciso V e nos §§ 1º, 3º e 4º do art. 58º do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Resolução RDC nº 29 da Anvisa, de 21 de julho de 2015, publicada no DOU de 23 de julho de 2015, tendo em vista os incisos III, do art. 2º, III e IV, do art. 7º da Lei nº 9.782, de 1999, o Programa de Melhoria do Processo de Regulamentação da Agência, instituído por meio da Portaria nº 422, de 16 de abril de 2008, e conforme deliberado em reunião realizada em XX de XX de 2016, adota a seguinte Resolução da Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

Art. 1º Fica aprovado o Regulamento Técnico sobre álcool etílico para uso em estabelecimentos de saúde humana ou animal, nos termos desta Resolução.

Art. 2º Este Regulamento possui o objetivo de estabelecer a classificação e os requisitos gerais para a regularização de álcool etílico para uso em estabelecimentos de saúde humana ou animal.

Art. 3º Este Regulamento se aplica aos produtos que contenham álcool etílico em concentração maior que 68% p/p (sessenta e oito por cento, peso por peso) com finalidade exclusivamente de uso em estabelecimentos de assistência à saúde humana ou animal.

Art. 4º O álcool etílico hidratado e o álcool etílico anidro, com finalidade exclusivamente de uso em estabelecimentos de assistência à saúde humana ou animal, somente podem ser comercializados na forma física líquida, como substância ou produto, se tiverem a concentração de álcool etílico maior que 68% p/p (sessenta e oito por cento, peso por peso) e menor que 72% p/p (setenta e dois por cento, peso por peso). Parágrafo único. Os produtos saneantes enquadrados no caput são considerados de risco 2.

Art. 5º Os produtos notificados ou registrados vigentes devem se adequar ao disposto neste regulamento no prazo de até 90 (noventa) dias da data de publicação desta Resolução, por meio de petição de Alteração de Notificação, Cancelamento de Notificação de Produto de Risco 1 a Pedido, Modificação de Fórmula ou Cancelamento de Registro a Pedido. Parágrafo único. Após o prazo estipulado no caput, os produtos que permanecerem em desacordo com o disposto neste regulamento serão cancelados por ato de ofício.

Art. 6º O descumprimento das disposições contidas nesta Resolução e no regulamento por ela aprovado constitui infração sanitária, nos termos da Lei n. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.

Art. 7º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.




Luvas contaminadas aumentam riscos de transmissão cruzada de patógenos

Pesquisas apresentadas na conferência ASM Microbe fornecem evidências claras de que luvas de profissionais da saúde contaminam superfícies hospitalares com bactérias. Os dados dos pesquisadores também sugerem que tipos de bactérias podem alterar as taxas de transmissão cruzada entre as luvas contaminadas e as superfícies do hospital.

“O controle da transmissão é uma prioridade para todos os hospitais, a fim de reduzir a propagação de Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS)”, disse a autora do estudo Sae Otani, que está fazendo seu mestrado na Bunkyo Gakuin University. “O uso de luvas é recomendado como uma barreira de proteção para os profissionais da saúde para reduzir o risco de contaminação durante o contato com mucos infecciosos, urina e fluídos corpóreos”, disse ela. No entanto, a falha ao se deixar de trocar ou remover luvas contaminadas, carrega consigo um alto risco de transmissão de agentes patogênicos associados aos cuidados de saúde.

 

Os pesquisadores, liderados por Sae Otani e Kazue Fujita, da Nippon Medical School usaram patógenos comuns associados aos cuidados de saúde neste estudo. Luvas de procedimento em nitrilo foram inoculadas com o micro-organismo específico. Após a inoculação de bactérias, luvas contaminadas tocaram uma superfície de polipropileno esterilizada. Em seguida, o número de bactérias viáveis na superfície do polipropileno foi quantificada.

 

A Acinetobacter baumannii permaneceu sobre a superfície do polipropileno. Em contraste, a Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa não foram detectadas na superfície do polipropileno. A sensibilidade a antibióticos das bactérias não tiveram nenhum efeito consistente sobre a sobrevivência na superfície de polipropileno.

 

“Este estudo mostra que luvas contaminadas aumentam os riscos de transmissão cruzada de agentes patogênicos associados aos cuidados de saúde entre profissionais da saúde e no meio ambiente”, disse Otani. Além disso, os dados sugerem que os tipos de bactérias podem afetar as taxas de transmissão cruzada entre luvas contaminadas e superfícies hospitalares. A A. baumannii oferece maior risco de transmissão de luvas para superfícies hospitalares que a E. coli, K. pneumoniae e P. aeruginosa neste estudo. IACS causada por organismos gram-negativos, tais como Acinetobacter spp., P. aeruginosa e Enterobacteriaceae são uma grande preocupação.

 

“O uso adequado de luvas pode diminuir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde, e luvas devem ser usadas com cautela e removidas após o uso, dependendo dos tipos de bactérias”, disse Otani.

 

Sae Otani, Bunkyo Gakuin University, Kazue Fujita, Nippon Medical School e colegas apresentaram seus resultados na sessão de slides na conferência ASM Microbe 2016 Boston em 19 de Junho de 2016.

 

Fonte: Sociedade Americana de Microbiologia




Entrevista Maria Águida Cassola

Farmacêutica Industrial, atualmente consultora técnica na América Latina para Meiko. Atuou como Consultora de Negócios para diversas empresas na Europa e Ásia como Hawo, Dr. Weigert, , BHT e Human Meditek. Diretora e Negócios para Mercosul e América Latina das linhas de Automação e Esterilização da Johnson & Johnson e também como Microbiologista para Bristol Meyers Squibb. Participante como relatora da ISO Brasil. Publicações de artigos científicos nas áreas e esterilização e validação de processos.
Email: meikoconsultores@terra.com.br
Fone: 55 11 9 9798 1024

maria-aguida-cassolaÁguida, você abordou no 1° Conale ( Congresso Nacional de Limpeza e Esterilização ) online que foi realizado no ano passado o tema ” Segurança nos processos de limpeza e desinfecção de comadres e papagaios”, que também envolveu questões sobre contaminação por Clostridium difficile e processamento de utensílios de pacientes na CME. Ocorre que esta questão tem sido muito recorrente, há várias dúvidas por isso retomamos a temática. Para iniciarmos nossa entrevista gostaria que conceituasse : limpeza, desinfecção e descontaminação.

 

Vou dar as minhas definições de cada um desses termos, embora existam muitas definições e poderíamos falar sobre isso ininterruptamente. São meus pontos de vista, ok?
Limpeza: Remoção mecânica de sujidades orgânicas e inorgânicas com redução simultânea da carga microbiana. Principal fator para a limpeza é a remoção mecânica através de água, auxiliada por agentes químicos (detergentes).
Desinfecção: Feita a remoção mecânica através da limpeza, na desinfecção, os microrganismos restantes são reduzidos a níveis ainda mais baixos, onde não haja risco de infecção ou transmissão de patógenos. Pode ser obtida através de temperatura (desinfecção térmica) ou agentes químicos. Importante salientar que a redução de esporos nesse processo também é obtida, principalmente durante a fase de limpeza do artigo. Somente alguns agentes químicos conseguem agir sobre esporos. Na desinfecção térmica (sempre automatizada) normalmente usada para artigos semi- críticos também não se pode eliminar todas as formas esporuladas. Somente a esterilização elimina todas as formas esporuladas com fator de segurança.

Descontaminação: Não vejo esse termo como apropriado para o uso na área hospitalar. Me parece algo generalista, como reduzir qualquer tipo de contaminantes, sejam eles poeiras, sujidades, ou até mesmo contaminantes químicos que se tornam inócuos de alguma forma. Não gosto de usar esse termo. Prefiro Limpeza, desinfecção e esterilização.

O que são microrganismos gram negativos, gram positivos e qual a sua importância no processamento de produtos para saúde?
A denominação de coloração de Gram é usada para diferenciar estruturas de parede celular de microrganismos em forma de cocos ou bacilos. A estrutura química da parede celular de microrganismos está associada à patogenicidade, susceptibilidade a antimicrobianos e desinfetantes, colorindo-se de roxo (gram positivo) ou rosa (gram negativo). As espécies mais comuns são Staphilococcus (Gram positivos), Enterobactérias (Gram negativos), Pseudomonas (Gram negativos). Microrganismos esporulados (bacilos), são sempre Gram positivos. Todos os microrganismos (Gram positivos ou negativos) podem desenvolver resistência à antimicrobianos e desinfetantes, embora, os gram negativos sejam normalmente mais susceptíveis a ação desses agentes, tendo uma resistência mais baixa e, portanto, morrendo mais facilmente que os gram positivos.

Existe C.difficile na forma vegetativa? Nesta apresentação este microrganismo é viável no meio ambiente?
Todo microrganismo esporulado quando encontra condições apropriadas para reprodução, ou seja, temperatura, substrato orgânico, umidade, pode se reproduzir na forma vegetativa. Sendo um microrganismo anaeróbio, a reprodução acontece no intestino grosso de pacientes infectados. No ambiente se encontra na forma esporulada. Bom lembrar que muitos pacientes podem estar colonizados por C. Difficile e não apresentar sintomas, o que torna a contaminação cruzada mais crítica durante manipulação incorreta de processos.

Sabe-se que o C.difficile na forma esporulada sobrevive no ambiente por vários dias, há trabalhos científicos que evidenciam tal afirmação?
Alguns trabalhos demonstram que C. Difficile pode sobreviver na forma esporulada até por meses.
Alguns dos trabalhos são:
Best E .L. et al- Clinical Infection Diseases. 2010; 50; 1450-1457.
Hota B. et al – Clinical Infection Diseases. 2004; 39; 1182-1189
Kramer A. et al – BMC Infection Diseases. 2006:6; 130

Que medidas de prevenção você indicaria para evitar infecção por C. difficile?
O C. Difficile é um microrganismo esporulado, onde um paciente com esse tipo de infecção pode excretar 1 x 10 4 a 1 x 10 7 microrganismos por grama de fezes. Trabalhos mostram que contaminação ambiental com esporos de C. Difficile acontecem em 34 a 58% de áreas apesar de limpeza. (Best E .L. et al- Clinical Infection Diseases. 2010; 50; 1450-1457.) Sendo causador de diarreias aquosas profusas, megacolon toxico e colite pseudomembranosa, principalmente em pacientes debilitados, idosos, usuários de antibióticos podendo até causar septicemia e contribuir para morte do paciente, a melhor forma de prevenção é evitar disseminação desse agente. Para isso, os dejetos do paciente quando se usam comadres, devem ser manipulados o menos possível, ou seja, a comadre deve sair do paciente e ir diretamente à uma máquina termodesinfectadora específica para esse fim localizada no mesmo andar ou ambulatório onde se encontra o paciente. Esvaziamento de dejetos em privadas, lavagem prévias em banheiros ou expurgos contribuem enormemente para disseminação do agente e riscos de infecções cruzadas. Esse tipo de utensilio (que deveria ser considerado como semi-critico), não deve ser processado em centrais de esterilização ou áreas onde são processados instrumentais cirúrgicos.

De acordo com a sua resposta anterior é muito mais complicado e oneroso tratar um paciente contaminado por C. difficile do que adoção de medidas de prevenção?
Sempre é mais oneroso cuidar de uma infecção hospitalar, principalmente considerando-se os riscos associados a esse tipo de infecção (infecção por C. Difficile pode causar ou contribuir por 40% de mortes de pacientes com esse tipo de infecção, havendo dados de 25% de reincidência desse tipo de infecção). Outro ponto importante é com relação à proteção, segurança e respeito aos profissionais que trabalham nessa área: deve haver redução de manipulação e melhor gerenciamento do processamento de comadres.

Alguns dados indicam que a partir do ano 2000 cepas mais resistentes foram detectadas agravando os casos de pacientes infectados por este patógeno. Hoje existem dados mais atualizados quanto a patogenicidade deste agente (C.difficile).?
Já foram descritos na Grã-Bretanha, Estados Unidos e Canadá, subtipos de agente patógeno com maior virulência e resistência conhecido como ribotipo 027, que vem provocando aumento no número de mortes causadas por C. Difficile. No Brasil, não tenho conhecimento do isolamento desse subtipo.

Considerando-se que a maioria dos casos de diarréia estão associados a C. difficile ,como você percebe o papel da CME que processa utensílios do paciente no expurgo?
Sou totalmente contra o processamento de comadres e papagaios na CME.
Pontos que me fazem pensar assim são:
• Manipulação fora da área onde está o paciente aumentando muito a contaminação cruzada
• Tipo de microrganismos encontrados em fezes são diferentes dos encontrados em outros fluidos humanos
• Carga microbiana presente em fezes muito maior do que a presente em sangue
• Pessoal que trabalha com esse tipo de utensilio merece maior respeito e segurança para o gerenciamento da limpeza e desinfecção desses utensílios. A automatização no local de uso é fundamental.

Existem trabalhos científicos que evidenciam a relação processamento desses utensílios na CME e contaminação cruzada?
Na Europa, principalmente, a limpeza manual não é aceita, seguindo a norma ISO 15883 3, onde o processamento automático de comadres é obrigatório no expurgo dos andares. No Brasil e América Latina, o processamento automático ainda é considerado um “luxo” ainda que para instrumentais cirúrgicos, portanto, é difícil encontrar alguém que tenha feito um trabalho para mostrar esses riscos. Particularmente eu não conheço nenhum até o momento. O que precisamos fazer é iniciar pelo bom senso: basta comparar um local onde é feita a limpeza manual e automática desses utensílios e ver a diferença básica em termos de visual, odor, organização do ambiente, segurança e respeito ao profissional e ao paciente.
O que pode ser comprovado é que existe contaminação ambiental por C. Dificcile. Mencionei alguns trabalhos nas questões anteriores. Então, obviamente pode haver contaminação de ambientes onde se manipule utensílios contaminados por C. Difficile, incluindo a CME.
Seguem alguns sites onde se pode encontrar discussões e trabalhos apresentados em congressos e publicados em manuais sobre contaminação por C. difficile:
• www.cleanspaces.site.apic.org
• www.beckersasc.com ( buscar whitepapers- Clostridium)
• www.info.knip-consult (Gertie van Knippenberg- Gordebeke, RN)
• www.vhig.nl

Há estudos que abordam a eficácia de agentes químicos e inativação comprovada de C.difficile?
Esporos só podem ser inativados por determinados agentes químicos, que comprovadamente possam agir sob essas espécies. Tempo e concentração são fundamentais e geralmente demandam um tempo de processo que não é compatível com a rotina de trabalho para desinfeção de utensílios. Cloro e alguns agentes oxidantes são mencionados na literatura para desinfecção de superfícies infectadas por C. Difficile.
Tenho visto na prática no processamento manual no Brasil, o uso de álcool para a desinfecção desses instrumentais, o que torna o processo irremediavelmente ineficiente.
A inativação completa de esporos somente é obtida por esterilização.
Lavadoras termodesinfectadoras (de instrumentais ou de comadres) são utilizadas para desinfecção de materiais semi-críticos. A norma ISO 15883 3 estabelece um A0 entre 60 e 600, o que torna também extremamente importante uma fase de limpeza que permita através do design da câmara e jatos, a significativa redução logarítmica da carga microbiana.
Como exemplo, o equipamento da Meiko, empresa alemã especializada na fabricação de lavadoras termodesinfectadoras de comadres demonstra essa eficiência através de testes feitos no Laboratório HygCen – Centro de Higiene e Segurança de Produtos Médicos.

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Que outros recursos existem no mercado nacional para evitar o processamento de utensílios de pacientes na CME?

Eu mencionaria que o conhecimento do processo e riscos envolvidos no processamento manual já dão subsídios para que haja uma conscientização dos profissionais responsáveis pelo gerenciamento do processamento desses materiais para proibir que tal processo seja feito em CME. O mercado brasileiro possui alguns modelos e marcas de lavadoras termodesinfectadoras já disponíveis para comercialização. Enfatizo, que tais equipamentos devem possuir registro de produto na ANVISA como lavadoras termodesinfectadoras e não somente como lavadoras.

 

Você poderia comentar quais são os requisitos principais de uma lavadora de fluxo (lavadora termodesinfectadora)?
Uma lavadora termodesinfectadora para comadres e papagaios deve cumprir os requisitos da ISO 15883 1 e 3, que estabelece requisitos de design e engenharia específicos para tal equipamento. Também a parte 5 da mesma norma dá subsídios para monitoramento do processo de limpeza das mesmas. Também já existem monitoradores de limpeza específicos de comadres e papagaios disponíveis no mercado brasileiro, que podem colaborar para o perfeito uso de tais lavadoras e para detecção de falhas de processo.
Algumas das características básicas a serem analisadas na escolha de um modelo de lavadoras de comadres são:
• Materiais e design da câmara
• Número e posição dos jatos de agua
• Conformação dos jatos sem risco de acúmulo de papel e matéria orgânica
• Sistema fechado (não pode haver saída de vapor para fora da câmara)
• Duplos sensores de temperatura
• Auto desinfecção
• Controle do dreno por sensor
• Personalização dos racks para cada necessidade
• Controle de dose agentes químicos usados
• Abertura de porta que evite contato do usuário na parte interna da câmara

Só para enfatizar cite a norma específica para lavadora termodesinfectadora para comadres e papagaios
Sim. Norma 15883 3, inclusive já traduzida pela ABNT e disponível no Brasil.

Curiosidade – Cliff em ação!!!

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Enfermagem Perioperatória e Cirurgia Segura – Livro

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A segurança do paciente é temática de destaque na área da saúde, constituindo prioridade nas políticas públicas de saúde de vários países, inclusive no Brasil, por meio do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).

Ações relativas ao cuidado perioperatório envolvem diferentes processos e intervenções que visam à realização de procedimentos complexos, envolvendo equipe multiprofissional de formação diversificada. Considerando esta complexidade, o ambiente cirúrgico constituído pelas áreas de centro cirúrgico, recuperação anestésica e centro de material e esterilização é considerado um dos mais importantes dentro da assistência hospitalar, tanto na geração de receita como no desenvolvimento de tecnologias na área da saúde.

Nesse panorama, a presente obra buscou abranger de forma didática e elucidativa os temas centrais da segurança em cirurgia com foco na assistência de enfermagem perioperatória abordando a assistência à pessoa submetida ao procedimento anestésico-cirúrgico em fases etárias diversificadas (neonato, criança, adulto e idoso) bem como processos específicos de segurança no controle de eventos adversos.

Destacam-se os conteúdos relativos a enfermagem perioperatória e segurança do paciente; gestão de recursos físicos, humanos e segurança em cirurgia; cirurgia segura; preparo do ambiente, de materiais e de equipamentos para promoção de práticas seguras em cirurgia; prevenção de infecção em sítio cirúrgico; segurança na utilização de instrumentos cirúrgicos esterilizados; modalidades anestésicas e recuperação anestésica com enfoque na prevenção de erros e eventos adversos; prevenção de lesões; prevenção de hipotermia inadvertida; promoção de práticas seguras no cuidado perioperatório à criança e ao neonato, ao adulto e ao idoso; saúde ocupacional na unidade de centro cirúrgico; risco ocupacional biológico com enfoque na transmissão de patógenos por via sanguínea; higiene das mãos e do ambiente.

A finalidade deste livro, portanto, é proporcionar a estudantes e profissionais que atuam no cuidado perioperatório os fundamentos e as ações que se destinam à promoção da segurança, auxiliando na instituição de medidas de prevenção de eventos adversos evitáveis.

Esperamos que os conteúdos desta obra possam contribuir com subsídios para promoção da segurança do paciente, por meio de cuidados de enfermagem qualificados.
Boa leitura!




Anatomia de um Teste de Luvas

Anatomia de um Teste de Luvas
Encontre o melhor ajuste com esses sete fatores.

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A escolha de luvas cirúrgicas é muitas vezes impulsionada pela preferência do médico, seguida, é claro, de custo-eficácia. Nada se compara à experiência prática, e os orçamentos de suprimentos tendem a ter a última palavra, mas muitas especificações de produtos podem demonstrar as diferenças entre luvas em termos de usabilidade, firmeza e segurança. Considere adicionar os seguintes fatores às suas avaliações na próxima vez que for testar novas opções.

— David Bernard

 

  1. Vista e sinta

Cirurgiões querem luvas que se encaixem como uma segunda pele. Confortável, mas não muito apertado. Fácil de colocar e remover. E mais importante, durável, mas fina o suficiente para manter o tato. Diferentes procedimentos exigem diferentes níveis de sensibilidade tátil, então, peça aos fabricantes a espessura de suas luvas na ponta dos dedos e na palma da mão (medido em décimos de milímetro), a fim de combinar as luvas para cada tarefa cirúrgica.

 

  1. Medição de conforto

Descubra o grau do módulo de elasticidade para cada luva. O módulo de elasticidade mede a quantidade de esforço necessário para esticar a luva, e por sua vez, o quanto uma luva esticada comprime a mão que a veste. Uma luva com um módulo alto pode ser mais resistente a movimentos e pode ser mais propensa a causar fadiga da mão durante um procedimento. O módulo de elasticidade é medido em megapascal (MPa), uma unidade métrica de pressão.

 

  1. Força em números

A força de uma luva é a chave para sua eficácia na proteção como barreira. Os fabricantes podem fornecer dados sobre:

  • Resistência à tração. Esta é a quantidade de força necessária para perfurar a luva, medido em MPa. Quanto maior o número, mais forte é a luva.
  • Isto representa a elasticidade de uma luva, o quanto ela pode esticar para além de seu comprimento de fabricação antes de quebrar, apresentado em forma de porcentagem. Nota: A resistência à tração e alongamento é frequentemente medida antes e depois de um tratamento térmico que simula os efeitos de um ano na prateleira.
  • O FDA estabeleceu um nível de qualidade aceitável (AQL) de até 2,5 defeitos a cada 1.000 luvas nas inspeções visuais em amostras aleatórias e testes de vazamento de água.

 

  1. Enluvamento duplo

O CDC, AORN, OSHA e outras autoridades concordam: Vestir dois pares de luvas durante a cirurgia reduz os riscos de infecção, fornecendo proteção adicional se a luva externa for perfurada. Uma luva interna colorida faz com que qualquer dano seja imediatamente visível. Já que o enluvamento duplo pode reduzir a sensibilidade e agilidade, a espessura desempenha um papel importante, assim como a textura. Uma luva exterior com superfície interna lisa ou lubrificada pode ser mais fácil de vestir sobre a primeira camada.

 

  1. Materiais à mão

Por muito tempo, o látex de borracha natural era praticamente a única opção para luvas cirúrgicas. O crescente conhecimento sobre seus riscos de alergia e sensibilidade entre fornecedores e pacientes, no entanto, tem levado muitas instituições a explorar alternativas sintéticas como nitrílica, poliisopreno, policloropreno (também conhecida como neoprene) ou cloreto de polivinil, que oferecem resistência e desempenho comparável, se não a sensação exata (e econômica) do látex.

 

  1. Armadilhas do talco

Luvas de látex são frequentemente polvilhadas com amido para auxiliar na colocação. Mas há um porém. O pó não só absorve proteínas do látex, ele também apresenta um risco de irritação respiratória e também pode contaminar, infectar ou prejudicar de alguma forma a cicatrização de feridas. Alguns fabricantes lavam as luvas para reduzir seu teor de proteínas (medida em microgramas por grama), mas luvas sem pó contornam totalmente o problema. Luvas com revestimentos interiores que facilitam a colocação podem até mesmo apresentar benefícios à pele dos usuários.

 

  1. Preocupações com o punho

O fato de a luva vestir confortavelmente a mão não é suficiente. Ela também deve cobrir integralmente o punho da roupa cirúrgica, sem folgas, dobras ou deslizes que poderiam expor a pele do usuário e contaminar o campo estéril. Luvas que incorporam uma faixa adesiva interna ou um desenho canelado no pulso, podem ajudar a mantê-las estáveis e segurá-las no punho, evitando que as luvas fiquem deslizando.




Usando Teste de Bowie & Dick corretamente

Por Nancy Chobin, RN, AAS, ACSP, CSPM
Fonte: Infection Control Today 19abril 2016

 

 

Questionamento: Recentemente uma consultora visitou nosso departamento. Ela disse que eu estava conduzindo o teste Bowie-Dick de forma errada. Eu posiciono o pacote de teste em um cesto de arame que é colocado sobre a linha de drenagem. Esta é a forma como me foi mostrado e todos nós o fazemos da mesma maneira. A consultora não conseguiu explicar por que isso é errado. Você pode explicar o processo correto e por quê?

 

Resposta: O Guia Completo de Esterilização a Vapor e Segurança de Esterilização em Instituições de Saúde ANSI/AAMI, ST79:2010, & A1:2010, & A2:2011, & A3:2012, & A4:2013, da Associação Para o Avanço da Instrumentação Médica (AAMI), descreve os procedimentos do teste Bowie-Dick em detalhes. Deve-se ter uma política e procedimento para a realização do teste Bowie-Dick, pois é um importante indicador do desempenho do esterilizador.

 

O que é um teste Bowie-Dick? É um teste do sistema de remoção de ar do esterilizador. De acordo com a AAMI; “o teste Bowie-Dick deve ser realizado todos os dias, antes da primeira carga processada, porque é um meio sensível e rápido de detecção de fugas de ar, remoção inadequada do ar, penetração inadequada do vapor e gases não condensáveis (por exemplo; ar ou gás de aditivos de caldeiras). A remoção insuficiente de ar em um esterilizador por remoção dinâmica de ar, especialmente no ciclo de pré-vácuo, pode prejudicar a esterilização e resultar em suprimentos não estéreis se isso não for detectado.

 

O teste Bowie-Dick deve ser realizado em esterilizadores por remoção dinâmica de ar no ciclo pré-vácuo. O teste deve ser realizado nos dias em que o esterilizador for utilizado e sempre antes da primeira carga processada. Se o esterilizador é usado continuamente, então, o teste deve ser realizado no mesmo horário todos os dias. Se você tem uma autoclave de pressão a vapor, verifique com o fabricante do esterilizador se o teste Bowie-Dick é recomendado.

 

Procedimento: O teste Bowie-Dick deve ser realizado diariamente, sempre que o esterilizador estiver em uso, e antes da primeira carga processada. Se seus esterilizadores permanecerem ligados continuamente, deve-se realizar o teste todos os dias no mesmo horário. O pacote de teste Bowie-Dick usa um indicador químico Classe II para o teste. Maior parte das instalações usa pacote de teste Bowie-Dick fabricado. O pacote pré-montado fornece consistência na preparação. (NOTA: O AAMI ST-79 fornece orientações sobre a preparação do pacote de teste feito na instalação usando toalhas cirúrgicas). Há testes Bowie-Dick para uso único e testes reutilizáveis. Siga sempre as instruções do fabricante que estão no pacote do teste sobre uso, armazenamento e interpretação.

 

Em primeiro lugar, a data de vencimento do pacote de teste deve ser verificada. Nunca use um pacote de teste expirado. Em seguida, identifique no pacote o número do esterilizador (se você tiver mais de um esterilizador a vapor). Pode-se afixar uma etiqueta de controle de lote no exterior da embalagem. Isto evitará que os testes sejam trocados.

 

De acordo com o AAMI ST-79: “o pacote de teste deve ser colocado horizontalmente na frente, na parte inferior do rack esterilizador ou carrinho, perto da porta e sobre o dreno, em uma câmara vazia. O pacote do teste deve ser o único item no carrinho do esterilizador. Usar outra coisa no lugar do carrinho esterilizador não representa a forma como as cargas são processadas, portanto, o pacote deve ser sempre colocado no carrinho ou rack inferior (para os esterilizadores sem carrinho), o teste Bowie-Dick deve ser realizado em uma câmara vazia para maximizar o potencial de detecção de qualquer ar que entre por meio de vazamento, ou que não é removido por causa de mau funcionamento do sistema de remoção de ar. Outras embalagens na câmara entram com uma percentagem de ar e reduzem a sensibilidade do teste.

 

O teste é conduzido utilizando um ciclo abreviado. Alguns esterilizadores já são configurados com o ciclo de teste Bowie-Dick. Normalmente, o tempo de ciclo é de 3,5 a 4,0 minutos sem tempo de secagem. O teste nunca deve ser executado em uma exposição de 4 minutos. De acordo com a AAMI: “se forem utilizados tempos de exposição mais longos, o teste deve ser considerado inválido assim como seus resultados; até mesmo um minuto a mais pode afetar os resultados”.

 

A maioria dos fabricantes recomenda que um ciclo de aquecimento seja executado antes de realizar o teste Bowie-Dick. Verifique com o fabricante de seu esterilizador e o pacote de teste Bowie-Dick para ver se isso é recomendado. Se o esterilizador for testado frio (depois de o esterilizador ser ligado e antes de uma carga ser processada), pode-se produzir falsas falhas, a menos que seja pré-aquecido à temperatura de funcionamento, executando, pelo menos, um ciclo com a câmara vazia.

 

É importante saber como interpretar os resultados do teste Bowie-Dick. Dependendo do pacote de teste que está sendo usado, consulte as instruções a respeito dos resultados esperados. Se houver qualquer dúvida quanto ao resultado, relate isso ao supervisor que determinará qual a ação tomar.

 

O teste Bowie-Dick também é realizado após realocação, ou grandes reparos em esterilizadores a vapor. Cheque o AAMI ST-79 para os procedimentos de teste de qualificação.

 

Assim, é importante seguir todas as instruções para a realização do teste Bowie-Dick. Leia as instruções de uso no pacote de teste que se está usando e sempre siga as normas da AAMI.