Hidrogel está com registro irregular na Anvisa desde 31 de março

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O hidrogel da marca Aqualift, produto usado para preenchimento e aumento do volume em regiões do rosto e do corpo, está com registro irregular na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 31 de março. Nos últimos meses, problemas graves de saúde foram atribuídos ao uso do hidrogel, que tem em sua composição 98% de água e 2% de poliamida.

É o caso da modelo Andressa Urach, que foi internada neste fim de semana em um hospital de Porto Alegre com uma infecção na coxa esquerda e permanece em estado grave. Em nota, o Grupo Hospitalar Conceição, onde ela recebe tratamento, atribuiu a infecção ao uso do hidrogel. Há cinco anos, a modelo recebeu uma aplicação de hidrogel e de outro produto potencialmente prejudicial: o PMMA. Outro caso que ganhou repercussão nacional foi o de uma mulher que morreu em Goiânia depois de passar pelo procedimento de aplicação do hidrogel no bumbum.
Clínicas ou profissionais que tenham comprado o produto antes dessa data podem usá-lo normalmente, segundo a Anvisa, já que não foi determinado seu recolhimento. Mas a venda, por enquanto, está proibida.A Rejuvene Medical, importadora exclusiva do Aqualift no Brasil, informa que os documentos pedidos pela Anvisa para o processo de regularização já foram entregues e que, no momento, o produto não está sendo comercializado. Em nota, a empresa afirma que não existem, até o momento, provas médicas que apontem o hidrogel como o causador dos problemas de saúde noticiados nos últimos meses.

A empresa lembra, ainda, que o produto não pode ser usado por profissionais que não sejam médicos. Segundo a Rejuvene, o produto Aqualift, em sua apresentação corporal (há outra versão, facial), somente pode ser aplicada na “forma injetável por profissional da área, ou seja, de um médico com CRM, com técnica médica para sua aplicação correta”.

 

Investigação

De acordo com a Anvisa, há uma investigação em curso conduzida pela vigilância sanitária local para apurar o caso da paciente de Goiânia, que morreu após uma aplicação de hidrogel. Até o momento, sengundo a agência, não é possível determinar se o problema foi com o produto em si ou com o procedimento terapêutico. “Inclina-se para ser procedimento até porque não foi realizado em uma sala cirúrgica, e sim numa clínica. E a profissional não era médica cirurgiã”, afirmou o órgão, em nota.

A Anvisa acrescentou ainda que um procedimento de investigação semelhante, também conduzido pela vigilância sanitária local, deve ser aberto para apurar o caso de Andressa Urach.

Médicos alertam para riscos

O cirurgião plástico Alexandre Kataoka, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), afirma que um dos principais problemas em relação ao hidrogel é o uso em grandes quantidades, geralmente para o preenchimento de regiões como o bumbum e a coxa. “A indicação é a aplicação em pequenos volumes, para preencher sulcos e rugas. Para aumentar bumbum, o ideal é usar a gordura do próprio corpo, em uma lipoescultura. Ou as próteses, que sabemos que estão evoluindo.”

Ele esclarece ainda que hidrogel é uma denominação genérica que pode se referir a três produtos diferentes, todos com função de preenchimento: o hidrogel de poliamida, que foi usado por Andressa Urach, o polimetilmetacrilato, conhecido pela sigla PMMA, cujo uso também pode ter riscos, e o ácido hialurônico, considerado como uma opção mais segura, já que essa substância é naturalmente produzida pelo organismo humano e é rapidamente absorvida pelo corpo. Ainda assim, não deve ser aplicada em grandes quantidades.

Kataoka também alerta para o risco da aplicação desse tipo de produto por pessoas que não  são médicas. “Os profissionais habilitados para fazer esse tipo de procedimento são os cirurgiões plásticos, membros da SBCP, ou os dermatologistas”, observa. Ele lembra que, caso a aplicação dê errado, a retirada tanto do hidrogel quanto do PMMA é “praticamente impossível” e os pacientes correm risco de ficarem com sequelas permanentes.

Fonte: G1

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