Foi dada  largada para as ações do Grupo de Estudos de Enfermeiros na Gestão da CME.

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“Pensando o novo milênio”

Enfermeiros debatem a Gestão das Centrais de Material e Esterilização e  agendam reunião para discutir o futuro do setor, marcada para 24 outubro .

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foto: 1ª  Reunião realizada na H.Strattner, no dia 5 de setembro.

Qual o novo papel do enfermeiro de CME ?
Este foi o principal tema da pauta da primeira reunião do Grupo de Estudos de Enfermeiros na Gestão da Central  de Material e Esterilização – CME que atuam na rede de saúde pública e privada. O encontro, realizado no dia 5 de setembro,no auditório da H.Strattner, em São Paulo, reuniu 15 profissionais da área de saúde.  A enfermeira Ana Miranda, coordenadora do Núcleo de Assessoria, Capacitação e Especialização voltado à Central de Material e Esterilização, abriu o encontro agradecendo a presença dos participantes e o apoio da empresa H.Strattner, que cedeu o espaço para a reunião.  “A gente aprendeu a cuidar de pacientes e executamos uma atividade nobre. Porém, a enfermagem que envolve a Arte de cuidar,  que requer amor, determinação e muita capacidade técnica, tem se tornado invisível aos olhos da sociedade. Temos que nos unir e falar a mesma a língua ,aprofundar as discussões, hoje   a Enfermagem, não é só a arte de cuidar mas também a ciência em diagnosticar as situações e propor tratamento ou ações cientificamente comprovadas, com segurança e economia  para, sermos respeitados no mercado atual de  trabalho.Precisamos ainda de objetivos bem definidos para que tenhamos frutos concretos de mudança.” destacou Ana Miranda ao comentar a importância da mobilização dos enfermeiros para defesa dos seus interesses.

As questões debatidas na reunião abrangeram as práticas cotidianas nas  CME – centros de apoio a assistência  do paciente durante procedimentos de saúde – distribuídos nas 45 unidades hospitalares do Estado de São Paulo e Organizações Sociais de Saúde, até a proposta de privatização deste serviço por parte de alguns gestores públicos.

Contrários à privatização das CME, da forma como algumas empresas vêm preconizando os enfermeiros alegam que ao acenar com esta proposta, os diretores visam no primeiro momento, apenas cortar custos, justificando que 75% das despesas dos hospitais são Recursos Humanos, sem se preocupar com as conseqüências que esta ação possa provocar ao longo do tempo.

“Temos que promover um debate  e mostrar que é possível racionalizar custos nas Centrais de Material e Esterilização, sem dispensar enfermeiros ou tercerizar os serviços. Este procedimento de terceirizar mão de obra e serviço  já ocorreu em hospitais privados de outros estados, como Rio de Janeiro, e não funcionou”, enfatiza o enfermeiro e consultor hospitalar, Osvaldo Barbosa. Um dos entraves observados deveu-se a questão de logística. O consultor lembra que grandes cidades como São Paulo enfrentam o desafio da mobilidade e transporte urbano, fatores relevantes no processo de tercerização de serviços que são a ponte entre a assistência direta e a indireta.

Renata Ariano coordenadora do Bloco Operatório do Hospital AACD, pondera que assim como no Rio de Janeiro os hospitais privados de São Paulo também podem aderir a tercerização da CME,  todos estamos envolvidos, setor público e privado.

Darlene Silva Quintanilha, que trabalha na autarquia de gerencia de resíduos da Secretaria Municipal de Saúde, alertou sobre a problemática dos resíduos gerados nas unidades hospitalares. “Existe toda uma legislação determinando o que fazer com os rejeitos, mas na prática, quem é o responsável pelos descartes: é o pessoal da limpeza? É o enfermeiro? O auxiliar de enfermagem? Um descarte errado pode provocar problemas sérios e riscos à população. Como lidar com isso?”

Outra questão levantada pela enfermeira responsável pelo CME do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas, Idalina Rocha da Silva foi quanto aos aspectos de rastreabilidade do processo e dos itens processados, principalmente os utilizados via sistema de consignação, em especial os instrumentais ,acessórios e implantes ortopédicos.  A Idalina citou  ainda a diversidade e complexidade desses itens,  que na sua opinião requerem a atuação constante da enfermeira do setor de consignado para garantir não só a conferência das caixas cirúrgicas mas sobretudo  o processo de esterilização como um todo.

A enfermeira Sandra Tavares, lotada na Secretaria Estadualde Saúde, por sua vez, lembrou que nem sempre o gerenciamento do CME é vista como algo positivo pela categoria. “Administrar, cuidar e esterilizar materiais cirúrgicos são tarefas que nem sempre agradam os enfermeiros. Há até quem defenda no meio a privatização deste serviço. Entretanto, é a falta de clareza na Regulamentação que acaba gerando toda esta discussão e controvérsias”.

A fala da Karin Guth coroou de êxito o encontro, “Sou coach, palestrante, tenho paixão em ver o brilho nos olhos das pessoas quando se reencontram com a sua própria essência, e foi isto que tive o privilégio de ver aqui hoje.”

Ao final do encontro, foi acordado que uma nova reunião será realizada no dia 24 de outubro, na Secretaria Estadual de Saúde.

Ficou definido também que representantes da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN),  e da Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização(SOBECC) serão convidados a se manifestar sobre o tema em questão. As respostas obtidas serão objeto de discussão no próximo encontro do Grupo de Estudos.

O Grupo de Estudos de Enfermeiros na Gestão de Central de Material e Esterilização (CME), é uma organização exclusivamente dedicada à promoção do serviço de  CME no Estado de São Paulo e o principal fomentador das práticas e discussões sobre o tema na capital paulista, buscando alcançar reconhecimento nacional e internacional.

Este Grupo fundado em 5 de setembro de 2014 apresenta  caráter institucional, pois é fruto da parceria entre a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e o Núcleo de Assessoria Capacitação e Especialização em CME(NASCECME), sem fins lucrativos, tem o propósito de ser referência em Gestão na CME, contribuindo para o desempenho sustentável das instituições , garantindo segurança nos serviços prestados a nossa sociedade à medida que influencia os enfermeiros   gestores de CME a desenvolverem as melhores práticas calcadas no conhecimento e responsabilidade social.

 

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