Depois do uso do material o que é importante fazer e considerar?

No ponto de uso podem-se emergir os materiais em água para evitar o ressecamento da matéria orgânica, principalmente quando estes materiais apresentarem lúmen estreito e desenho complexo. No processo de limpeza do produto médico é importante considerar, o desenho, tamanho, complexidade e tipo de matéria prima do produto antes da utilização do produto químico ou equipamento.




DESINFECÇÃO DOS MATERIAIS DE ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA (COMO KIT DE TRAQUEIA DO VENTILADOR MECÂNICO) PODE-SE FAZER COM ÁCIDO PERACÉTICO?

Sim, as traquéias, extensões, podem ser imersos no ácido peracético para desinfecção. (desinfecção de nível intermediário 10 min./ desinfecção de alto nível 30 min). O ácido peracético com pH mais próximo a neutralidade, é compatível com silicone; policarbonato, polietileno, aço inoxidável, alumínio bruto, poliuretano, PVC entre outros. É incompatível com cobre, latão, ferro, aço galvanizado e titânio.




DETERGENTE ENZIMÁTICO É BACTERIOSTÁTICO?

Depende. A função do detergente enzimático é a retirada da sujidade. Mesmo que em sua composição haja álcool isopropílico, é provável que a concentração séja menor que a preconizada para a ação desinfetante, uma vez que este compontente tem a finalidade umectante e/ou anti-espumante. Caso o produto seja bacteriostático, deve possuir registro e laudo como tal (GRAZIANO, 2002).

 




É possível assegurar que o artigo está estéril na presença de material orgânico?

NÃO. Diversos estudos demonstram que matéria orgânica dificulta a penetração do agenteesterilizante, protegendo os microorganismos da ação ou reagindo com o agente esterilizante e reduzindo sua ação (PADOVEZE, DEL MONTE, 2003).




E QUANTO AOS IMPLANTES, ELES PODEM SER ESTERILIZADOS EM CICLO FLASH?

De maneira alguma. Não de deve esterilizar artigos implantáveis em ciclos flash (AORN, 2006; BRASIL, 2007f).

 




Esterilização por óxido de etileno

O método de esterilização conhecido como gás óxido de etileno é realizado em autoclave própria para óxido de etileno. Este processo é classificado como processo físico-químico. Seu mecanismo de eliminação microbiana é conseguido através da alquilação protéica. Os parâmetros utilizados para a realização deste processo são: Temperatura, pressão, tempo, umidade relativa, remoção do ar da câmara interna, concentração do gás, disposição da carga. O tempo utilizado para promover a esterilização por este método é de 3 a 4 horas de exposição mais tempo de aeração variável. Os insumos utilizados neste método são: Embalagens (papel grau cirúrgico, plásticos, papel crepado, polipropileno) energia elétrica, água, óxido de etileno líquido ou gasoso. Este processo é incompatível com Líquidos e materiais que contenham resíduos de cloro. Fatores negativos: Ao final do processo apresenta resíduos tóxicos (etilenocloridrina, etilenoglicol). Fatores positivos: Monitoração: Parâmetros físicos, IQ, IB (Bacillus subtillis)




EXISTE A NECESSIDADE DE EMBALAR DUPLAMENTE TODOS OS MATERIAIS?

Este é um assunto que encontra divisões entre os autores. De um lado alguns recomendam o uso de embalagens duplas em artigos de conformação irregular e de tamanhos grandes (PADOVEZE, DEL MONTE, 2003), do outro lado alguns atentam para o motivo atribuído pelo Estabelecimento de Assistência à Saúde (EAS) para uso da mesma, uma vez que acreditam que pacotes com diversos artigos devem ser embalados de maneira que possam ficar contidos durante a abertura, e não sejam atirados para fora durante o processo colocando em risco a área estéril (FOX, 2005). Para a AORN não existe a necessidade de embalar duplamente os pacotes em papel grau cirúrgico com filme plástico de forma rotineira para o processo de esterilização, mas recomenda seu uso para assegurar a transferência asséptica de pacotes com diversos artigos (AORN, 2007). A embalagem dupla seqüencial é recomendada por dificultar a penetração de microorganismos e permitir a transferência asséptica com facilidade. Porém, embalagens duplas soldadas de polipropileno asseguram a mesma proteção quando seguidas as recomendações dos fabricantes (AORN, 2007).




EXISTE A NECESSIDADE DE SE COLOCAR INDICADORES QUÍMICOS EM TODOS OS PACOTES QUE SERÃO ESTERILIZADOS?

Os indicadores químicos têm como objetivo ajudar a monitorar o processo de esterilização para que ele seja eficaz. Já a AORN recomenda que eles sejam colocados em todos os pacotes, tanto os externos quanto os de uso interno. Porém, tudo isso depende da política de cada instituição. Seria extremamente importante sua utilização principalmente em materiais mais críticos e pacotes contendo diversos artigos.




EXISTE DIFERENÇA ENTRE ARTIGOS DESCARTÁVEIS, PERMANENTES, DE USO ÚNICO, ARTIGOS COM REPROCESSAMENTO PROIBIDO, E ARTIGOS PASSÍVEIS DE REPROCESSAMENTO?

Quem normatiza esta questão é a Resolução RDC nº 156, publicada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 11 de agosto de 2006. Artigos descartáveis, de uso único ou com reprocessamento proibido são produtos médicos fabricados com a finalidade de utilização única. Ou seja, após o uso faz-se o descarte. Isto acontece devido às características da matéria-prima ou da conformação do artigo. Artigos permanentes são produtos médicos fabricados para serem utilizados várias vezes. São fabricados com materiais como metal, vidro, borracha ou tecido, resistentes a diversas reutilizações após reprocessamento. Já os artigos passíveis de reprocessamento são produtos médicos fabricados com a intenção de utilização seguida do descarte devido às características da matéria-prima ou da conformação do artigo, mas que no Brasil é permitida sua reutilização, desde que sejam observados todos os critérios dispostos na legislação competente e sob responsabilidade do serviço de saúde (BRASIL, 2007).




EXISTE UMA MANEIRA CORRETA DE SE FAZER A SELAGEM TÉRMICA DE EMBALAGENS DE TYVEK® OU PAPEL GRAU CIRÚRGICO COM FILME PLÁSTICO?

Existem seladoras desenvolvidas exclusivamente para promover a selagem de embalagens de papel grau cirúrgico com filme plástico e de tyvek® . Uma vez que elas possibilitam calibrar temperatura, velocidade e pressão de selagem de acordo com a embalagem escolhida. É importante selar cada tipo de embalagem numa seladora programada especificamente para cada finalidade, evitando desta forma alterações freqüentes na calibração do equipamento. Deve-se observar após a selagem que a embalagem não abre facilmente, não derrete partes plásticas da embalagem nem permite a formação de bolhas na região selada. Retirar o ar previamente do pacote também é muito importante pois, evita que estourem durante a esterilização em autoclave. A ISO 11.607 recomenda que a selagem não apresente canais, aberturas, puncturas, rasgos ou delaminações e cita a norma EN 868-5:1999, 4.3.2 para as especificações de selagem (ISO, 2006).