POR QUE EMBALAR ARTIGOS ESTERILIZADOS?

Ao término de um procedimento correto de esterilização, os produtos no interior da câmara do esterilizador estarão esterilizados. O ar da sala onde o esterilizador estiver instalado contém partículas de poeira que podem conter microorganismos. Logo, ao remover a carga do esterilizador, esta será novamente contaminada. Além do mais, normalmente os artigos esterilizados são armazenados por algum tempo antes de serem utilizados e ainda por cima são transportados dentro do ambiente hospitalar até o local onde serão utilizados. Fica claro que qualquer artigo, quando não protegido, será recontaminado até o momento de ser usado. Os artigos devem ser acondicionados em embalagens para evitar a recontaminação após a esterilização. Ao mesmo tempo, o material da embalagem deve ser adequado para permitir a esterilização dos artigos contidos dentro dela! Além do que, a embalagem deve proteger seu conteúdo durante o manuseio e transporte. Todos os produtos que serão esterilizados devem ser embalados para serem considerado uma esterilização terminal




Posso esterilizar todos os materiais em CME?

Além de ser um procedimento desnecessário a todos os materiais de forma indiscriminada (RUTALA, WEBER 1999), a esterilização geralmente tem custo mais elevado do que a desinfecção, portanto, não há recomendação para a esterilização de 100% dos artigos utilizados num Estabelecimento de Assistência à Saúde (EAS) (PINTER, GABRIELLONI, 2000). Consulte classificação de Spaulding

 




Quais precauções devem ser tomadas ao utilizar o Glutaraldeído como agente desinfetante de alto nível?

A atividade antimicrobiana do glutaraldeído pode ser alterada com a diluição e a presença de matéria orgânica. Soluções neutras ou alcalinas de glutaraldeído possuem ação microbicida e anti-corrosiva superiores às soluções ácidas. O glutaraldeído não é corrosivo para metais e não danifica artigos com lentes, borracha ou plástico. É necessário ventilação do local de uso (o limite de glutaraldeído no ar é de 0,2 ppm), imersão em recipientes plásticos hermeticamente fechados, uso de equipamentos de proteção individual (luvas, máscara, óculos) (APECIH, 2003). Cada fabricante de glutaraldeído deve determinar a concentração mínima que seja eficaz (MEC) para a solução comercializada. Em São Paulo desde março de 2007 está em vigor a Resolução SS-27, de 28 de fevereiro de 2007, que aprova a Norma Técnica que estabelece medidas de controle no uso de glutaraldeído nas instituições de Assistência à Saúde.




QUAIS OS CUIDADOS A OBSERVAR NA UTILIZAÇÃO DA SOLUÇÃO DE ÁCIDO PERACÉTICO?

Procure familiarizar-se com a composição e tipos de ligas presentes no instrumental existente na sua instituição. Apesar de apresentar baixa toxicidade, ação rápida, efetividade mesmo na presença de matéria orgânica e em baixa concentração, a solução de ácido peracético pode ser corrosiva para materiais de cobre, bronze, ferro galvanizado e aço (PADOVEZE, DEL MONTE, 2003).




QUAIS OS CUIDADOS A OBSERVAR NA UTILIZAÇÃO DO ÁLCOOL ETÍLICO 70%?

O álcool etílico 70% deve ser utilizado por fricção, em três aplicações, com secagem espontânea e tempo total de exposição de 10 minutos (BRASIL, 2007f). É contra-indicado para artigos de acrílico, provoca corrosão de metais e pode danificar o cimento de lentes. Por ser volátil, deve ser armazenado em recipientes fechados para evitar evaporação e redução da concentração (POSSARI, 2003).




QUAIS OS CUIDADOS A OBSERVAR NA UTILIZAÇÃO DO HIPOCLORITO?

O hipoclorito de sódio apresenta redução da sua atividade germicida na presença de matéria orgânica (CHITNIS, 2004). O produto deve ser armazenado em local fresco, ventilado e ao abrigo da luz, pois é termo e fotossensível. É corrosivo para metais. A diluição recomendada para desinfecção de artigos semicríticos é de 10.000 ppm ou 1%, com exposição de 30 minutos. Artigos de oxigenoterapia e inaloterapia têm indicação de diluição de 200 ppm ou 0,02% por 60 minutos sem enxágüe. O produto é irritante para pele, mucosas e sistema respiratório (BRASIL, 2007f).




QUAIS OS DOCUMENTOS A SEREM REQUISITADOS PELO USUÁRIO AO FORNECEDOR?

Basicamente, o usuário, no caso dos Serviços de Saúde, deverá requisitar a confirmação da regularização do produto junto à Anvisa. Outras informações, como material científico, informes técnicos ou folders da empresa, entre outros, vai depender da necessidade de cada serviço.




QUAIS OS TIPOS DE DESINFECÇÃO E A DIFERENÇA ENTRE ELAS?

Os tipos de desinfecção são: desinfecção de baixo nível, desinfecção de nível intermediário e desinfecção de alto nível. Veja abaixo as diferenças entre elas: Desinfecção de alto nível: Elimina: Bactérias vegetativas, bacilo da tuberculose, fungos, vírus e alguns esporos bacterianos. É indicada para: Itens semi-críticos (ex.: lâminas de laringoscópio, equipamento de assistência respiratória, endoscópios flexíveis) Agentes desinfetantes disponíveis no mercado: Formaldeído, Glutaraldeído, Ácido Peracético, Pasteurizadora, Termodesinfetadora Desinfecção de nível intermediário: Maioria dos fungos, todas as bactérias vegetativas, bacilo da tuberculose, alguns vírus lipídicos. Não é esperada ação sobre esporos bacterianos. Indicado para: Itens não-críticos e superfícies. Agentes desinfetantes disponíveis no mercado: Álcool etílico 70%, fenóis (alta toxicidade, tende ao desuso), hipoclorito de sódio (1.000 ppm de cloro disponível). Desinfecção de baixo nível: Não há ação sobre esporos ou bacilo da tuberculose, pode ou não ter ação sobre vírus não lipídicos, atividade relativa contra fungos. Elimina a maioria das bactérias vegetativas. Indicada para: Itens não-críticos e superfícies. Agentes desinfetantes disponíveis no mercado: Álcool etílico 70%, fenóis (alta toxicidade, tendendo ao desuso), hipoclorito de sódio (100 ppm de cloro disponível), quaternário de amônio (apenas para desinfecção de superfícies). (NOGAROTO, PENNA, 2006; RUTALA, WEBER, 1999)




Quais são as características dos agentes de limpeza?

Agentes de limpeza eficazes removem os resíduos sem causar dano ao material, na superfície externa ou interna do mesmo. Estes agentes não devem ser reativos, aditivos ou adsortivos em relação aos materiais. O uso correto do produto em termos de diluição, concentração e temperatura faz parte das instruções do fabricante. Estas instruções devem ser transmitidas de modo formal, e escritas em língua portuguesa, conforme prevê o código de defesa do consumidor.

 




QUAIS SÃO AS ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O USO DA EMBALAGEM?

• Nas unidades hospitalares que empregam mais de um método de esterilização, medidas devem ser adotadas para garantir que a troca das embalagens de esterilização seja evitada. As embalagens devem conter indicações claras sobre que tipo de processo de esterilização deve ser utilizado. • Instrumentos médicos re-utilizáveis que se destinam a re-esterilização (ex.: em função do vencimento da data de validade, ou porque a embalagem foi de alguma maneira danificada) devem ser inspecionadas e quando necessário, lavadas e re-embaladas. Embalagens de algoão devem ser recondicionadas. • O conteúdo de uma embalagem que tenha sido equivocadamente aberta deve ser considerado como não esterilizado. Deve ser evidenciado que a embalagem foi aberta. Ex.: danificando o material do qual a embalagem é feita. O conteúdo dessa embalagem deve então ser inspecionado e quando necessário lavado. Devendo somente então ser re-embalado e esterilizado.