24/02/2014 – PROTOCOLO DE SEGURANÇA , USO E ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

1. Finalidade
Promover práticas seguras no uso de medicamentos em estabelecimentos de
saúde.
2. Justificativa
Em todo o mundo, os eventos adversos no processo de assistência à saúde
são frequentes. Em resposta a esse preocupante quadro, a Organização Mundial
de Saúde – OMS lançou, em 2004, o programa Aliança Mundial para a Segurança
do Paciente, que conclama todos os países-membros a adotarem medidas para
assegurar a qualidade e segurança da assistência prestada nas unidades de saúde.
Estudo realizado nos Estados Unidos da América revela que cada paciente
internado em hospital norte-americano está sujeito a um erro de medicação por dia,
sendo registrados anualmente, nessas instituições, no mínimo 400.000 eventos
adversos evitáveis relacionados a medicamentos. Esses eventos adversos podem
verificar-se em todas as etapas da cadeia terapêutica e sua ocorrência aumenta
consideravelmente os custos do sistema de saúde.
Estima-se que os erros de medicação em hospitais provoquem mais de 7.000
mortes por ano nos Estados Unidos da América, acarretando importantes custos
tangíveis e intangíveis. No Brasil ainda não estão disponíveis estatísticas de óbitos
relacionados a erros de medicação.
Diante da possibilidade de prevenção dos erros de medicação e do risco de
dano em função da sua ocorrência, torna-se relevante identificar a natureza e
determinantes dos erros, como forma de dirigir ações para a prevenção. As falhas
no processo de utilização de medicamentos são consideradas importantes fatores
contribuintes para a redução da segurança do paciente..
Considerando-se a prevenção de erros, deve-se destacar o grupo de
medicamentos chamados de potencialmente perigosos ou de alta vigilância (highalert
medications), que possuem maior potencial de provocar dano no paciente
quando existe erro na sua utilização. Erros envolvendo esses medicamentos têm
maior gravidade, sendo necessária a adoção de protocolos específicos para
prevenção.Em pesquisa que analisou eventos adversos relacionados a
medicamentos que ocorreram em hospital norte-americano de 1994 a 2000, foi
observado que mais da metade dos eventos preveníveis que provocam danos nos
pacientes envolvia anticoagulantes, opiáceos e insulinas.
A incorporação de princípios para reduzir erros humanos minimizando os
lapsos de memória, promovendo acesso a informações sobre os medicamentos e
desenvolvendo padrões internos de treinamento reduz a probabilidade de falhas e
aumenta a chance de interceptá-las antes de resultar em prejuízo ao paciente.
Nesse sentido, devem-se incluir estratégias como a padronização de processos, o
uso de recursos de tecnologia da informação, educação permanente e,
principalmente, o acompanhamento das práticas profissionais em todas as etapas
do processo que envolve o medicamento.
No Brasil, pesquisa bibliográfica realizada na base de dados PubMed em 10
de abril de 2013, utilizando os termos “medication errors” e “Brazil” encontrou 74
artigos publicados entre 1978 a 2012, sendo 66 deles em instituições hospitalares e
08 em estabelecimentos de saúde não hospitalares. Esses dados revelam a
necessidade de maior estímulo à pesquisa e publicação nacional nesse importante
campo de investigação como forma de conhecer a situação da segurança do uso de
medicamentos.
3. Abrangência (âmbito, ponto de cuidado, local de aplicação).
O protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de
medicamentos deverá ser aplicado em todos os estabelecimentos que prestam
cuidados à saúde, em todos os níveis de complexidade, em que medicamentos
sejam utilizados para profilaxia, exames diagnósticos, tratamento e medidas
paliativas.
4. Definições (vide Apêndice)
5. Práticas seguras para prescrição de medicamentos
As prescrições, quanto ao tipo, classificam-se como:
Urgência/emergência: quando indica a necessidade do início imediato de
tratamento. Geralmente possui dose única;
Pro re nata ou caso necessário: quando o tratamento prescrito deve ser
administrado de acordo com uma necessidade específica do paciente,
considerando-se o tempo mínimo entre as administrações e a dose máxima;
Baseada em protocolos: quando são preestabelecidas com critérios de início
do uso, decurso e conclusão, sendo muito comum em quimioterapia
antineoplásica;
Padrão: aquela que inicia um tratamento até que o prescritor o interrompa;
Padrão com data de fechamento: quando indica o início e fim do tratamento,
sendo amplamente usada para prescrição de antimicrobianos em meio
ambulatorial; e
Verbal: utilizada em situações de emergência, sendo escrita posteriormente,
em decorrência, possui elevado risco de erros e deverá ser restrita às
situações para as quais é prevista.
Quanto à origem, a prescrição pode ser: ambulatorial, hospitalar ou
proveniente de outro tipo de estabelecimento de saúde.
Os medicamentos prescritos podem ser: medicamentos fabricados pela
indústria (referência, similar e intercambiável), magistrais ou farmacopeicos.
5.1 Intervenções
5.1.1 Itens de verificação para a prescrição segura de medicamentos
a) Identificação do paciente
A identificação do paciente na prescrição realizada em ambulatório deve
conter, no mínimo, as seguintes informações:
Nome completo do paciente;
endereço; e
data de nascimento.
A identificação do paciente na prescrição hospitalar deve ser realizada em
formulário institucional e conter, no mínimo, as seguintes informações:
nome do hospital;
nome completo do paciente;
número do prontuário ou registro do atendimento;
leito;
serviço;
enfermaria/apartamento; e
andar/ala.
Obs: todos os itens da identificação do paciente nas prescrições, tanto
ambulatoriais quanto hospitalares, devem ser legíveis.
A identificação do paciente na prescrição deverá utilizar exclusivamente o
nome completo do paciente. A utilização do nome incompleto e do nome abreviado
deve ser excluída da prática cotidiana dos estabelecimentos de saúde.
Para os pacientes que são admitidos nas unidades de saúde sem
possibilidade de identificação (emergências e situações de catástrofes) devem-se
adotar códigos diferentes por paciente, acrescidos minimamente do número de
prontuário ou registro de atendimento. Nessa situação, algum dispositivo deve ser
utilizado, de forma que fique aderido ao corpo do paciente a codificação definida na
unidade para identificá-lo provisoriamente.
A utilização da abreviatura “NI” (não identificado) ou outra abreviatura para
todos os pacientes nessas condições deve ser abolida, em virtude do risco de erro
de medicação.
b) Identificação do prescritor na prescrição
A identificação do prescritor deverá ser realizada contendo o nome completo
e número de registro do conselho profissional e assinatura. Esse registro poderá ser
manuscrito ou com a utilização de carimbo contendo os elementos de identificação.
A identificação do prescritor deverá ser legível para conferir autenticidade à
prescrição.
c) Identificação da instituição na prescrição
Na prescrição ambulatorial e hospitalar deverá constar a identificação
completa do estabelecimento de saúde (nome, endereço completo e telefone), para
que o paciente possa manter contato com os profissionais de saúde para
esclarecimentos de dúvidas posteriores à consulta.
d) Identificação da data de prescrição
A data da prescrição é imprescindível para conferir validade à mesma. Em
meio ambulatorial, a validade da prescrição deve ser definida e registrada na própria
prescrição, pelo prescritor.
A data na prescrição é imprescindível para a dispensação e a administração
dos medicamentos, assegurando-se de que o que foi indicado está baseado na
avaliação médica do dia em que foi emitida a prescrição.
A supressão da data na prescrição está relacionada à ocorrência de vários
erros de medicação, entre eles a permanência da utilização de medicamentos por
tempo inadequado e a administração de medicamentos sem indicação para a
condição clínica atual do paciente.
e) Legibilidade
Problemas na legibilidade da prescrição podem comprometer a comunicação
entre prescritor e paciente e entre prescritor e demais profissionais de saúde, sendo
geradora importante de erros de medicação, sobretudo, a troca de medicamentos
com nomes parecidos.
Quando a prescrição possui medicamentos potencialmente perigosos/alta
vigilância, os erros ocasionados pela legibilidade inapropriada podem ser graves, e
até fatais,
Recomenda-se a utilização de prescrições digitadas e eletrônicas como forma
de melhorar a legibilidade das mesmas. Nesses casos, recomenda-se, para a
impressão, o uso de formulários sem pauta, para evitar erros de medicação
ocasionados pelo encontro das linhas com letras e números da prescrição.
O uso de impressão frente e verso para prescrição não é recomendado, pelo
elevado risco de omissão (não cumprimento integral da prescrição).
A utilização de prescrição pré-digitada é uma opção que pode diminuir alguns
tipos de erros de medicação. A prescrição manual pode levar a elevado número de
erros, ainda que parte delas possa ser legível.
A prescrição carbonada não é recomendada. Se o estabelecimento de saúde
não tiver alternativa à prescrição carbonada, deve-se verificar a legibilidade da
informação que consta na segunda via. Nesse caso, sugere-se a utilização do papel
já carbonado produzido em gráfica para assegurar a adequada legibilidade e
segurança da prescrição.
É preciso, ainda, atenção aos novos tipos de erros de prescrição, que podem
ser ocasionados devido à alteração na forma de prescrição (manuscrita, digitada,
pré-digitada e eletrônica).
f) Uso de abreviaturas
Recomenda-se que os medicamentos sejam prescritos sem o uso de
abreviaturas, pois seu uso aumenta a chance de erro de medicação23-25.
Caso seja indispensável em meio hospitalar, a instituição deve elaborar,
formalizar e divulgar uma lista de abreviaturas padronizadas, de modo a promover a
adequada comunicação entre os membros da equipe de saúde. Essa lista não deve
conter abreviatura de “unidades” (U) e “unidades internacionais” (UI), utilização de
fórmulas químicas (KCl, NaCl, KMnO4 e outras) e nomes abreviados de
medicamentos (HCTZ, RIP, PEN BEZ, MTX, SMZ-TMP e outros).
As abreviaturas “U” e “UI” significando “unidades” e “unidades internacionais”,
respectivamente, são consideradas as mais perigosas de todas, pois podem levar à
administração de doses 10 ou 100 vezes maior do que a prescrita24-26. Desta
maneira, deve-se abolir o uso de abreviaturas “U” e “UI”, escrevendo a palavra
“unidade” por extenso no lugar de “U” ou “unidade internacional” no lugar de “UI”.
Caso exista padronização de abreviatura para via de administração, preferir o
uso de “EV” (para endovenosa) em vez de IV (intravenosa), em função do risco de
erro de interpretação do “IV” como “IM”, sobretudo quando associado a pouca
legibilidade da prescrição.
g) Denominação dos medicamentos
Os medicamentos devem ser prescritos utilizando-se a denominação comum
brasileira e em sua ausência a denominação comum internacional. Quanto à
denominação de fitoterápicos, observar a determinação da Denominação Comum
Brasileira de Fitoterápicos ou, quando omisso, utilizar a denominação botânica
acrescida da parte da planta utilizada.
A utilização de códigos ou codinomes utilizados para medicamentos durante a
fase de ensaios clínicos não devem ser utilizados para nominar medicamentos
utilizados em estabelecimentos de saúde. Quando prescrito medicamento objeto de
ensaio clínico, este deve ser identificado como tal, a partir do emprego da expressão
“ensaio clínico”.
h) Prescrição de medicamentos com nomes semelhantes
Medicamentos cujos nomes são reconhecidamente semelhantes a outros de
uso corrente na instituição devem ser prescritos com destaque na escrita da parte do
nome que os diferencia, e pode ser utilizada letra maiúscula ou negrita. Exemplos
de nomes semelhantes:
DOPAmina e DOBUtamina;
ClorproPAMIDA e ClorproMAZINA;
VimBLASTina e VinCRIStina.
Os membros da Comissão de Farmácia e Terapêutica e/ou do Núcleo de
Segurança do Paciente do estabelecimento de saúde deverão organizar lista de
medicamentos com nomes semelhantes e/ou embalagens parecidas selecionados
no estabelecimento de saúde e que possam ser fonte de erros, para divulgação
entre os profissionais da instituição.
i) Expressão de doses
O sistema métrico deverá ser adotado para expressar as doses desejadas. As
unidades de medidas não métricas (colher, ampola, frasco) devem ser eliminadas
das prescrições, quando utilizadas isoladamente para expressar a dose. A utilização
da forma farmacêutica (ampola, frasco, comprimido e outros) na prescrição deve ser
acompanhada de todas as informações necessárias para a dispensação e
administração segura.
A unidade de medida deve ser claramente indicada; e quando se tratar de
microgramas, este deve ser escrito por extenso.
Ao prescrever doses ou volumes com números fracionados (por exemplo:
2,5mL), observar nas duas vias da prescrição se a vírgula está bem posicionada e
clara, para evitar erro de dose, no qual a dose de “2,5 mL” seja interpretada como
“25 mL”. Não utilize “ponto” em substituição à vírgula, pois aumenta o risco de erro.
Para definir a concentração de um medicamento, o uso do zero antes da
vírgula ou ponto deve ser evitado, pois pode gerar confusão e erro de 10 vezes na
dose prescrita. Exemplo: recomenda-se prescrever “500mg” em vez de “0,5g”, pois a
prescrição de “0,5g” pode ser confundida com “5g”.
5.1.2 Indicação, cálculos de doses e quantidades dos medicamentos
a) Alergias
Deve-se registrar com destaque na prescrição as alergias relatadas pelo
paciente, familiares e/ou cuidadores.O registro do relato de alergia na prescrição
subsidia adequada análise farmacêutica das prescrições e os cuidados de
enfermagem, reduzindo, assim, a chance da dispensação e administração de
medicamento ao qual o paciente é alérgico.
Em hospitais que utilizam prontuários e prescrições eletrônicas, as alergias do
paciente devem ser registradas no sistema eletrônico e constar em todas as
prescrições emitidas para o paciente.
b) Informações importantes
O prescritor deverá registrar na prescrição qualquer informação que considere
relevante para que a assistência ao paciente seja segura e efetiva, considerando-se
os múltiplos atores no processo assistencial e a necessidade de informação
completa, clara e precisa.
É importante ressaltar que nas prescrições ambulatoriais, deverão ser
registradas todas as orientações sobre como utilizar o medicamento, bem como as
recomendações não farmacológicas devem constar também na prescrição.
c) Padronização de medicamentos
O estabelecimento de saúde deve ter uma lista de medicamentos
selecionados/padronizados considerando-se critérios de efetividade, segurança e
custo. A padronização deve ser homologada, publicada e divulgada a todos os
profissionais do estabelecimento de saúde.
Recomenda-se que o estabelecimento de saúde elabore uma relação de
medicamentos por especialidade, em consonância com a padronização da
instituição, de forma a permitir mais familiaridade do prescritor com indicação,
contraindicação, doses, reações adversas, entre outros aspectos relacionados aos
medicamentos.
A prescrição de medicamentos que já estão selecionados e padronizados no
estabelecimento de saúde aumenta a segurança do uso, em virtude da maior
familiaridade dos prescritores, farmacêuticos e equipe de enfermagem com esses
medicamentos.
Outros benefícios da padronização de medicamentos ainda observados são
relacionados a racionalização do estoque, rastreabilidade e política de compras.
d) Doses
O cálculo das doses de medicamentos é fonte importante de erros graves e
este problema pode ser minimizado com a familiaridade do prescritor com o
medicamento e com a conferência do cálculo.
Recomenda-se que as doses prescritas sejam conferidas pelo prescritor antes
da assinatura da prescrição, tendo como referência o melhor nível de evidência
científica disponível.
Para medicamentos cujas doses são dependentes de peso, superfície
corporal e clearance de creatinina, recomenda-se que o prescritor anote tais
informações na prescrição, para facilitar a análise farmacêutica e a assistência de
enfermagem.
Preconiza-se que a farmácia disponibilize, em meio hospitalar, o maior
número possível de medicamentos prontos para uso (dose unitária) e que
dispensem a manipulação prévia à administração.
Deve-se implantar a dupla checagem (na farmácia e no momento do
recebimento pela enfermagem) das doses prescritas principalmente para
medicamentos potencialmente perigosos/alta vigilância.
Nova dupla checagem deve ser feita pela enfermagem antes da
administração do medicamento. A dupla checagem é particularmente importante
para medicamentos prescritos em Pediatria, Oncologia e Unidades de Tratamento
Intensivo, principalmente no momento da administração.
A prescrição ambulatorial deverá trazer a quantidade total de unidades
farmacêuticas do medicamento prescrito, que deverá ser dispensada para o
tratamento proposto. As quantidades máximas de medicamentos prescritas devem
obedecer à legislação vigente.
5.1.3 Duração do tratamento
A prescrição deverá conter informação sobre a duração do tratamento,
procurando evitar, dessa maneira, que o(s) medicamento(s) possa(m) ser
consumido(s) continuamente sem indicação.
Quando ambulatorial, a prescrição de medicamentos de uso crônico deverá
indicar a duração do tratamento, pois é necessário estabelecer um prazo para que o
paciente seja reavaliado pelo médico.
A expressão “uso contínuo” ou “usar sem parar”, sem prazo para o paciente
ser reavaliado, não deve ser utilizada em prescrições ambulatoriais.
5.1.4 Utilização de expressões vagas
Expressões vagas como “usar como de costume”, “usar como habitual”,
“a critério médico”,”se necessário” (sem indicação de dose máxima, posologia e
condição de uso), “uso contínuo” e “não parar” devem ser abolidas das
prescrições.
Quando for preciso utilizar a expressão “se necessário”, deve-se
obrigatoriamente definir:
Dose;
posologia;
dose máxima diária deve estar claramente descrita; e
condição que determina o uso ou interrupção do uso do medicamento.
Exemplo: paracetamol comprimido de 500mg uso oral. Administrar 500mg de
6 em 6h, se temperatura igual ou acima de 37,5ºC. Dose máxima diária 2 gramas
(quatro comprimidos de 500mg).
5.1.5 Posologia, diluição, velocidade, tempo de infusão e via de administração
a) Posologia
Recomenda-se que a posologia desejada para o medicamento seja prescrita
observando-se as doses máximas preconizadas e a comodidade do paciente.
Dentro do possível, recomenda-se prescrever medicamentos com menor número de
doses diárias, para maior comodidade do paciente e menores riscos de erro de
administração. A utilização de um menor número de doses diárias, facilita a adesão
do paciente ao tratamento.
b) Diluição
Para medicamentos de uso endovenoso, intramuscular, subcutâneo e em
neuro eixo e plexos nervosos, a prescrição deverá conter informações sobre diluente
(tipo e volume), velocidade e tempo de infusão (para endovenosos).
A reconstituição e diluição dos medicamentos é etapa importante e que gera
impacto sobre a estabilidade e até mesmo sobre a efetividade do medicamento, pois
em alguns casos a incompatibilidade leva à diminuição ou à perda da ação
farmacológica do medicamento.
c) Velocidade de infusão
A velocidade de infusão está associada a reações adversas clássicas, tal
como a “síndrome do homem vermelho”, que ocorre com a infusão rápida de
vancomicina.
É indispensável, portanto, a definição da velocidade de infusão na prescrição,
considerando-se a melhor evidência científica disponível, assim como as
recomendações do fabricante do medicamento, evitando-se a ocorrência de eventos
adversos passíveis de prevenção.
d) Via de administração
A via de administração deve ser prescrita de forma clara, observando-se a via
de administração recomendada pelo fabricante, para o medicamento. O uso de
abreviaturas para expressar a via de administração deverá ser restrito somente às
padronizadas no estabelecimento de saúde.
5.1.6 Modificação da prescrição atual ou vigente
Em prescrições hospitalares, o prescritor deverá se certificar de que as
alterações na prescrição foram feitas de forma clara, legível e sem rasuras. O
prescritor deverá fazer as alterações na primeira e segunda via da prescrição.
A suspensão ou alteração na prescrição de um medicamento somente na via
disponível para a enfermagem pode:
Acarretar erro na dispensação; e
Aumentar o risco de erro de administração.
Em meio ambulatorial, nunca deve ser feita modificação ou rasura na mesma
receita. Caso seja necessária alguma alteração na terapêutica, nova receita deverá
ser emitida e a anterior suspensa.
5.1.7 Prescrições verbais
As prescrições verbais devem ser restritas às situações de
urgência/emergência, devendo ser imediatamente escritas no formulário da
prescrição após a administração do medicamento. A prescrição verbal deve ser
validada pelo prescritor assim que possível.
Quando a ordem verbal for absolutamente necessária, o prescritor deve falar
o nome, a dose e a via de administração do medicamento de forma clara. Quem
recebeu a ordem verbal deve repetir de volta o que foi dito e ser confirmado pelo
prescritor antes de administrar o medicamento.
5.1.8 Pontos de transição do paciente
Na admissão do paciente em unidades de saúde deverão ser relacionados
quais medicamentos o paciente estava usando antes da internação, objetivando-se
avaliar a necessidade da continuidade ou suspensão do uso dos mesmos
(conciliação medicamentosa).
Os pacientes devem ser orientados a não permanecerem com seus
medicamentos na unidade hospitalar, em virtude do risco de utilização de doses
duplicadas, quando administradas pela equipe de enfermagem e paralelamente por
cuidador (acompanhante) ou pelo próprio paciente e ainda pelo risco do uso de
medicamentos não indicados para a condição clínica atual do paciente.
No âmbito ambulatorial, chama-se de ponto crítico quando ocorre transição
do paciente entre os níveis de atenção (primário, secundário ou terciário), sendo
fundamental a realização dos encaminhamentos resolutivos entre as diferentes
unidades de saúde e que a atenção básica seja a coordenadora do cuidado do
usuário. Para tal, o prescritor deverá elaborar detalhado histórico farmacoterapêutico
do paciente, podendo contar com a colaboração do farmacêutico, que deverá fazer a
conciliação dos medicamentos.
Na transferência do paciente entre leitos, entre duas unidades de uma mesma
instituição hospitalar e entre instituições hospitalares distintas, as seguintes ações
devem ser realizadas:
Encaminhar resumo da internação e o prontuário atualizado e organizado
(transferência interna), bem como resumo de alta (em caso de transferência externa,
como forma de melhor orientar a nova equipe que prestará assistência ao paciente.
O prescritor deverá elaborar detalhado histórico do plano terapêutico
medicamentoso do paciente, podendo, para isso, contar com a participação do
farmacêutico.
Importante:
– Os pontos de transição dos pacientes no hospital, da admissão à alta, ou
mudança de local de internação, são considerados críticos, pois,
frequentemente, nessas mudanças, ocorre expressivo número de erros de
medicação, devido a informações incorretas ou incompletas sobre os
medicamentos utilizados pelos pacientes, ocasionando principalmente a
omissão ou duplicidade de dose.
– Nos pontos de transição, especialmente na alta hospitalar, o paciente deverá
receber uma prescrição contendo todos os medicamentos de que fará uso e
as recomendações necessárias à continuidade do tratamento, sendo
recomendável a participação do farmacêutico com orientações para o uso
seguro e racional dos medicamentos prescritos.
5.1.9 Prescrição segura de medicamentos potencialmente perigosos ou de
alta vigilância
As unidades de saúde deverão divulgar a sua lista de medicamentos
potencialmente perigosos ou de alta vigilância que constam na relação de
medicamentos selecionados na instituição, indicando as doses máximas desses
medicamentos, a forma de administração (reconstituição, diluição, tempo de infusão,
via de administração), a indicação e a dose usual.
O número de apresentações e concentrações disponíveis de medicamentos
potencialmente perigosos ou de alta vigilância, especialmente anticoagulantes,
opiáceos, insulina e eletrólitos concentrados (principalmente cloreto de potássio
injetável),deve ser limitado.
As doses dos medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância
deverão ser conferidas com dupla checagem na fase dos cálculos para prescrição
e análise farmacêutica da prescrição para dispensação.
Obs: Para o acesso à lista completa de medicamentos potencialmente perigosos ou
de alta vigilância de uso hospitalar e ambulatorial, recomenda-se o acesso no sítio
eletrônico e endereço eletrônico abaixo:
site: www.ismp-brasil.org
link: www.ismp-brasil.org/faq/medicamentos potencialmente perigosos.php
5.1.10 Suporte eletrônico para prescrição
Recomenda-se a utilização de programa informatizado para prescrição de
medicamentos com suporte clínico que forneça minimamente informações sobre:
Doses máximas para medicamentos potencialmente perigosos/alta vigilância
e/ou com índice terapêutico estreito;
Interações medicamentosas clinicamente significativas;
Alergias;
Apresentações e concentrações padronizadas disponíveis na instituição.
Importante:
-Prescrições pré-digitadas podem aumentar a segurança no uso de
medicamentos e devem ser adotadas quando possível.
-Utilizar para impressão formulário sem pauta, pois as linhas podem
encobrir pontos e vírgulas ou transformar “0” em “8”, aumentando,
assim, a possibilidade de erros.
– Quando se implantar novo sistema de prescrição na unidade de saúde
(prescrições pré-digitadas, eletrônicas e outras), o prescritor,
farmacêutico e enfermeiro devem acompanhar o processo de
prescrição para identificar e corrigir erros decorrentes do uso do novo
sistema.
5.1.11 Outras informações importantes para a prescrição segura
O prescritor deverá conhecer a história clinica e os medicamentos de que o
paciente faz uso e conciliá-los com a nova prescrição, procurando evitar
duplicidades, interações, doses inadequadas e outras discrepâncias, podendo nessa
etapa contar com o suporte do farmacêutico.
Para apoiar a decisão de prescrever, utilizar fontes de informação sobre
medicamentos atualizadas e baseadas nos melhores níveis de evidência científica.
Na prescrição para uso ambulatorial, quando necessário, deverá ser
registrado na prescrição o tempo que o paciente deverá permanecer em observação
no estabelecimento de saúde após a administração do medicamento.
Caso exista a suspeita de reações adversas a medicamentos ou a ocorrência
de erros ou eventos adversos no processo assistencial, estes devem ser notificados
ao Núcleo de Segurança do Paciente/Gerência de Riscos do estabelecimento de
saúde.
A compreensão das informações da prescrição e ações que possibilitem
esclarecimentos aos pacientes sobre riscos de medicação e medidas de prevenção
deve ser garantida por ações colaborativas entre prescritores, farmacêuticos e
enfermeiros.
As atividades clínicas dos farmacêuticos devem ser incentivadas, pois podem
diminuir os erros de prescrição e medicação em geral e têm embasamento em
evidência científica comprovada.
Fonte: ministério da Saúde



24/02/2014 – PROTOCOLO DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE

1. Finalidade
A finalidade deste protocolo é garantir a correta identificação do paciente, a fim de reduzir a
ocorrência de incidentes. O processo de identificação do paciente deve assegurar que o cuidado
seja prestado à pessoa para a qual se destina.
2. Justificativa
A identificação correta do paciente é o processo pelo qual se assegura ao paciente que a ele é
destinado determinado tipo de procedimento ou tratamento, prevenindo a ocorrência de erros e
enganos que o possam lesar.
Erros de identificação do paciente podem ocorrer, desde a admissão até a alta do serviço, em
todas as fases do diagnóstico e do tratamento. Alguns fatores podem potencializar os riscos na
identificação do paciente como: estado de consciência do paciente, mudanças de leito, setor ou
profissional dentro da instituição e outras circunstâncias no ambiente.
Entre 2003 e 2005, The United Kingdom National Patient Safety Agency apresentou 236
incidentes relacionados a pulseiras com informações incorretas. A má identificação do paciente
foi citada em mais de 100 análises de causa raiz realizadas pelo The United States Department
of Veterans Affairs (VA) National Center for Patient Safety entre 2000 e 20031
Anualmente, cerca de 850 pacientes nos Estados Unidos são transfundidos com sangue
destinados a outros pacientes e aproximadamente 3% desses pacientes evoluem para óbito. Em
cada 1.000 pacientes que recebem transfusões de sangue ou de hemocomponentes, um
indivíduo recebe a destinada a outra pessoa. Em dois terços dos casos, o motivo é a
identificação errada da bolsa.
Muitas instituições fazem uso das pulseiras para identificar seus pacientes. Em pesquisa
relacionada à aceitabilidade dos pacientes com relação a esta prática, foi demonstrado que a
maior parte dos pacientes era favorável e que considerava importante a necessidade de
utilização de algum método de identificação pelos hospitais, principalmente após explicação
sobre as consequências de uma identificação incorreta.
Segundo os autores, cerca de 84% dos
pacientes consideravam que o hospital deveria utilizar as pulseiras e 90% afirmaram que
concordariam em utilizá-las.
Estudos sobre o processo de identificação de pacientes com a utilização de pulseiras
demonstraram que existem altos níveis de consciência profissional da equipe e evidenciaram a importância da tomada de decisão de aplicação do dispositivo no momento mais precoce
possível, especialmente em pacientes de emergência.
Ressaltaram a importância da
participação do paciente para minimizar o risco de dados errôneos e a preocupação com o uso
do dispositivo em algumas circunstâncias clínicas especiais, como transfusão de sangue e
administração de medicamentos.
Consensos e relatórios de especialistas indicam reduções significativas na ocorrência de erros
após a implementação de processos de identificação do paciente.
3. Abrangência
O protocolo deverá ser aplicado em todos os ambientes de prestação do cuidado de saúde (por
exemplo, unidades de internação, ambulatório, salas de emergência, centro cirúrgico) em que
sejam realizados procedimentos, quer terapêuticos, quer diagnósticos.
4. Intervenção
O protocolo de identificação do paciente inclui as seguintes intervenções:
4.1. Identificar os pacientes
Para assegurar que todos os pacientes sejam corretamente identificados, é necessário usar pelo
menos dois identificadores em pulseira branca padronizada, colocada num membro do paciente
para que seja conferido antes do cuidado. As especificações da pulseira de identificação do
paciente estão descritas no Apêndice deste Protocolo.
O serviço de saúde escolhe o membro em função do paciente. Em geral, o local escolhido para o
adulto é o punho, mas, para recém-nascidos, a pulseira deve ser colocada preferencialmente no
tornozelo. Nos casos em que não haverá possibilidade do uso em adultos em membros
superiores, indicar o uso em membros inferiores.
4.2. Educar o paciente/ acompanhante/ familiar / cuidador
Para envolver o paciente/ acompanhante/familiar/cuidador no processo de identificação correta,
é necessário que sejam explicados os propósitos dos 2 identificadores da pulseira e que a
conferência da identificação seja obrigatória antes do cuidado.
4.3. Confirmar a identificação do paciente antes do cuidado
A confirmação da identificação do paciente será realizada antes do cuidado. Inclui a orientação
da administração de medicamentos, do sangue e de hemoderivados, da coleta de material para
exame, da entrega da dieta e da realização de procedimentos invasivos.
5. Procedimento operacional
5.1. Identificar o paciente
A identificação de todos os pacientes (internados, em regime de hospital dia, ou atendidos no
serviço de emergência ou no ambulatório) deve ser realizada em sua admissão no serviço
através de uma pulseira. Essa informação deve permanecer durante todo o tempo que paciente
estiver submetido ao cuidado.
A identificação do recém-nascido requer cuidados adicionais. A pulseira de identificação deve
conter minimamente a informação do nome da mãe e o número do prontuário do recém-nascido,
bem como outras informações padronizadas pelo serviço de saúde.
O serviço de saúde deve prever o que fazer caso a pulseira caia ou fique ilegível.
CASOS ESPECIAIS: O serviço de saúde deve definir como identificar pacientes que não
possam utilizar a pulseira, tais como grandes queimados, mutilados e politraumatizados.
5.1.1. Definições Institucionais
A instituição deve definir um membro preferencial para a colocação de pulseiras como
dispositivo de identificação.
Deverá ser promovido um rodízio dos membros, de acordo com as necessidades dos pacientes,
levando em consideração situações, tais como:
edemas,
amputações,
presença de dispositivos vasculares,
entre outros.
Utilizar no mínimo dois identificadores como:
nome completo do paciente,
nome completo da mãe do paciente,
data de nascimento do paciente
número de prontuário do paciente.
Nos casos em que a identidade do paciente não está disponível na admissão e quando não
houver a informação do nome completo, poderão ser utilizados o número do prontuário e as
características físicas mais relevantes do paciente, incluindo sexo e raça.
O serviço deve definir o que deve acontecer se a pulseira de identificação estiver danificada, ou
for removida ou se tornar ilegível.
O registro dos identificadores do paciente podem ser impressos de forma digital ou podem ser
manuscritos.
Independentemente do método adotado para produzir os identificadores, a informação deve:
Ser fácil de ler, mesmo se a pulseira de identificação for exposta à água, sabão e
detergentes, géis, sprays, produtos de limpeza a base de álcool, hemocomponentes e
outros líquidos corporais, e qualquer outro líquido ou preparação; e
Não se desgastar durante a permanência do paciente no hospital.
Para que essas exigências sejam atendidas, as etiquetas pré-impressas devem caber no espaço
disponível na pulseira de identificação.
Se as etiquetas forem muito grandes, elas podem envolver a pulseira e esconder a informação. A
impressão deve ser durável, impermeável, segura e inviolável.
A inserção de dados manuscritos na pulseira de identificação deve garantir a durabilidade da
informação, sendo necessário o uso de canetas especiais.
Os serviços de saúde devem desenvolver, implementar e revisar regularmente processos que
facilitem a correta identificação dos pacientes na passagem de caso entre as equipes de saúde, na
transferência e na alta do paciente.
5.1.2. Transferências de Pacientes
Quando for realizada transferência para outro serviço de saúde, um identificador adicional do
paciente pode ser o endereço, para refinar a exatidão da identificação, devido a não transferência
do número do prontuário entre os serviços de saúde. O mesmo deve ocorrer quando a
transferência for entre o serviço de ambulância e um serviço de saúde.
Quando o paciente for morador de rua, de instituição de longa permanência, desabrigado,
proveniente de catástrofes, de localidades na periferia e interior, onde não há número de casa ou
rua para ser referenciado, o serviço de saúde determinará o identificador adicional.
Quando a transferência for entre o serviço de ambulância e um serviço de saúde e nenhum dos
identificadores do paciente estiver disponível, o máximo possível de detalhes deve ser
registrado, como:
O local de onde a pessoa foi resgatada e o horário,
O número de registro do atendimento do serviço de ambulância,
A descrição física da pessoa.
Essas informações devem ser registradas em todos os documentos importantes e constar no
prontuário.
IMPORTANTE:
O número do quarto/enfermaria/leito do paciente não pode ser usado como
um identificador, em função do risco de trocas no decorrer da estada do paciente no serviço.
5.2. Confirmar a identificação do paciente antes do cuidado
5.2.1. A confirmação da identificação do paciente será realizada antes de qualquer
cuidado que inclui:
A administração de medicamentos,
A administração do sangue,
A administração de hemoderivados,
A coleta de material para exame,
A entrega da dieta e;
A realização de procedimentos invasivos.
5.2.2. O profissional responsável pelo cuidado deverá perguntar o nome ao
paciente/familiar/acompanhante e conferir as informações contidas na pulseira do
paciente com o cuidado prescrito, ou com a rotulagem do material que será
utilizado
5.2.3. A identificação do hemocomponente e dos hemoderivados deve seguir a legislação específica.
5.2.4. A confirmação da informação contida na pulseira do recém-nascido e na pulseira da mãe deve ocorrer em todo o momento que o recém-nascido for entregue à mãe ou responsável legal (em caso de impossibilidade da mãe).
5.2.5. Caso a mãe não esteja internada, deverá ser solicitado documento que comprove o nome da mãe e deverá ser realizada a confirmação com os dados existentes na pulseira do recém-nascido.
5.2.6. Mesmo que o profissional de saúde conheça o paciente, deverá verificar os detalhes de sua identificação para garantir que o paciente correto receba o cuidado correto.
5.2.7. A verificação da identidade do paciente não deve ocorrer apenas no início de um episódio de cuidado, mas deve continuar a cada intervenção realizada no paciente ao longo de sua permanência no hospital, a fim de manter a sua segurança.
5.2.8. PEÇA ao paciente que declare (e, quando possível, soletre) seu nome completo e data de nascimento.
5.2.9. SEMPRE verifique essas informações na pulseira de identificação do paciente, que deve dizer exatamente o mesmo. Checar se a impressão ou registro encontra-se legível.
5.2.10. Lembrar que deve constar o nome completo do paciente, sem abreviaturas
5.2.11. NUNCA pergunte ao paciente “você é o Sr. Silva?” porque o paciente pode não compreender e concordar por engano.
5.2.12. NUNCA suponha que o paciente está no leito correto ou que a etiqueta com o nome acima do leito está correta.
6. Estratégias de monitoramento e indicadores
6.1. Notificação dos casos de identificação errada de pacientes
Todos os incidentes envolvendo identificação incorreta do paciente devem ser notificados de acordo com a legislação vigente e investigados pelo serviço.
A implementação das recomendações geradas pelas investigações devem ser monitoradas pelo próprio serviço de saúde.
6
6.2. Indicadores
Mecanismos de monitoramento e auditorias rotineiras devem ser realizadas nas instituições para verificar o cumprimento deste protocolo e garantir a correta identificação de todos os pacientes em todos os cuidados prestados.
Deve-se monitorar, minimamente, os seguintes indicadores:
6.2.1. Número de eventos adversos devido a falhas na identificação do paciente.
6.2.2. Proporção de pacientes com pulseiras padronizadas entre os pacientes atendidos nas instituições de saúde.
7
APÊNDICE
ESPECIFICAÇÕES DA PULSEIRA DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
I. Cor
a) A pulseira usada para a identificação do paciente deve ser de cor branca.
b) Pulseiras coloridas de alerta ou etiquetas não devem ser utilizadas como identificadoras do paciente, devido ao aumento dos riscos de erros de identificação.
II. Tamanho
As pulseiras de identificação do paciente devem se adequar ao perfil dos pacientes, sendo:
a) Compridas o suficiente para serem utilizadas em pacientes obesos, pacientes com linfedema e pacientes com acessos venosos e curativos;
b) Pequenas o suficiente para serem confortáveis e seguras em recém-nascidos, bebês e crianças.
Os ajustes necessários para a variedade de tamanhos e características de pacientes podem ser conseguidos aumentando o comprimento máximo disponível para a pulseira de identificação.
Se o comprimento adicional da pulseira de identificação tiver que ser cortado, a equipe deve ser capaz de fazer isto com segurança, de preferência sem o uso de tesoura, pelo risco de incidentes. As extremidades do corte não devem ser afiadas.
Alternativamente, as pulseiras de identificação podem ser feitas em tamanhos variados.
III. Conforto
Os aspectos de conforto relacionados às pulseiras de identificação do paciente incluem:
• Forma – não deve haver cantos, contorno ou bordas afiadas que possam irritar ou friccionar a pele.
• Bordas – o material utilizado nas bordas da pulseira deve ser macio e liso para assegurar o conforto durante o uso prolongado. Isso inclui todas as bordas produzidas ao cortar o tamanho da pulseira.
• Fixadores – os fixadores não devem pressionar a pele.
• Material – o material da pulseira de identificação deve ser flexível, liso, impermeável, lavável e não-alergênico.
8
IV. Facilidade de uso
As pulseiras de identificação do paciente devem ser:
a) Fáceis de limpar.
b) Impermeáveis e resistentes a líquidos (sabão, detergentes, géis, sprays, esfregas, produtos de limpeza a base de álcool, sangue e outros líquidos corporais).
c) Projetadas de maneira que permitam que os pacientes as lavem.
d) Fáceis de utilizar por todos os profissionais que possam ter a responsabilidade pela emissão, aplicação e verificação das pulseiras de identificação.
Os seguintes aspectos devem ser considerados para facilitar o uso das pulseiras:
a) Armazenamento;
b) Acesso ao local de armazenamento;
c) Preenchimento dos identificadores do paciente;
d) Mudança ou atualização de informação;
e) Leitura e verificação da informação;
f) Colocação no paciente (incluindo a seleção do tamanho correto ou o ajuste ao comprimento correto);
g) Fixação;
Remoção.
IMPORTANTE: A pulseira de identificação não deve agarrar na roupa, no equipamento ou nos dispositivos, inclusive nos acessos venosos.
V. Registro dos identificadores do paciente
Os serviços de saúde utilizarão diferentes métodos para gerar os identificadores do paciente a serem incluídos na pulseira de identificação. Em alguns casos, podem ser impressos diretamente do computador do serviço de saúde; em outros, eles podem ser manuscritos.
Independentemente do método adotado para produzir os identificadores, a informação deve ser:
a) Fácil de ler;
b) Durável e não se desgastar durante toda a permanência do paciente no serviço de saúde, considerando a sua substituição, sempre que recomendada;
Para que as exigências sejam atendidas:
a) As etiquetas pré-impressas devem caber no espaço disponível na pulseira de identificação. Se as etiquetas forem muito grandes, elas podem envolver a pulseira e esconder a informação.
b) A impressão deve ser durável, impermeável, segura e inviolável.
c) A inserção de dados manuscritos na pulseira de identificação deve garantir a durabilidade da informação.
d) O espaço disponível para a inserção dos dados do paciente deve ser adequado para que os identificadores do paciente sejam registrados de forma clara e inequívoca.
e) A mesma disposição, ordem e estilo da informação devem ser usados em todas as pulseiras de identificação do paciente de uma mesma unidade de saúde a fim de garantir a padronização. Isso facilita a leitura das pulseiras de identificação, evitando erros.
f) A data de nascimento deve ser registrada no formato curto como DD/MM/AAAA (por exemplo, 07/06/2005).
g) Deve haver espaço suficiente para incluir nomes longos, nomes múltiplos e nomes hifenizados.
h) Os identificadores devem ter um tamanho e estilo de fonte de fácil leitura, devendo ser evitados o itálico, o estilo simulando o manuscrito e os tipos de fonte ornados. Uma fonte comum deve ser utilizada com tamanho mínimo entre 12 e 14 pontos.
i) No caso de identificadores manuscritos, deve ser utilizada letra de forma e tamanho adequado para a leitura.
j) Para a impressão dos identificadores do paciente, deve ser usada cor que seja claramente legível em circunstâncias de iluminação reduzida (tais como enfermarias durante a noite) e por aqueles com deficiência visual.
Fonte: Anvisa



24/02/2014 – PROTOCOLO PREVENÇÃO DE QUEDAS

1. Finalidade
Reduzir a ocorrência de queda de pacientes nos pontos de assistência e o dano dela
decorrente, por meio da implantação/implementação de medidas que contemplem a
avaliação de risco do paciente, garantam o cuidado multiprofissional em um ambiente
seguro, e promovam a educação do paciente, familiares e profissionais.
2. Abrangência
As recomendações deste protocolo aplicam-se aos hospitais e incluem todos os
pacientes que recebem cuidado nestes estabelecimentos, abrangendo o período total de
permanência do paciente.
3. Justificativa
De modo geral, a hospitalização aumenta o risco de queda, pois os pacientes se
encontram em ambientes que não lhes são familiares, muitas vezes são portadores de
doenças que predispõem à queda (demência e osteoporose) e muitos dos procedimentos
terapêuticos, como as múltiplas prescrições de medicamentos, podem aumentar esse
risco.
Estudos indicam que a taxa de queda de pacientes em hospitais de países desenvolvidos
variou entre 3 a 5 quedas por 1.000 pacientes-dia.
Segundo os autores, as quedas não se
distribuem uniformemente nos hospitais, sendo mais frequentes nas unidades com
concentração de pacientes idosos, na neurologia e na reabilitação.
Estudo em hospital na Califórnia, EUA, destacou a presença de queda em pacientes
pediátricos. Essas foram mais comuns entre os meninos e decorreram principalmente de
pisos molhados, tropeços em equipamentos e em objetos deixados ao chão.
A maior
parte dos eventos ocorreu na presença dos pais.
Quedas de pacientes produzem danos em 30% a 50% dos casos, sendo que 6% a 44%
desses pacientes sofrem danos de natureza grave, como fraturas, hematomas subdurais e
sangramentos, que podem levar ao óbito.
A queda pode gerar impacto negativo sobre a
mobilidade dos pacientes, além de ansiedade, depressão e medo de cair de novo, o que
acaba por aumentar o risco de nova queda.
Quedas de pacientes contribuem para aumentar o tempo de permanência hospitalar e os
custos assistenciais, gerar ansiedade na equipe de saúde, além de produzir repercussões
na credibilidade da instituição, além de repercussões de ordem legal.
Além disso,
podem interferir na continuidade do cuidado. Dentre os pacientes que sofreram queda,
há relatos de maior ocorrência em pacientes em transferência para ambientes de cuidado
de longa permanência.
Geralmente a queda de pacientes em hospitais está associada a
fatores vinculados tanto ao indivíduo como ao ambiente físico, entre os fatores
vinculados ao paciente destacam-se: idade avançada (principalmente idade acima de 85
anos), história recente de queda, redução da mobilidade, incontinência urinária, uso de
medicamentos e hipotensão postural.
Com relação aos fatores ambientais e organizacionais, podem ser citados: pisos
desnivelados, objetos largados no chão, altura inadequada da cadeira, insuficiência e
inadequação dos recursos humanos.
As intervenções com multicomponentes tendem a ser mais efetivas na prevenção de
quedas. Fazem parte dessas intervenções.
Avaliação do risco de queda;
Identificação do paciente com risco com a sinalização à beira do leito ou
pulseira,
Agendamento dos cuidados de higiene pessoal;
Revisão periódica da medicação;
Atenção aos calçados utilizados pelos pacientes,
Educação dos pacientes e dos profissionais,
Revisão da ocorrência de queda para identificação de suas possíveis causas.
Estudo realizado em hospital privado localizado na cidade de São Paulo apresentou
uma taxa de queda reduzida em 2008 – 1,45 por 1.000 pacientes-dia-, que estava
associada à implementação de um protocolo de gerenciamento de quedas.
4. Definição
4.1 Queda: Deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição
inicial, provocado por circunstâncias multifatoriais, resultando ou não em dano.
Considera-se queda quando o paciente é encontrado no chão ou quando, durante o
deslocamento, necessita de amparo, ainda que não chegue ao chão. A queda pode
ocorrer da própria altura, da maca/cama ou de assentos (cadeira de rodas, poltronas,
cadeiras, cadeira higiênica, banheira, trocador de fraldas, bebê conforto, berço etc.),
incluindo vaso sanitário.
5. Intervenções
5.1. Avaliação do risco de queda
A avaliação do risco de queda deve ser feita no momento da admissão do paciente com
o emprego de uma escala adequada ao perfil de pacientes da instituição. Esta avaliação
deve ser repetida diariamente até a alta do paciente.
Na admissão deve-se também avaliar a presença de fatores que podem contribuir para o
agravamento do dano em caso de queda, especialmente risco aumentado de fratura e
sangramento. Osteoporose, fraturas anteriores, uso de anticoagulante e discrasias
sanguíneas são algumas das condições que podem agravar o dano decorrente de queda.
5.1.1. Fatores de risco para queda
a) Demográfico: crianças < 5anos e idosos > 65 anos.
b) Psico-cognitivos: declínio cognitivo, depressão, ansiedade.
c) Condições de saúde e presença de doenças crônicas:
acidente vascular cerebral prévio;
hipotensão postural;
tontura;
convulsão;
síncope;
dor intensa;
baixo índice de massa corpórea;
anemia;
insônia;
incontinência ou urgência miccional;
incontinência ou urgência para evacuação;
artrite;
osteoporose;
alterações metabólicas (como, por exemplo, hipoglicemia).
d) Funcionalidade:
dificuldade no desenvolvimento das atividades da vida diária,
necessidade de dispositivo de auxílio à marcha;
fraqueza muscular e articulares;
amputação de membros inferiores; e
deformidades nos membros inferiores.
e) Comprometimento sensorial:
visão;
audição; ou
tato.
f) Equilíbrio corporal: marcha alterada.
g) Uso de medicamentos:
Benzodiazepínicos;
Antiarrítmicos;
anti-histamínicos;
antipsicóticos;
antidepressivos;
digoxina;
diuréticos;
laxativos;
relaxantes musculares;
vasodilatadores;
hipoglicemiantes orais;
insulina; e
Polifarmácia (uso de 4 ou mais medicamentos).
h) Obesidade severa.
i) História prévia de queda.
5.1.2. Paciente com alto risco de queda
a) Paciente independente, que se locomove e realiza suas atividades sem
ajuda de terceiros, mas possui pelo menos um fator de risco.
b) Paciente dependente de ajuda de terceiros para realizar suas atividades,
com ou sem a presença de algum fator de risco. Anda com auxílio (de
pessoa ou de dispositivo) ou se locomove em cadeira de rodas.
c) Paciente acomodado em maca, por exemplo, aguardando a realização
de exames ou transferência, com ou sem a presença de fatores risco.
5.1.3. Paciente com baixo risco de queda
a) Paciente acamado, restrito ao leito, completamente dependente da ajuda
de terceiros, com ou sem fatores de risco.
b) Indivíduo independente e sem nenhum fator de risco.
As escalas de avaliação de risco de queda não são universais, sendo cada uma delas
específicas para determinado tipo de paciente, por exemplo adulto e pediátrico. Todas
as escalas apresentam vantagens, mas também limitações operacionais e metodológicas.
As utilizadas com maior frequência no Brasil e internacionalmente são: Morse12,13
e St
Thomas Risk Assessment Tool in the Falling Elderly
(STRATIFY)
 Essas duas
escalas possuem semelhanças quanto à gradação dos fatores que predispõem à queda e
permitem, portanto, classificar o grau de risco que o paciente apresenta para cair,
possibilitando orientar as intervenções necessárias para evitar a ocorrência de queda.
Recentemente a escala Morse Fall Scale foi traduzida e adaptada para a língua
portuguesa*
. Salientamos que tanto a Morse Fall Scale (versão traduzida ou original),
quanto as demais escalas existentes não são de acesso livre, sendo necessária
autorização dos autores para sua utilização.
Importante: Este protocolo não adota nenhuma escala em particular e teve como foco
intervenções de prevenção norteadas pelo risco de queda do paciente.
5.2. Ações preventivas
5.2.1. Medidas Gerais
A unidade de saúde, orientada pelo seu Núcleo de Segurança do Paciente, deverá adotar
medidas gerais para a prevenção de quedas de todos os pacientes, independente do
risco. Essas medidas incluem a criação de um ambiente de cuidado seguro conforme
legislação vigente16, tais como: pisos antiderrapantes, mobiliário e iluminação
adequados, corredores livres de obstáculos (por exemplo, equipamentos, materiais e
entulhos), o uso de vestuário e calçados adequados e a movimentação segura dos
pacientes.
Para os pacientes pediátricos, deve-se observar a adequação das
acomodações e do mobiliário à faixa etária.
A utilização de estratégias de educação dos pacientes e familiares deve incluir
orientações sobre o risco de queda e de dano por queda, e também sobre como prevenir
sua ocorrência. Essas ações devem ocorrer na admissão e durante a permanência do
paciente no hospital. A elaboração e a distribuição de material educativo devem ser
estimuladas.
Gustavo AS ,Bittencourt HR, Steinmetz QL, Farina VA . Morse Fall Scale : Tradução e Adaptação para
a Língua Portuguesa. Revista da Escola de Enfermagem da USP (Impresso), 2013. No prelo
5.2.2. Medidas Específicas
A unidade de saúde, orientada pelo Núcleo de Segurança do Paciente, devem definir
o(s) profissional(ais) responsável(eis) por avaliar o risco de queda e definir as ações de
caráter preventivo para pacientes que apresentem tal risco. Medidas individualizadas
para prevenção de queda para cada paciente devem ser prescritas e implementadas.
Além disso, políticas e procedimentos devem ser estabelecidos e implementados pela
unidade para assegurar a comunicação efetiva entre profissionais e serviços sobre o
risco de queda e risco de dano da queda nas passagens de plantão, bem como sobre as
medidas de prevenção implantadas.
Deve-se fazer a reavaliação do risco dos pacientes em caso de transferência de setor,
mudança do quadro clínico, episódio de queda durante a internação ou na identificação
de outro fator de risco. Na presença ou no surgimento de risco de queda, este deve ser
comunicado aos pacientes e familiares e a toda equipe de cuidado. Por exemplo,
pacientes que começam a receber sedativos têm seu risco de queda aumentado.
No caso da ocorrência de queda, esta deve ser notificada e o paciente avaliado e
atendido imediatamente para mitigação/atenuação dos possíveis danos. A avaliação dos
casos de queda no setor em que ocorreu, permite a identificação dos fatores
contribuintes e serve como fonte de aprendizado para o redesenho de um processo de
cuidado mais seguro.
A tabela a seguir contém medidas específicas que devem ser utilizadas para prevenção
de queda conforme o fator de risco apresentado pelo paciente.
.
Tabela 1 – Fatores de risco para queda e medidas relacionadas (Pacientes adultos
hospitalizados)
Fator de risco Medidas
Idade
Medidas para reduzir o risco de queda de pacientes idosos estão
contempladas nos itens abaixo.
Histórico de Queda
Alocar o paciente próximo ao posto de Enfermagem, se possível.
Avaliar nível de confiança do paciente para deambulação.
Avaliar a independência e a autonomia para deambulação e a
necessidade de utilização de dispositivo de marcha do paciente (por 8
exemplo, andador, muleta e bengala).
Necessidades
fisiológicas e higiene
pessoal
Supervisão periódica para avaliação do conforto e segurança do
paciente. Verificar o uso de diuréticos, laxantes e/ou se o paciente
está em preparo de cólon para exames ou procedimento cirúrgico.
Manter o paciente confortável no que tange às eliminações,
realizando a troca frequente em caso de uso de fraldas ou
programando horários regulares para levá-lo ao banheiro.
Orientar paciente e acompanhante para somente levantar do leito
acompanhado por profissional da equipe de cuidado, mesmo na
presença de acompanhante.
Medicamentos
Realizar periodicamente revisão e ajuste da prescrição de
medicamentos que aumentam o risco de queda.
Solicitar avaliação de farmacêutico quando houver dúvidas quanto ao
risco aumentado devido ao uso de medicamentos (doses, interações,
possíveis efeitos colaterais e quadro clínico do paciente).
Orientar o paciente e acompanhante sobre os efeitos colaterais e as
interações medicamentosas que podem apresentar ou potencializar
sintomas (por exemplo: vertigens, tonturas, sonolência, sudorese
excessiva, palidez cutânea, mal estar geral, alterações visuais,
alteração dos reflexos), que aumentam o risco de queda.
Uso de Equipamentos/
Dispositivos
Orientar quanto ao dispositivo/equipamento e a sua necessidade de
uso.
Avaliar o nível de dependência e autonomia após a instalação de
equipamentos, para planejamento da assistência relacionado à
mobilização deste paciente.
Alocar os equipamentos/dispositivos de maneira a facilitar a
movimentação do paciente no leito ou a sua saída
Orientar paciente e acompanhante para somente levantar do leito
acompanhado por profissional da equipe de cuidado, mesmo na
presença de acompanhante.
Mobilidade/Equilíbrio
Alocar o paciente próximo ao posto de Enfermagem, se possível.
Orientar paciente e acompanhante para somente levantar do leito
acompanhado por profissional da equipe de cuidado, mesmo na
presença de acompanhante.
Orientar o paciente e acompanhante para garantir a utilização de seus
óculos e/ou aparelho auditivo sempre que for sair da cama.
Avaliar a independência e a autonomia para deambulação e a 9
necessidade de utilização de dispositivo de marcha do paciente (por
exemplo, andador, muleta e bengala).
Cognitivo
Alocar o paciente próximo ao posto de Enfermagem, se possível.
Orientar paciente e acompanhante para somente levantar do leito
acompanhado por profissional da equipe de cuidado, mesmo na
presença de acompanhante.
Condições Especiais
(hipoglicemia,
hipotensão postural,
cardiopatias
descompensadas, entre
outras condições
clínicas)
Alocar o paciente próximo ao posto de Enfermagem, se possível.
Em caso de hipotensão postural – Orientar o paciente a levantar-se
progressivamente (elevar a cabeceira 30°, sentar-se no leito com os
pés apoiados no chão por 5 minutos), antes de sair da cama com
ajuda de profissional da equipe de cuidado.
Considerar na avaliação clínica as condições em que o paciente
estiver em jejum por longo período (por exemplo, logo ao acordar ou
em pré e pós-operatório).
Adaptado de Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE (São Paulo). Protocolos, Guias e Manuais voltados
à Segurança do Paciente. 2012.
Tabela 2 – Fatores de risco para queda e medidas relacionadas (Pacientes pediátricos
hospitalizados)
Fator de
Risco
Medidas
Idade
Acomodação (adequar o leito para acomodação, conforme a idade e o estado
clínico)
≤ 36 meses (3 anos): devem ser acomodadas em berços, com grades
elevadas na altura máxima. Se os pais recusarem, estes devem assinar o
“Termo de recusa de tratamento”. A exceção seriam crianças sem
mobilidade. Estas poderão ser acomodadas em cama de acordo com a
avaliação do profissional responsável.
> 36 meses: devem ser acomodadas em cama com as grades elevadas.
Transporte (adequar o dispositivo de transporte, conforme a idade e o estado
clínico)
≤ 6 meses: devem ser transportadas no colo do responsável (ou
acompanhante e na ausência destes pelo profissional de enfermagem) e
este em cadeira de rodas.
> 6 meses ≤ 36 meses:
o Em maca acompanhada do responsável (ou acompanhante e na
ausência destes pelo profissional de enfermagem) quando for
submetida a procedimentos com anestesia/sedação.
o Em cadeira de rodas no colo do responsável (ou acompanhante e na
ausência destes pelo profissional de enfermagem).
> 36 meses: em maca ou em cadeira de rodas no colo do responsável (na
ausência deste pelo profissional de enfermagem), dependendo da
avaliação do profissional responsável.
Manter uma das grades elevadas do berço durante a troca (roupa/fralda)
da criança (não deixar a criança sozinha neste momento com uma das
grades abaixadas).
Diagnóstico
Orientar o responsável sobre a influência do diagnóstico no aumento do
risco de queda.
Avaliar periodicamente pacientes com diagnósticos associados ao
aumento do risco de queda.
Orientar responsável para que a criança somente levante do leito
acompanhada por profissional da equipe de cuidado, mesmo na presença
de acompanhante, de acordo com a idade e com as condições clínicas.
Avaliar se há condição de deambulação do paciente diariamente; registrar
e informar para o responsável se o mesmo está liberado ou não para
deambular.
A criança deve estar sempre acompanhada na deambulação (no quarto, no
banheiro e no corredor) pelo responsável (na ausência deste pelo
profissional de enfermagem).
Avaliar a necessidade de utilizar protetor de grades para fechar as
aberturas entre elas.
Orientar o responsável a levantar a criança do leito progressivamente
(elevar a cabeceira 30°, sentar-se no leito com os pés apoiados no chão
por 5 a 10 minutos, antes de sair da cama), de acordo com a idade da
criança e/ou condições clínicas, avaliadas pelo profissional responsável.
Avaliar risco psicológico ou psiquiátrico sempre que necessário.
Fatores
Cognitivos
Orientar responsável sobre o risco de queda relacionado ao
“comportamento de risco” de acordo com a faixa etária da criança.
História
Pregressa/
Atividade
Alocar o paciente próximo ao posto de Enfermagem, se possível.
Não levantar do leito sozinho quando há história de queda pregressa com
dano grave.
Cirurgia/
Sedação/
Anestesia
Informar o paciente e/ou familiar/responsável sobre o risco de queda
relacionado ao efeito do sedativo e/ou anestésico.
Orientar o paciente e/ou familiar/responsável a levantar progressivamente
(elevar a cabeceira 30°, sentar-se no leito com os pés apoiados no chão
por 5 a 10 minutos, antes de sair da cama.
Sair do leito acompanhado pela enfermagem.
Se o paciente estiver em cama, permanecer com as grades elevadas e
rodas travadas (pré-cirúrgico e pós operatório imediato).
O jejum por longo período deve ser levado em consideração, por
exemplo, logo ao acordar ou em pré e pós-operatório;
Atentar para as classes medicamentosas que alterem a mobilidade e
equilíbrio (de acordo com a avaliação clínica da enfermagem).
Medicações
Realizar reconciliação medicamentosa, cuidadosa, na admissão.
Orientar paciente e/ou familiar/acompanhante quando houver mudança na
prescrição de medicamentos associados ao risco de queda.
Não levantar do leito sozinho.
Orientar, na hora da medicação, o paciente e/ou familiar/acompanhante
quanto aos efeitos colaterais e interações medicamentosas, que podem
potencializar sintomas, tais como: vertigens, tonturas, sonolência,
hipotensão, hipoglicemia, alteração dos reflexos.
O profissional responsável pode solicitar a avaliação do farmacêutico
clínico quanto ao uso dos medicamentos e ao risco de queda.
Adaptado de Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE (São Paulo). Protocolos, Guias e Manuais voltados
à Segurança do Paciente. 2012.
6. Procedimentos Operacionais
6.1. Avaliar, no momento da admissão, o risco de queda do paciente (pacientes
internados, pacientes no serviço de emergência e pacientes externos);
6.2. Orientar pacientes e familiares sobre as medidas preventivas individuais, e
entregar material educativo específico quando disponível;
6.3. Implementar medidas específicas para a prevenção de queda conforme o(s)
risco(s) identificado(s) (Ver tabela 1 e 2);
6.4. Reavaliar o risco diariamente, e também sempre que houver transferências de
setor, mudança do quadro clínico, episódio de queda durante a internação;
ajustando as medidas preventivas implantadas;
6.5. Colocar sinalização visual para identificação de risco de queda, a fim de alertar
toda equipe de cuidado. Anotar no prontuário do paciente todos os
procedimentos realizados;
6.6. Prestar pronto atendimento ao paciente sempre que este solicitar ou necessitar;
6.7. Avaliar e tratar pacientes que sofreram queda e investigar o evento;
7. Estratégias de notificação de quedas e monitoramento de desempenho
A criação de um instrumento de notificação de quedas, avaliação de suas causas e
geração de informações para produção de indicadores para monitorar o desempenho é
uma oportunidade de aprendizagem para a organização, por meio da análise das 12
informações, feedback dos resultados para os profissionais e adoção de ações de
melhoria, se necessário.
7.1. Indicadores
Proporção de pacientes com avaliação de risco de queda realizada na admissão.
Número de quedas com dano.
Número de quedas sem dano.
Índice de quedas [(nº de eventos / nº de paciente-dia)*1000]: este indicador pode
ser monitorado utilizando um diagrama de controle, visando não só construir a
série histórica do evento, como também auxiliar a estabelecer metas e
parâmetros de avaliação.
Fonte: Ministério da Saúde

 




24/02/2014 – PROTOCOLO PARA PREVENÇÃO DE ÚLCERA POR PRESSÃO

1. Finalidade
Promover a prevenção da ocorrência de úlcera por pressão (UPP) e outras lesões da pele.
2. Justificativa
Uma das consequências mais comuns, resultante de longa permanência em hospitais, é o
aparecimento de alterações de pele. A incidência aumenta proporcionalmente à combinação de
fatores de riscos, dentre eles, idade avançada e restrição ao leito.
A manutenção da integridade da pele dos pacientes restritos ao leito tem por base o
conhecimento e a aplicação de medidas de cuidado relativamente simples. A maioria das
recomendações para avaliação da pele e as medidas preventivas podem ser utilizadas de maneira
universal, ou seja, tem validade tanto para a prevenção de úlcera por pressão (UPP) como para
quaisquer outras lesões da pele.
Diferentemente de boa parte das alterações de pele, a UPP tem sido alvo de grande
preocupação para os serviços de saúde, pois a sua ocorrência causa impacto tanto para os
pacientes e seus familiares, quanto para o próprio sistema de saúde, com o prolongamento de
internações, riscos de infecção e outros agravos evitáveis.
Segundo dados da National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), EUA, a
prevalência de UPP em hospitais é de 15% e a incidência é de 7% ¹.
No Reino Unido, casos
novos de UPP acometem entre 4% a 10% dos pacientes admitidos em hospital².
No Brasil,
embora existam poucos trabalhos sobre incidência e prevalência de UPP, um estudo realizado
em um hospital geral universitário evidenciou uma incidência de 39,81%³ .
As taxas de incidência e prevalência na literatura apresentam variações que se devem às
características dos pacientes e ao nível de cuidado, diferenciando-se em cuidados de longa
permanência, cuidados agudos e atenção domiciliar:
– Cuidados de longa permanência: as taxas de prevalência variam entre 2,3% a 28% e as taxas
de incidência entre 2,2 % a 23,9%.
– Cuidados agudos: as taxas de a prevalência estão em torno de 10 a 18% e de incidência
variam entre 0,4% a 38%
– Atenção Domiciliar: as taxas de prevalência variam entre 0% e 29% e as de incidência
variam entre 0% e 17%4.
Úlceras por pressão causam dano considerável aos pacientes, dificultando o processo de
recuperação funcional, frequentemente causando dor e levando ao desenvolvimento de
infecções graves, também têm sido associadas a internações prolongadas, sepse e mortalidade.
Apesar da maioria das úlceras por pressão ser evitável, estima-se que aproximadamente
600 mil pacientes em hospitais dos EUA evoluam a óbito a cada ano em decorrência de
complicações secundárias à UPP. O custo total estimado do tratamento de UPP nos EUA é de
11 bilhões de dólares por ano.
.
-Abrangência (Âmbito, Ponto de Assistência e Local de Aplicação)
As recomendações para a prevenção devem ser aplicadas a todos os indivíduos vulneráveis
em todos os grupos etários. As intervenções devem ser adotadas por todos os profissionais de
saúde envolvidos no cuidado de pacientes e de pessoas vulneráveis, que estejam em risco de
desenvolver úlceras por pressão e que se encontrem em ambiente hospitalar, em cuidados
continuados, em lares, independentemente de seu diagnóstico ou das necessidades de cuidados
de saúde
4. Definição
Para fins desta Portaria, considera-se as seguintes definições:
4.1. Úlcera por pressão (UPP): lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, geralmente
sobre uma proeminência óssea, resultante da pressão ou da combinação entre pressão e
cisalhamento, causado pela fricção. Outros fatores estão associados à UPP, mas seu
papel ainda não foi completamente esclarecido
4.2. Cisalhamento: deformação que sofre um corpo quando sujeito à ação de forças
cortantes
4.3. Estadiamento de UPP: classificação da UPP, que auxilia na descrição clínica da
profundidade observável de destruição tecidual.
.
O Estadiamento de UPP encontra-se descrito no Apêndice I.
5. Intervenções
A maioria dos casos de UPP pode ser evitada por meio da identificação dos pacientes em
risco e da implantação de estratégias de prevenção confiáveis para todos os pacientes
identificados como de risco
As seis etapas essenciais de uma estratégia de prevenção de UPP são
ETAPA 1
5.1. Avaliação de úlcera por pressão na admissão de todos os pacientes
A avaliação de admissão dos pacientes apresenta dois componentes:
5.1.1. A avaliação do risco de desenvolvimento de UPP e;
5.1.2. A avaliação da pele para detectar a existência de UPP ou lesões de pele já
instaladas.
A pronta identificação de pacientes em risco para o desenvolvimento de UPP, por meio
da utilização de ferramenta validada, permite a adoção imediata de medidas preventivas. A
avaliação de risco deve contemplar os seguintes fatores:
a) mobilidade;
b) incontinência;
c) déficit sensitivo e;
d) estado nutricional (incluindo desidratação).
Obs. A escala de Braden é a ferramenta mais amplamente utilizada dentre as várias
disponíveis. Em casos de pacientes pediátricos, deve-se utilizar uma ferramenta apropriada,
como por exemplo, a escala de Braden Q.
ETAPA 2
5.2. Reavaliação diária de risco de desenvolvimento de UPP de todos os pacientes
internados
A complexidade e a gravidade dos pacientes internados resultam na necessidade de
reavaliação diária do potencial e do risco de desenvolvimento de UPP. A reavaliação diária
permite aos profissionais de saúde ajustar sua estratégia de prevenção conforme as necessidades 4
do paciente. O grau de risco, conforme especificado em várias ferramentas, permite que os
profissionais implantem estratégias individualizadas para os pacientes.
5.2.1. Procedimento Operacional da Avaliação e Reavaliação de Risco (Etapas 1 e 2)
Recomendação: Use uma abordagem estruturada de avaliação de risco para identificar
indivíduos em risco de desenvolver UPP (Nível de Evidência C)
.
Todo paciente deverá ser avaliado sistematicamente na admissão. Essa avaliação deve
levar em consideração as fragilidades, vulnerabilidades e fatores de risco para o
desenvolvimento de alterações de pele. Devem ser utilizadas escalas preditivas, com elevado
grau de confiabilidade e especificidade.
A avaliação do risco para desenvolvimento de UPP deverá ser executada através da
Escala de Braden Q para crianças de 1 a 5 anos e Escala de Braden para pacientes com mais de
5 anos
As escalas de Braden e Braden Q caracterizarão o paciente sem risco, com risco baixo,
moderado, alto ou muito alto para desenvolver UPP. A classificação do risco dá-se de maneira
inversamente proporcional à pontuação, ou seja, quanto maior o número de pontos, menor é a
classificação de risco para a ocorrência dessa lesão.
As escalas preditivas são, entretanto, um parâmetro que deve ser utilizado em
associação à avaliação clínica do enfermeiro. Assim, qualquer que seja o escore alcançado na
escala, a avaliação clínica deverá ser soberana perante a existência de fatores de risco para UPP
e de comorbidades inerentes ao desenvolvimento desta lesão cutânea. Um plano de cuidados
específicos para prevenção de alterações cutâneas, portanto, deve ser implementado.
A avaliação e a prescrição de cuidados com a pele é uma atribuição do enfermeiro,
sendo que a participação da equipe multiprofissional na prevenção das alterações é fundamental
na contribuição para a prescrição e no planejamento dos cuidados com o paciente em risco.
Poderão ser necessários ajustes nutricionais, intervenções para auxiliar a mobilização ou
mobilidade dos pacientes, entre outras medidas.
ATENÇÃO: As etapas subsequentes (etapas 3 a 6), descritas a seguir, deverão ser
utilizadas em todos os pacientes classificados como de risco nas etapas de avaliação
anteriormente descritas (etapas 1 e 2)
As medidas preventivas para UPP descritas a seguir devem ser instituídas pelo
enfermeiro após a identificação dos fatores preditivos para o risco por meio de cuidados
essenciais com a pele para a manutenção da integridade cutânea.
ETAPA 3
5.3. Inspeção diária da pele
Pacientes que apresentam risco de desenvolvimento de UPP, de acordo com etapas 1 e
2, necessitam de inspeção diária de toda a superfície cutânea, da cabeça aos pés. Estes
pacientes, em geral hospitalizados, podem apresentar deterioração da integridade da pele em
questão de horas. Em virtude da rápida mudança de fatores de risco em pacientes agudamente
enfermos, a inspeção diária da pele é fundamental. Deve ser dada atenção especial a áreas de
alto risco para desenvolvimento de UPP.
A identificação das lesões da pele, como úlcera por pressão, deve ser feita de
acordo com a definição e classificação internacional.
.
5.3.1. Procedimento operacional da inspeção da pele (Etapa 3).
Recomendação: Examine a pele do paciente cuidadosamente para identificar a existência de
UPP (Nível de Evidência C)
Durante a admissão ou a readmissão, examine a pele do paciente cuidadosamente para
identificar alterações da integridade cutânea e úlceras por pressão existentes. Para uma
apropriada inspeção da pele, deve-se ter especial atenção às áreas corporais de maior risco para
UPP, como as regiões anatômicas sacral, calcâneo, ísquio, trocanter, occipital, escapular,
maleolar e regiões corporais submetidas à pressão por dispositivos como a presença de cateteres,
tubos e drenos
A realização de diagnóstico diferencial para a distinção entre os tipos de lesões (úlcera
por pressão, úlcera arterial, úlcera venosa, úlcera neuropática e dermatites) melhora o
tratamento e gerenciamento do cuidado.
A inspeção da pele deve ocorrer em intervalos pré-definidos, cuja periodicidade é
proporcional ao risco identificado. É necessário o registro apropriado e pontual das alterações
encontradas.
Obs. Pode ser necessário o aumento da frequência da inspeção em razão da piora do estado
clínico do paciente (Nível de evidência B)
ETAPA 4
5.4. Manejo da Umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada
Pele úmida é mais vulnerável, propícia ao desenvolvimento de lesões cutâneas, e tende
a se romper mais facilmente. A pele deve ser limpa, sempre que apresentar sujidade e em
intervalos regulares. O processo de limpeza deve incluir a utilização cuidadosa de um agente de
limpeza suave que minimize a irritação e a secura da pele.
Deve-se tomar cuidado para minimizar a exposição cutânea à umidade decorrente de
incontinência, transpiração ou exsudato de feridas. Quando estas fontes de umidade não
puderem ser controladas, a utilização de fraldas e absorventes é recomendada, com o objetivo de
minimizar o contato da pele com a umidade. Agentes tópicos que atuam como barreiras contra a
umidade e hidratam a pele também podem ser utilizados.
O tratamento da pele ressecada com hidratantes tem se mostrado especialmente efetivo
na prevenção de UPP.
5.4.1. Procedimento Operacional das medidas preventivas para higiene, hidratação e
manejo da umidade da pele (Etapa 4).
a) Higienização e Hidratação da pele
-Limpe a pele sempre que estiver suja ou sempre que necessário. É
recomendada a utilização de água morna e sabão neutro para reduzir a
irritação e o ressecamento da pele 11
.
– Use hidratantes na pele seca e em áreas ressecadas, principalmente após
banho, pelo menos 1 vez ao dia (nível de evidência B). A pele seca
parece ser um fator de risco importante e independente no
desenvolvimento de úlceras por pressão6
.
– Durante a hidratação da pele, não massagear áreas de proeminências
ósseas ou áreas hiperemiadas. A aplicação de hidratante deve ser realizada
com movimentos suaves e circulares (nível de evidência B)6.
– A massagem está contra-indicada na presença de inflamação aguda e onde
existe a possibilidade de haver vasos sanguíneos danificados ou pele
frágil. A massagem não deverá ser recomendada como uma estratégia de
prevenção de úlceras por pressão (nível de evidência B)
b) Manejo da umidade
– Proteger a pele da exposição à umidade excessiva através do uso de
produtos de barreira, de forma a reduzir o risco de lesão por pressão. As
propriedades mecânicas do estrato córneo são alteradas pela presença de
umidade, assim como a sua função de regulação da temperatura (nível de
evidência C)
.
– Controlar a umidade através da determinação da causa. Usar absorventes
ou fraldas)
.
– Quando possível, oferecer um aparador (comadre ou papagaio) nos
horários de mudança de decúbito.
.
Observação: Além da incontinência urinária e fecal, a equipe de enfermagem deve ter atenção a
outras fontes de umidade, como extravasamento de drenos sobre a pele, exsudato de feridas,
suor e extravasamento de linfa em pacientes com anasarca que são potencialmente irritantes
para a pele.
ETAPA 5
5.5. Otimização da nutrição e da hidratação
A avaliação de pacientes com possível risco de desenvolvimento de UPP deve incluir a
revisão de fatores nutricionais e de hidratação. Pacientes com déficit nutricional ou desidratação
podem apresentar perda de massa muscular e de peso, tornando os ossos mais salientes e a
deambulação mais difícil.
Edema e menor fluxo sanguíneo cutâneo geralmente acompanham os déficits
nutricionais e hídricos, resultando em lesões isquêmicas que contribuem para as lesões na pele.
Pacientes mal nutridos podem apresentar uma probabilidade duas vezes maior de lesões
cutâneas.
Líquidos, proteínas e ingesta calórica são importantes aspectos para a manutenção de
um estado nutricional adequado. Suplementos nutricionais podem ser necessários caso a ingesta
não seja suficiente. É recomendado que nutricionistas sejam consultados nos casos de pacientes
com desnutrição a fim de avaliar e propor intervenções mais apropriadas.
5.5.1. Procedimento operacional para Nutrição (Etapa 5)
a) Notificar todos os indivíduos em risco nutricional ou em risco para úlcera
por pressão ao nutricionista a fim de instituir as medidas nutricionais
específicas (avaliar a necessidade calórica, vitamínica, minerais e demais
nutrientes) para a prevenção de UPP.
b) Avaliar e comunicar o nutricionista e a equipe médica sobre a presença de
sinais clínicos de desnutrição ou que podem predispor alterações no
estado nutricional: edema, perda de peso, disfagia, inapetência,
desidratação, entre outros. Na vigência de baixa aceitação alimentar
(inferior a 60% das necessidades nutricionais num período de cinco a sete
dias), discutir com a equipe a possibilidade de sondagem.
c) Avaliar junto ao nutricionista e à equipe médica a necessidade de oferecer
suplementos nutricionais, com alto teor protéico, além da dieta habitual, a
indivíduos em risco nutricional e de úlcera por pressão (nível de evidência
A).
d) O nutricionista deverá avaliar a necessidade de instituir as medidas
específicas nutricionais para a prevenção de UPP (vide Apêndice
específico para nutrição).
ETAPA 6
5.6. Minimizar a pressão
A redistribuição da pressão, especialmente sobre as proeminências ósseas, é a
preocupação principal. Pacientes com mobilidade limitada apresentam risco maior de
desenvolvimento de UPP. Todos os esforços devem ser feitos para redistribuir a pressão sobre a
pele, seja pelo reposicionamento a cada 02 (duas) horas ou pela utilização de superfícies de
redistribuição de pressão.
O objetivo do reposicionamento a cada 2 horas é redistribuir a pressão e,
consequentemente, manter a circulação nas áreas do corpo com risco de desenvolvimento de
UPP. A literatura não sugere a frequência com que se deve reposicionar o paciente, mas duas
horas em uma única posição é o máximo de tempo recomendado para pacientes com capacidade
circulatória normal.
O reposicionamento de pacientes de risco alterna ou alivia a pressão sobre áreas
suscetíveis, reduzindo o risco de desenvolvimento de úlcera por pressão. Travesseiros e coxins
são materiais facilmente disponíveis e que podem ser utilizados para auxiliar a redistribuição da
pressão. Quando utilizados de forma apropriada, podem expandir a superfície que suporta o
peso. Geralmente a pele de pacientes com risco para UPP rompe-se facilmente durante o
reposicionamento, portanto, deve-se tomar cuidado com a fricção durante este procedimento.
Superfícies de apoio específicas (como colchões, camas e almofadas) redistribuem a
pressão que o corpo do paciente exerce sobre a pele e os tecidos subcutâneos. Se a mobilidade
do paciente está comprometida e a pressão nesta interface não é redistribuída, a pressão pode
prejudicar a circulação, levando ao surgimento da úlcera.
Pacientes cirúrgicos submetidos à anestesia por período prolongado geralmente
apresentam risco aumentado de desenvolvimento de UPP, portanto, todos estes pacientes (no
momento pré, intra e pós-operatório) devem receber avaliação de risco da pele.
Os profissionais de saúde devem implantar estratégias de prevenção, como garantir o
reposicionamento do paciente e sua colocação em superfícies de redistribuição de pressão, para
todos aqueles com risco identificado.
5.6.1. Procedimento Operacional para Minimizar a Pressão (Etapa 6).
a) Mudança de decúbito ou reposicionamento
i. A mudança de decúbito deve ser executada para reduzir a duração e a
magnitude da pressão exercida sobre áreas vulneráveis do corpo (nível de
evidência A).
ii. A frequência da mudança de decúbito será influenciada por variáveis
relacionadas ao indivíduo (tolerância tecidual, nível de atividade e
mobilidade, condição clínica global, objetivo do tratamento, condição
individual da pele, dor (nível de evidência C) e pelas superfícies de
redistribuição de pressão em uso (nível de evidência A).
iii. Avaliar a pele e o conforto individuais. Se o indivíduo não responde ao
regime de posicionamentos conforme o esperado, reconsiderar a
frequência e método dos posicionamentos (nível de evidência C).
iv. A mudança de decúbito mantém o conforto, a dignidade e a capacitação
funcional do indivíduo (nível de evidência C)
v. Reposicionar o paciente de tal forma que a pressão seja aliviada ou
redistribuída. Evitar sujeitar a pele à pressão ou forças de torção
(cisalhamento). Evitar posicionar o paciente diretamente sobre sondas,
drenos e sobre proeminências ósseas com hiperemia não reativa. O rubor
indica que o organismo ainda não se recuperou da carga anterior e exige
um intervalo maior entre cargas repetidas (nível de evidência C)
vi. O reposicionamento deve ser feito usando 30º na posição de semi-Fowler
e uma inclinação de 30º para posições laterais (alternadamente lado
direito, dorsal e lado esquerdo), se o paciente tolerar estas posições e a sua
condição clínica permitir. Evitar posturas que aumentem a pressão, tais
como o Fowler acima dos 30º, a posição de deitado de lado a 90º, ou a
posição de semi-deitado (nível de evidência C).
vii. Se o paciente estiver sentado na cama, evitar elevar a cabeceira em ângulo
superior a 30º, evitando a centralização e o aumento da pressão no sacro e
no cóccix (nível de evidência C).
viii. Quando sentado, se os pés do paciente não chegam ao chão, coloque-os
sobre um banquinho ou apoio para os pés, o que impede que o paciente
deslize para fora da cadeira (nível de evidência C). A altura do apoio para
os pés deve ser escolhida de forma a fletir ligeiramente a bacia para
frente, posicionando as coxas numa inclinação ligeiramente inferior à
posição horizontal
ix. Deve-se restringir o tempo que o indivíduo passa sentado na cadeira sem
alívio de pressão (nível de evidência B). Quando um indivíduo está
sentado numa cadeira, o peso do corpo faz com que as tuberosidades
isquiáticas fiquem sujeitas a um aumento de pressão. Quanto menor a
área, maior a pressão que ela recebe. Consequentemente, sem alívio da
pressão, a UPP surgirá muito rapidamente.
b) Medidas preventivas para fricção e cisalhamento
i. Elevar a cabeceira da cama até no máximo 30º e evitar pressão direta nos
trocanteres quando em posição lateral, limitando o tempo de cabeceira
elevada, pois o corpo do paciente tende a escorregar, ocasionando fricção
e cisalhamento (nível de evidência C).
ii. A equipe de enfermagem deve usar forro móvel ou dispositivo mecânico
de elevação para mover pacientes acamados durante transferência e
mudança de decúbito. Sua utilização deve ser adequada para evitar o risco
de fricção ou forças de cisalhamento. Deve-se verificar se nada foi
esquecido sob o corpo do paciente, para evitar dano tecidual (nível de
evidência C)
.
iii. Utilizar quadro de avisos próximo ao leito para estimular o paciente a
movimentar-se na cama, quando necessário.
.
iv. Avaliar a necessidade do uso de materiais de curativos para proteger
proeminências ósseas, a fim de evitar o desenvolvimento de úlcera por
pressão por fricção.
Observação: Apesar da evidência de redução de cisalhamento no posicionamento da cabeceira
até 30º, para os pacientes em ventilação mecânica e traqueostomizados com ventilação não
invasiva, é recomendado decúbito acima de 30º para a prevenção de Pneumonia Associada à
Ventilação – PAV.
c) Materiais e equipamentos para redistribuição de pressão
i. Uso de colchões e camas na prevenção de UPP
– Utilizar colchões de espuma altamente específica em vez de colchões
hospitalares padrão, em todos os indivíduos de risco para desenvolver
UPP (nível de evidência A)
-A seleção de uma superfície de apoio adequada deve levar em
consideração fatores como o nível individual de mobilidade na cama, o
conforto, a necessidade de controle do microclima, bem como o local e as
circunstâncias da prestação de cuidados6,8. Todos os pacientes
classificados como “em risco” deverão estar sob uma superfície de
redistribuição de pressão (nível de evidência C).
– Não utilizar colchões ou sobreposições de colchões de células pequenas
de alternância de pressão com o diâmetro inferior a 10 cm (nível de
evidência C)
– Use uma superfície de apoio ativo (sobreposição ou colchão) para os
pacientes com maior risco de desenvolvimento de úlceras por pressão.
quando o reposicionamento manual frequente não é possível (nível de
evidência B)
.
– Sobreposições ativas de alternância de pressão e colchões de
redistribuição de pressão têm uma eficácia semelhante em termos de
incidência de úlceras por pressão (nível de evidência A)
.
ii. Uso de superfícies de apoio para a prevenção de úlcera por pressão nos
calcâneos
– Os calcâneos devem ser mantidos afastados da superfície da cama (livres
de pressão) (nível de evidência C)
-Os dispositivos de prevenção de UPP nos calcâneos devem elevá-los de
tal forma que o peso da perna seja distribuído ao longo da sua parte
posterior, sem colocar pressão sobre o tendão de Aquiles. O joelho deve
ter ligeira flexão (nível de evidência C)
.
– Utilizar uma almofada ou travesseiro abaixo das pernas (região dos
gêmeos) para elevar os calcâneos e mantê-los flutuantes (nível de
evidência B)
.
Observação: A hiperextensão do joelho pode causar obstrução da veia poplítea, que pode
predispor a uma Trombose Venosa Profunda – TVP6
.
iii. Uso de superfície de apoio para prevenir úlceras por pressão na posição
sentada
– Utilizar um assento de redistribuição de pressão para os pacientes com
mobilidade reduzida e que apresentam risco de desenvolvimento de
úlceras por pressão quando estes estiverem sentados em uma cadeira
(nível de evidência B). Almofadas de ar e espuma redistribuem melhor a
pressão, já as almofadas de gel e de pele de carneiro causam maior
pressão.
5.7. Medidas preventivas para úlcera por pressão conforme classificação de risco
Os fatores de risco identificados na fase de avaliação fornecem informações para o
desenvolvimento do plano de cuidados. Segue as recomendações das medidas preventivas
conforme a classificação do risco:
5.7.1. Risco baixo (15 a 18 pontos na escala de Braden).
– Cronograma de mudança de decúbito;
– Otimização da mobilização;
– Proteção do calcanhar;
– Manejo da umidade, nutrição, fricção e cisalhamento, bem como uso
de superfícies de redistribuição de pressão.
5.7.2. Risco moderado (13 a 14 pontos na escala de Braden).
– Continuar as intervenções do risco baixo;
– Mudança de decúbito com posicionamento a 30°.
5.7.3. Risco alto (10 a 12 pontos na escala de Braden).
– Continuar as intervenções do risco moderado;
– Mudança de decúbito frequente;
– Utilização de coxins de espuma para facilitar a lateralização a 30º.
5.7.4. Risco muito alto (≤ 9 pontos na escala de Braden).
– Continuar as intervenções do risco alto;
– Utilização de superfícies de apoio dinâmico com pequena perda de
ar, se possível;
– Manejo da dor.
6. Estratégias de monitoramento e indicadores
Sugerem-se 3 indicadores de processo (6.1 a 6.3) e um indicador de resultado (6.4) para a
prevenção da UPP
6.1. Percentual (%) de pacientes submetidos a avaliação de risco para UPP na admissão.
6.2. Percentual (%) de pacientes de risco recebendo cuidado preventivo apropriado para
UPP5
.
6.3. Percentual (%) de pacientes recebendo avaliação diária para risco de UPP5
.
6.4. Incidência de UPP
Fonte: Anvisa



20/02/2014 – AGÊNCIA MINAS – NOTÍCIAS DO GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Tecnologias garantem controle e segurança no Hospital Govenador Israel Pinheiro

Central de Material e Esterilização utiliza um novo  sistema que permite a codificação e cadastro de todos os instrumentos  cirúrgicos e inalatórios do hospital.

Rastreabilidade é diferencial no sistema de  codificação e cadastro de instrumentos do hospital.

Instituto de Previdência dos Servidores do Estado  de Minas Gerais (Ipsemg) conta com a inovação tecnológica  para aperfeiçoamentos dos procedimentos médicos. A Central de Material e  Esterilização (CME) do Hospital Govenador Israel Pinheiro (HGIP) utiliza um  novo sistema que permite a codificação e cadastro de todos os instrumentos  cirúrgicos e inalatórios do hospital, estabelecendo rastreabilidade  informatizada, controle e segurança.
Em Minas Gerais, o HGIP é a primeira  instituição pública a utilizar os Aplicativos Gerenciais Específicos Integrados  à Saúde (Ageis), sistema que trabalha com micropulsão e leitores ópticos. Com  esta ferramenta é possível verificar o local de origem, data e hora de  esterilização de cada peça que compõem os kits, bem como quais os profissionais  estiveram envolvidos no processamento e quais os pacientes que utilizaram os  instrumentais cirúrgicos e inalatórios.
Além da leitura por meio dos identificadores, o  sistema realiza a gestão das informações, emissão diária e mensal de relatórios  gerenciais; abastecimento e controle de insumos e saneantes; manutenção  preventiva e corretiva dos equipamentos e instrumentos cirúrgicos; e  qualificação (validação) dos equipamentos.
Os dados registrados através desse sistema de  rastreabilidade favorecem o atendimento da Resolução da Agência Nacional de  Vigilância Sanitária (Anvisa) Nº 15, de 15 de março de 2012, que dispõe sobre  os requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para a saúde, e  também de órgãos certificadores de qualidade.

 

“Além do atendimento às legislações sanitárias, este sistema busca agregar com máxima qualidade o controle dos processos sempre com foco na melhoria da assistência prestada e segurança do beneficiário,” revela a enfermeira referência do CME, Rosilene Caldeira do Espírito Santo.




14/02/2014 – PRESIDENTE DA CÂMARA ANALISA DESONERAÇÃO DE REMÉDIOS

Em ato público para a entrega de assinaturas em apoio à isenção tributária de medicamentos, ocorrida nesta quarta-feira (12),

Presidente da Câmara promete instalar comissão para analisar desoneração de remédios

Em ato público para a entrega de assinaturas em apoio à isenção tributária de medicamentos, ocorrida nesta quarta-feira (12), o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, prometeu instalar uma comissão mista para analisar as propostas relativas ao tema em análise na Casa até a próxima semana.

“Vou conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre a possibilidade de criar uma comissão mista para agilizar o processo”, adiantou.

Caso não seja possível instituir o colegiado conjunto, “devido a outras prioridades do Senado”, o presidente garantiu que irá instalar a comissão apenas com deputados. “Ninguém pode mais desconhecer essa causa, que não é mais apenas da frente parlamentar, mas de toda a Câmara dos Deputados”, sustentou Alves.

Campanha
No ato, organizado pela Frente Parlamentar para a Desoneração de Medicamentos, foram entregues 2.620 milhões de assinaturas. A campanha foi organizada pela Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) em parceria com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

De acordo com as duas instituições, atualmente, a carga tributária de remédios está em 33,9%, o que representa mais de um terço do preço final pago pelo consumidor. O presidente da frente parlamentar, deputado Walter Ihoshi (PSD-SP), ressaltou que quem mais sofre com essa situação são os mais pobres e os mais idosos. Para ele, “é muito importante essa Casa dar resposta à população, representada por esses mais de dois milhões de assinaturas”.

Para o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingues, no caso dos remédios, é fundamental considerar o princípio constitucional da “essencialidade dos produtos”. O ministro defende que “se deve aplicar o imposto de acordo com essa essencialidade e, não, com uma visão única e exclusivamente arrecadatória”.

PEC desonera medicamentos
Tramita na Câmara dos Deputados a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 301/13, do deputado Francisco Chagas (PT-SP), que extingue os impostos sobre produtos farmacêuticos e os insumos utilizados em sua produção e comercialização.

A comissão especial para analisar a PEC, que tramita conjuntamente com duas outras propostas relativas à redução de tributos, foi criada no ano passado, mas ainda não foi instalada. Caso a proposta seja aprovada, toda empresa brasileira ou estrangeira que queira produzir medicamentos para uso humano no Brasil teria a isenção completa dos tributos.

De acordo com o autor da proposta, os impostos sobre esses produtos atualmente são da ordem de 33,9%. Francisco Chagas lista entre os argumentos para a aprovação do texto: 
- o fim da guerra fiscal entre os estados, já que hoje os governos estaduais estabelecem alíquotas de ICMS diferentes sobre os produtos farmacêuticos; 
- o estímulo à criação de uma política pública industrial para fortalecer o setor farmacoquímico no Brasil, pois atualmente a produção é inferior a 10%; 
- a geração de tecnologia, empregos e maiores investimentos; e 
- a transferência direta, da ordem de R$ 19 bilhões, para o bolso do consumidor de produtos farmacêuticos.

fonte: site ABRAIDI

RM CONSULT
14/02/2014




07/02/2014 SAÚDE TERÁ ORÇAMENTO DE R$ 106 BILHÕES EM 2014

O orçamento destinado ao Ministério da Saúde para o ano de 2014

O orçamento destinado ao Ministério da Saúde para o ano de 2014 será de R$ 106 bilhões, um aumento de 5% em relação a 2013.
A proposta, aprovada pelo Congresso Nacional ainda no ano passado, foi publicada nesta terça-feira, 21, no Diário Oficial da União.
O Fundo Nacional de Saúde (FNS) é o gestor financeiro, na esfera federal, dos recursos do SUS (Sistema Único de Saúde).
Além de atender às despesas do ministério e de seus órgãos e entidades da administração indireta, os recursos geridos pelo FNS são transferidos mensalmente aos estados e municípios para o custeio e investimento na área da saúde.
Todos os repasses financeiros realizados pelo Ministério da Saúde levam em consideração fatores como a adesão aos programas federais.
Além disso, são utilizados critérios populacionais e epidemiológicos, considerando as características de doenças transmissíveis ou crônicas existentes em cada região.

Fonte: O Estado de São Paulo – 23.01.2014

 




07/02/2014 – MONITORAMENTO DE DETERGENTES ENZIMÁTICOS

Anvisa e o Laboratório Central do Distrito Federal (Lacen-DF) vão monitorar os detergentes enzimáticos utilizados em hospitais.

A Anvisa e o Laboratório Central do Distrito Federal (Lacen-DF) vão monitorar os detergentes enzimáticos utilizados em hospitais. A Agência, por meio da Gerência Geral de Saneantes, e o Lacen-DF firmaram um termo de cooperação técnica para realização de testes laboratoriais nas diversas áreas de atuação da vigilância sanitária.  O protocolo já foi aprovado pela Diretoria Colegiada da Anvisa.

O primeiro resultado prático dessa cooperação será a análise pelo Lacen/DF dos detergentes enzimáticos comercializados no País. Esses produtos, utilizados exclusivamente para a limpeza de materiais hospitalares, possuem enzimas que degradam gorduras e proteínas existentes nos equipamentos médico-cirúrgicos.

A Coordenadora de Controle de Monitoramento de Saneantes, Rosa Aires Mesiano, explica que anteriormente os detergentes enzimáticos eram apenas notificados junto à Agência. No entanto, a partir de novembro de 2013, o registro passou a ser obrigatório. “Em 2012, a Anvisa publicou a RDC 55. Uma das determinações da resolução é o registro desses produtos, que até então eram notificados. A norma também tornou obrigatória a realização de testes que comprovem a atividade enzimática da protease e amilase”. Segundo a Coordenadora, as empresas tiveram um ano para realizarem a adequação à norma.

Para realizar os testes, o Lacen-DF adequou a estrutura física e capacitou seus profissionais para a implantação das metodologias necessárias ao monitoramento dos detergentes enzimáticos. Para Rosa, o termo de cooperação poderá favorecer toda a Agência e ser utilizado no monitoramento de vários tipos de produtos. “Nessa parceria com a Gerência-Geral de Saneantes, por exemplo, o acordo irá proporcionar mais segurança aos serviços de saúde na escolha e no uso dos produtos, garantindo a segurança dos pacientes que utilizam equipamentos e instrumentais médicos hospitalares”.

 

Imprensa/Anvisa

 




27/11/2013 – QUE BRUMAS IMPEDEM A VISIBILIZAÇÃO DO CME?




26/11/2013 – ATENÇÃO SOBRE ESSE PRODUTO: DETERGENTE ENZIMÁTICO

Informe ANVISA

Colegas,

 

Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou em seu site no dia 21/Nov/2013 a seguinte nota sobre “detergentes enzimáticos”:

 

“A Anvisa encerrou, na última segunda-feira (18/11), o prazo para que as empresas detentoras de notificação e registro de detergentes enzimáticos se adequem ao regulamento descrito naRDC Nº55/2012. As empresas tiveram o prazo de 360 dias para regularizar a situação de seus registros. Os produtos que não estiverem regularizados até o dia 21 de novembro terão seus processos cancelados.

Os detergentes enzimáticos anteriormente notificados ou registrados, que deram entrada na adequação no período previsto, terão prioridade de análise, garantindo assim a disponibilidade do produto no mercado. Os processos entregues depois do prazo estipulado terão que atender a sequência da fila de análise de processos.

Os produtos notificados ou registrados, fabricados até 17 de novembro de 2013, poderão ser comercializados até o fim de seu prazo de validade.

Detergentes enzimáticos são somente os produtos que contenham as formulações destinadas ao uso em dispositivos médicos. Os demais produtos que contenham enzimas deverão ser categorizados de acordo com a finalidade de uso, tais como: lava-roupa, desengraxante, limpadores, etc.”

 

Vamos nos manter atentos sobre esse produto!!

 

Rosa Aires Borba Mesiano

Coordenadora de Controle de Monitoramente de Saneantes

Agência Nacional de Vigilância Sanitária
National Health Surveillance Agency
Central de Atendimento: 0800 642 9782
www.anvisa.gov.br